No final dos anos 1970 e início dos 1980 os fundos de pensão já
dominavam o mercado de ações. Para quem era sócio de uma corretora, como
eu, ou subornava os administradores desses fundos ou não conseguia bons
clientes. Essa foi uma das razões pelas quais troquei o mercado
nacional pelo internacional e fui ser corretor nas bolsas de Nova York e
de Chicago.
Não que eu tenha sido uma reserva moral do mercado (também
fiz minhas estripulias) mas sempre detestei essa história de suborno.
Chequei a perder uma causa trabalhista que envolvia uma importância
vultosa, só porque me recusei a dar dinheiro para o perito indicado pelo
juiz. Assim como me recusei a subornar um oficial de Justiça que me
pediu uma grana “para não me localizar”, numa ação de despejo. Pois bem,
quando larguei o mercado escrevi “Rapina”, livro no qual eu mostro como
funciona a corrupção nesses fundos. Portanto o processo é antigo e não
foi inventado pelo PT. Só que os ladrões eram mais comedidos. Agora não.
Nos governos Lula e Dilma os administradores dos fundos de pensão
praticamente roubaram a maior parte do dinheiro, investindo-o em
projetos furados em troca de suborno. Quem vai pagar o pato agora são as
pessoas que se aposentarão por esses fundos além, é claro, daquelas que
já estão aposentadas. O primeiro caso claro é o do maior dos fundos, o
Postalis, dos Correios, que sofreu um assalto de R$ 5,6 bilhões. Os
empregados dos Correios, tanto os da ativa como os aposentados, terão de
pagar 25,9% dos seus salários ou de suas pensões para compensar a
roubalheira. Isso pode ser apenas a ponta do iceberg pois a Petrobras
também tem seu fundo, o Petros, o Banco do Brasil, a Previ, e a Caixa
Econômica, o FUNCEF. Isso tudo foi assaltado pela quadrilha que se
apossou do Brasil. Por que não roubaram com moderação, como antes? Não
dava para comprar um Portinari? Tinha de ser um Joan Miró?
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