Dois anos atrás, um dos analistas mais respeitados e lúcidos do país me
disse que Dilma estava entrando num "bunker", palavra utilizada para
definir esconderijos de guerra.
Ele utilizou essa metáfora para falar do isolamento da presidente, que
já naquela época se apoiava apenas em um pequeno grupo de pessoas. Pouco
tolerante com críticas, ela se cercava de gente que não tinha coragem
de contradizê-la.
Não conversava com os empresários, com a base aliada no Congresso, nem
sequer com seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Esse tipo de comportamento é muito perigoso. A presidente foi cometendo
um erro atrás do outro e transformou a economia numa imensa confusão,
que ameaça seu segundo mandato.
Com a inflação beirando 8% e a economia em recessão, Dilma é vaiada onde
vai e deve enfrentar domingo manifestações que podem fugir ao controle.
Depois da crise instalada, ela tenta sair do isolamento e atrair novos
nomes para o seu governo, mas não consegue. Com a notável exceção de
Joaquim Levy, ninguém fora do círculo dos mais próximos quer trabalhar
com ela.
A troca de comando na Petrobras é mais um exemplo disso. Nas últimas
semanas, o governo procurou com lupa um nome de mercado para comandar o
conselho de administração da estatal em meio a sua maior crise. Vários
executivos foram sondados, mas recusaram.
Vai então recorrer a Murilo Ferreira, que a própria Dilma colocou no
comando da Vale.
Ferreira é experiente, mas a carga de trabalho que vai
acumular é desumana. Ele só pode ter aceitado o posto por lealdade à
presidente.
É urgente que Dilma abandone o bunker, mesmo embaixo de vaias. Mas está
cada vez mais difícil encontrar braços que a resgatem de lá.
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