11 abril, 2015

Aécio Neves está disposto a participar de ato contra o governo Dilma

Protestos no Brasil



O senador Aécio Neves (PSDB-MG) está disposto a participar da manifestação marcada para domingo (12) que tem como foco a crítica ao governo da presidente Dilma Rousseff. O tucano sinalizou a aliados que deve estar presente no ato em Belo Horizonte ao lado de outros membros do PSDB de Minas. 

Na primeira manifestação, que ocorreu em março, Aécio optou por não comparecer para não ser acusado de "surfar" no movimento apartidário. Líderes do PSDB continuam divididos sobre a participação de Aécio. 

Alguns avaliam ser necessária a presença do senador para que o partido se firme como representante da insatisfação popular. 

O senador ainda não bateu o martelo porque, nos bastidores, teme que os atos estejam esvaziados, o que poderia vincular sua imagem a uma ação com menos força que a anterior. Além disso, o tucano teme ser acusado de pegar carona em um movimento que não tem vinculação política, como pregam seus organizadores. 

Como a manifestação em Belo Horizonte está marcada para a manhã de domingo, congressistas do PSDB também pressionam Aécio para que o senador compareça ao ato de São Paulo, que ocorre à tarde, onde diversos tucanos prometem estar presentes. 

Líder do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) disse que o presidente do partido tem que estar presente porque "política não se faz longe da rua". "Ele agiu corretamente ao não participar do primeiro ato para não parecer oportunismo. Mas as pessoas estão exigindo a nossa presença. Não podemos perder esse momento." 

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a decisão mais sensata seria a de Aécio não participar dos atos políticos, uma vez que não há vinculação com nenhum partido e vários eleitores defendem a independência dos movimentos. "Acho que nós, políticos, não devemos ir para que o movimento seja espontâneo e apartidário. Qualquer envolvimento de partidos pode parecer oportunismo." 

Na primeira manifestação, no dia 15 de março, Aécio apareceu na janela de seu apartamento no Rio de Janeiro vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol para sinalizar seu apoio ao movimento, mas não saiu de casa. 
 

Seis presos na Lava Jato fazem exame de corpo de delito


Seis presos na 11ª etapa da Operação Lava Jato foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) de Curitiba na manhã deste sábado (11) para realização de exames de corpo de delito.
Após deixar a carceragem da Polícia Federal de Curitiba por volta das 7h, os presos chegaram ao IML escoltados por dois veículos da polícia. 

Fizeram os exames o ex-deputado André Vargas (sem partido), seu irmão Leon Vargas, o ex-deputado Luiz Argôlo (SD-BA) e sua funcionária Elia Santos da Hora. 

Também foram submetidos ao procedimento Ivan Torres, apontado como "laranja" do ex-deputado Pedro Corrêa, e Ricardo Hoffmann, diretor de uma agência de publicidade em Curitiba. 

O procedimento é praxe em caso de prisão. Após os exames, os seis presos voltaram para a carceragem da PF. 


Junior Pinheiro/Folhapress
Detidos na Operação Lava Jato fazem exames de corpo de delito no IML de Curitiba na manhã deste sábado
Detidos na Operação Lava Jato fazem exames de corpo de delito no IML de Curitiba na manhã deste sábado (11)
 
TRANSFERÊNCIA
 
Único preso nesta etapa da operação a ainda não realizar o exame, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) ainda será transferido para a sede da PF em Curitiba. 
O ex-parlamentar cumpre pena numa penitenciária no agreste pernambucano por condenação no escândalo do mensalão. 

A transferência de Corrêa já foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A PF, contudo, ainda não tem a confirmação de quando a mudança será feita. 
 

O Brasil não tem medo do PT

A aristocracia petista vive o seu pior momento. E Lula não vai sair do poder sem antes usar de todas as armas, legais ou não.

Em 2015, em meio a muita tensão política, a Constituição de 1988 terá sua prova de fogo. Não há qualquer paralelo com o episódio do impeachment de Fernando Collor. Este já tinha percorrido mais de dois anos de mandato quando foi apeado do poder. E o momento mais agônico da crise foi resolvido em quatro meses — entre julho e outubro de 1992. Também deve ser recordado que o então presidente tinha um arremedo de partido político, sua conexão com a sociedade civil era frágil — e quase nula com os setores organizados, a relação com o Congresso Nacional era ruim, e com medidas heterodoxas descontentou amplos setores, do empresariado ao funcionalismo público. Sem contar que, em 1990, o país passou por uma severa recessão (-4,3%) e tudo indicava — como efetivamente ocorreu — que, em 1992, teria uma nova recessão.

O quadro atual é distinto — e causa muito mais preocupação. O governo tem um sólido partido de sustentação — que está em crise, é verdade, mas que consegue agir coletivamente e tem presença dominante em governos estaduais e dezenas de prefeituras. A base congressual é volátil mas, aparentemente, ainda responde ao Palácio do Planalto. As divergências com o sócio principal do condomínio petista, o PMDB, são crescentes mas estão longe do rompimento. Em 12 anos, o governo construiu — usando e abusando dos recursos públicos — uma estrutura de apoio social. E, diferentemente de Collor, Lula estabeleceu uma sólida relação com frações do grande capital — a “burguesia petista” — que é hoje dependente do governo.

O país está vivendo um impasse. O governo perdeu legitimidade logo ao nascer. Dilma não tem condições de governar, não tem respeitabilidade, não tem a confiança dos investidores, dos empresários e da elite política. E, principalmente, não tem mais apoio dos brasileiros horrorizados com as denúncias de corrupção e a inépcia governamental em enfrentá-las, além do agravamento dos problemas econômicos, em especial da inflação.

Deve ser reconhecido que Fernando Collor aceitou o cerco político que sofreu sem utilizar da máquina de Estado para coagir os adversários. E foi apeado legalmente da Presidência sem nenhum gesto fora dos limites da Constituição. Mas o mesmo não ocorrerá com D ilma. Na verdade, não com Dilma. Ela é um nada, é uma simples criatura, é um acidente da História. O embate vai ser travado com Lula, o seu criador, mentor e quem, neste momento, assumiu as rédeas da coordenação política do governo.

Foi Lula que venceu a eleição presidencial de 2014. E agora espera repetir a dose. Mas a conjuntura é distinta. As denúncias do petrolão e a piora na situação econômica não permitem mais meros jogos de cena. O momento do marketing eleitoral já passou. E Lula vai agir como sempre fez, sem nenhum princípio, sem ética, sem respeito a ordem e a coisa públicas. O discurso que fez no Rio de Janeiro no dia 24 de fevereiro é apenas o início. Ele — um ex-presidente da República — incitou à desordem, ameaçou opositores e conclamou o MST a agir como um exército, ou seja, partir para o enfrentamento armado contra os adversários do projeto criminoso de poder, tão bem definido pelo ministro Celso de Mello, do STF.

Lula está desesperado. Sabe que a aristocracia petista vive o seu pior momento. E não vai sair do poder sem antes usar de todas as armas, legais ou não. Como um excelente leitor de conjuntura — e ele o é — sabe que os velhos truques utilizados na crise do mensalão já não dão resultado. E pouco resta para fazer — dentro da sua perspectiva. Notou que, apesar de dezenas de partidos e entidades terem convocado o ato público do dia 24, o comparecimento foi pífio, inexpressivo. O clima no auditório da ABI estava mais para velório do que para um comício nos moldes tradicionais do petismo. Nos contatos mantidos em Brasília, sentiu que a recomposição do bloco político-empresarial que montou no início de 2006 — e que foi decisivo para a sua reeleição – é impossível.

A estratégia lulista para se manter a todo custo no poder é de buscar o confronto, de dividir o país, jogar classe contra classe, região contra região, partido contra partido, brasileiro contra brasileiro. Mesmo que isso custe cadáveres. Para Lula, pouco importa que a cri se política intensifique ainda mais a crise econômica e seus perversos efeitos sociais. A possibilidade de ele liderar um processo de radicalização política com conflitos de rua, greves, choques, ataques ao patrimônio público e privado, ameaças e agressões a opositores é muito grande. Especialmente porque não encontra no governo e no partido lideranças com capacidade de exercer este papel.

O Brasil caminha para uma grave crise institucional, sem qualquer paralelo na nossa história. Dilma é uma presidente zumbi, Por incrível que pareça, apesar dos 54 milhões de votos recebidos a pouco mais de quatro meses, é uma espectadora de tudo o que está ocorrendo. Na área econômica tenta consertar estragos que produziu no seu primeiro mandato, sem que tenha resultados a apresentar no curto prazo. A corrupção escorre por todas as áreas do governo. Politicamente, é um fantoche. Serve a Lula fielmente, pois sequer tem condições de traí-lo. Nada faria sozinha.

Assistiremos à lenta agonia do petismo. O custo será alto. É agora que efetivamente testaremos se funciona o Estado Democrático de Direito. É agora que veremos se existe uma oposição parlamentar. É agora que devemos ocupar as ruas. É agora que teremos de enfrentar definitivamente o dilema: ou o Brasil acaba politicamente com o petismo, ou o petismo destrói o Brasil.

Marco Antonio Villa é historiador

10 abril, 2015

'Para o PT mentir é questão de honra', diz Felipe Moura Brasil


Publicado em 10 de abr de 2015
O colunista de VEJA analisa o discurso do tesoureiro do PT João Vaccari Neto na CPI da Petrobras. Segundo Felipe, "Vaccari inovou no sistema de distribuição de dinheiro sujo". Ainda sobre a CPI, o historiador Marco Antonio Villa afirma: "grande parte do depoimento era recheado de inverdades". Já Lauro Jardim, do Radar On-line, diz que manifestações contra o governo podem ser um erro estratégico do PSDB. Segundo o colunista, não houve um fato novo realmente contundente desde a última manifestação que empurre as pessoas para rua novamente no próximo domingo. Em entrevista a TVEJA, a jovem que se tornou símbolo da oposição ao populismo, Gloria Alvarez, fala sobre divisão "povo e anti-povo". Assista.


EXCLUSIVO - Notícia excelente! Derrubaram a CPI dos Fundos de Pensão.

   Não poderia ser mais sintomático o arquivamento da CPI do Fundos de Pensão, assim não resta a menor dúvida que o dinheiro para o pagamento dos benefícios dos aposentados associados de fundos de pensão está envolto no lamaçal da roubalheira que assola todos os órgãos do nosso país administrado pelo nefasto desgoverno do PT.

Então gente, é hora de irmos para cima daqueles que estão nos roubando. Precisamos nos mexer, pois os que estão nos vilipendiando estão se mexendo para impedir que suas maracutaias sejam descobertas.

Hoje, depois dessa notícia, eu pensei em "jogar a toalha", mas depois de conversar com a minha mais nova amiga Gigi Reis, da FUNCEF, resolvi reagir e usando as palavras dela, convido a todos a enfrentarmos esses ratos: "Não passou, ainda". Porque não somos especialistas nas articulações politiqueiras desse mantra antipático. MAS VAMOS CONSEGUIR!!!!! COM FORÇA, PERSEVERANÇA, LEGITIMIDADE E BOA FÉ."

VAMOS RETOMAR, COM FORÇA TOTAL, OS EMAILS, MENSAGENS NO FB, TELEX, BUZINA, GRITO, MAY DAY, SOS, SINAL DA FUMAÇA, TUDO O QUE FOR NECESSÁRIO PRA DESMASCARAMOS ESTA CORJA !!!

Ao ensejo, convido a todos os colegas da PREVI que se adicionem ao grande grupo de associados de Fundos de Pensão que está se formando: Participantes dos Fundos de Pensão - Esse dinheiro é nosso!

Agora, por favor, assistam ao vídeo da Senadora Ana Amélia, que desolada, lamenta mais este ato covarde contra os aposentados de Fundos de Pensão.



09 abril, 2015

Tesoureiro do PT presta depoimento à CPI da Petrobras

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, presta depoimento à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (9).

O depoimento começou em meio a um tumulto por conta de uma caixa de ratos solta logo após a entrada do petista. O ato foi organizado por deputados de oposição, mas o autor ainda não se identificou até a publicação desta matéria.

Um servidor foi levado por agentes da Polícia Legislativa. O presidente da CPI , Hugo Motta (PMDB-PB), pediu que sejam identificados os autores do ato.



O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus para que ele não seja obrigado a assinar o termo de compromisso que o obriga a dizer a verdade.
  • 11h21 O tesoureiro disse que o PT não tem imóveis e que os automóveis são leasing. "Não temos aviões, temos sim material de escritório."

    Vaccari nega que tenha tratado de doações e da situação financeira do PT com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores do esquema de corrupção da Petrobras. 

  • "Nunca tratei do assunto de doações financeira com Paulo Roberto Costa e nunca discuti assunto financeiro do PT. Estive com ele uma vez num jantar, quando fomos apresentados. Foi por volta de 2010 e foi a única vez que estive com ele e nunca mais tive nenhum contato."
  • 11h16 Vaccari diz que o partido não recebe doações via caixa dois (sem registro oficial).

    "Todas as doações que nós recebemos são escrituradas, são feitas via transações bancárias e são prestadas contas ao TSE. Este tem sido o procedimento desde que eu sou o tesoureiro em 2010", afirmou.
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  • 11h14 Correção: Não é possível afirmar que o responsável pela soltura dos ratos seja servidor da Câmara. Ele ainda não foi identificado.
  • 11h13 Imagem
    Ratos soltos na CPI da Petrobras no momento em que João Vaccari Neto entrou na sala da comissão (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)
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  • 11h12 Nos bastidores, petistas reconhecem que Vaccari passou por treinamento para prestar esclarecimentos à CPI, mas não passam detalhes. O relator da CPI, Luiz Sérgio (RJ), também é petista.

    A preparação do tesoureiro teria sido revelada pelo presidente do PT, Rui Falcão, a um grupo de deputados em uma reunião realizada há alguns dias. 
  • 11h11 Um dos slides apresentados estava errado e virou motivo de piada entre internautas.
  • 11h10 Vaccari começou o depoimento dando uma palestra, com direito a apresentação de slides, sobre a arrecadação dos partidos e mostrando que outras legendas também ganharam recursos das empresas investigadas na Operação Lava Jato.

  • "Em 2014, foram R$ 222 milhões para todos os partidos das empresas investigadas. O PT obteve 25%, o PSDB obteve 24%, o PMDB obteve 21%", disse Vaccari.

  • A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) protestou. "Isso é uma palestra", disse.

  • Vaccari disse que pediu demissão do cargo que ocupava no conselho da Itaipu Binacional em novembro de 2014, mas que a demissão só saiu em janeiro deste ano. Segundo ele, a última remuneração obtida por ele foi de R$ 20 mil.
    Edmilson Papo 10 @edmilsonpapo10
    Víd

  • 10h58 O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), classificou a soltura da caixa de ratos como um episódio infeliz, mas manteve o depoimento do tesoureiro.

    "Infelizmente tivemos um procedimento infeliz, mas já tomamos as providências. Quero deixar bem claro que nada nos impedirá de dar prosseguimento à reunião. Tivemos procedimento infeliz e nos vamos seguir com a oitiva do senhor Vaccari."

    O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou o deputado delegado Waldir (PSDB-GO) de ser o responsável pelos episódio. "Isso não pode passar despercebido. O deputado delegado deu a deixa para um comparsa soltar os ratos. Quero que isso conte na ata", disse o petista.

    O tucano reagiu e eles bateram boca. "Acabei de ser acusado e quero que ele prove isso. Não estou armado aqui. Vou processar ele. Gostaria de estar com algema para prender bandidos aqui",

    Os dois parlamentares trocaram gritos de "bandido é você". 
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08 abril, 2015

Teori concede habeas corpus, e Vaccari não precisará dizer a verdade na CPI

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para que ele não seja obrigado a assinar o termo de compromisso que o obriga a dizer a verdade no depoimento desta quinta-feira (9) na CPI da Petrobras.

O objetivo do pedido, feito pela defesa de Vaccari, foi impedir que integrantes da CPI determinem sua prisão caso julguem que ele esteja mentindo no depoimento.

A decisão de Teori garante ainda que Vaccari possa se comunicar com um advogado durante a sessão e não se autoincrimine.

“Defiro o pedido de liminar, para garantir ao paciente o direito de: (a) ser assistido por advogado e de, com este, comunicar-se; (b) não ser obrigado a assinar o termo de compromisso de dizer a verdade, sem sofrer com isso qualquer medida privativa de liberdade; e (c) não se autoincriminar”, escreveu Teori em sua decisão.

Na prática, esta decisão permite que o tesoureiro fique em silêncio, mas seu advogado Luiz Flávio D’Urso garante que ele responderá às perguntas dos deputados.

“Minha orientação continua sendo a de que ele deve responder aos questionamentos”, afirma o defensor.

Teori determinou que a decisão seja comunicada com urgência ao presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB).


 

"Bancada da bala" ocupa principais cargos de comissão da maioridade penal

André Moura (PSC-SE) presidirá comissão sobre maioridade penal na Câmara A chamada "bancada da bala" vai ocupar os
principais cargos da comissão especial que vai analisar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 171/93, que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Dos quatro cargos da direção da comissão, dois ficaram a cargo de integrantes da bancada. A comissão que analisará a proposta foi instalada nesta quarta-feira (8). O nome do relator será definido na semana que vem.

A comissão será presidida pelo deputado André Moura (PSC-SE), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O primeiro vice-presidente da comissão é o deputado Efraim Filho (DEM-PB).

Os dois são integrantes da Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como "bancada da bala" por sua postura em assuntos relativos à violência. A segunda vice-presidente da comissão será a deputada federal Margarida Salomão (PT-MG), e o terceiro vice-presidente será Bruno Covas (PSDB-SP). Margarida e Bruno não são integrantes do grupo.

Para virar lei, a proposta ainda precisa ser analisada pela comissão especial e ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado. A comissão especial vai analisar o conteúdo do projeto e definir alterações à proposta original feita há 22 anos pelo então deputado federal Benedito Domingos.

Perfil conservador

Dos 27 membros titulares, 15 pertencem à Frente Parlamentar da Segurança Pública, como os delegados Éder Mauro (PSD-PA), Laerte Bessa (PR-DF) e João Campos (PSDB-GO). Doze deputados pertencem à Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, como Juscelino Filho (PRP-MA) e oito pertencem às duas, como a deputada Keiko Ota (PSB-SP).

A principal bandeira da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família é a aprovação do Estatuto da Família, que restringe a definição de núcleo familiar apenas às uniões entre um homem e uma mulher, e a aprovação do Estatuto do Nascituro, que na prática, inviabiliza discussões referentes a uma eventual descriminalização do aborto.

A "bancada da bala", por sua vez, comporta ex-militares e delegados de polícia que defendem o endurecimento de penas e a revogação do Estatuto do Desarmamento.

Os 18 integrantes das bancadas alinhadas a bandeiras conservadoras que ocupam a comissão especial são suficientes para aprovar o texto que será encaminhado ao plenário da Câmara.

Para a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), indicada como membro titular da comissão e de posição contrária à redução da maioridade penal, a composição da comissão especial que vai analisar a proposta é reflexo do conservadorismo da Câmara dos Deputados.

"As forças na comissão especial são um espelho das forças que operaram na CCJ e que operam na Câmara dos Deputados. Isso mostra que desafio de evitar que essa proposta seja aprovada é muito grande", disse a deputada.




Lula convoca as ruas contra Dilma

Publicado em 6 de abr de 2015
"Quem quer deixar a Dilma sangrar sem cair é o Lula". A avaliação é do colunista de VEJA Reinaldo Azevedo, no 'Aqui entre Nós', com Joice Hasselmann. O ex-presidente quer a Dilma no poder, mas joga os movimentos sociais porque agora quer pavimentar sua candidatura para 2018. Assista agora.

Com Temer na articulação política, governo impede CPI do BNDES

Congresso Nacional

 
O Palácio do Planalto conseguiu impedir nesta quarta-feira (8) a criação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) concedidos a entidades privadas ou governos estrangeiros. 

Após intervenção de membros do governo, seis senadores que tinham assinado o pedido de criação da CPI retiraram suas assinaturas, o que inviabilizou as investigações. 

Pelas regras do Senado, são necessárias assinaturas de pelo menos 27 senadores para que uma comissão de inquérito seja criada. A oposição havia reunido assinaturas de 28 senadores, mas seis recuaram, caindo o número para 22. Sem as assinaturas mínimas, o requerimento com o pedido de criação da CPI não pode ser formalizado. 

A ação do Planalto ocorreu no primeiro dia em que o vice-presidente Michel Temer assumiu a articulação política do governo. Senadores aliados do Planalto negam a pressão pela retirada de assinaturas, mas admitem que o tema da CPI é "indigesto" para o governo federal. 

Autor do pedido de criação da CPI, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) impediu a leitura do pedido de criação da CPI no plenário do Senado antes que ele fosse arquivado. Ele retirou o documento e vai fazer uma nova ofensiva em busca de assinaturas de senadores favoráveis à comissão de inquérito, especialmente os do PSB, que ainda não decidiram se vão apoiar as investigações sobre o banco. 

"Se o PSB autorizar, teremos o mínimo necessário para que a CPI seja criada, contando com parlamentares que não vão mais retirar as suas assinaturas", afirmou Caiado. 

Todos os seis senadores que retiraram assinaturas são de partidos aliados do Palácio do Planalto: Rose de Freitas (PMDB-ES), Ivo Cassol (PP-RO), Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM), Zezé Perrella (PDT-MG) e Fernando Ribeiro (PMDB-PA) –suplente de Jader Barbalho (PMDB-PA)–, que havia assinado o pedido enquanto exerceu o mandato no Senado, no mês passado, mas não está mais na Casa após o retorno do titular. 

Para Caiado, a ação do Planalto para impedir a CPI mostra que o governo teme as investigações no BNDES. "Tentar sensibilizar senadores para retirar assinaturas, eu enxergo que a CPI do BNDES é muito mais grave do que a da Petrobras, que atingiria todo o tipo de governo", afirmou o senador. 

INVESTIGAÇÃO
 
Entre os empréstimos que seriam investigados pela CPI, está o revelado pela Folha do repasse da ordem de US$ 5,2 bilhões para a exportação de bens e serviços para Angola, em projetos no país africano. 

A oposição também quer apurar o que chama de "endividamento" do BNDES frente ao Tesouro Nacional. Caiado afirma que, de 2006 a 2014, o saldo da dívida do banco com o Tesouro subiu mais de 4.800%. 

"Essa alta concentração de recursos do Tesouro e a ausência de transparência na concessão de empréstimos demandam deste Parlamento uma profunda investigação nas operações do BNDES", disse Caiado. 

MUDANÇA
 
Dilma anunciou a troca de Pepe Vargas por Temer nesta terça (7), depois de convidar o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), também do PMDB, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais. 

Padilha recusou alegando motivos pessoais, mas nos bastidores enfrentou resistências por parte de Renan e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

Os dois preferiam não ter um peemedebista no comando da articulação política para seguirem atuando com liberdade e autonomia em relação ao governo Dilma. Renan mudou o tom, porém, por ter proximidade com Temer. 

Cunha manteve as críticas à escolha do vice-presidente para a articulação política. A bancada do PMDB da Câmara trabalhava para indicar um deputado para a função, caso o cargo fosse ficar nas mãos do partido. 

FOLHA



07 abril, 2015

Redes sociais têm sido palco de discriminação e preconceito, diz Dilma

Durante o lançamento do programa federal que visa combater crimes na internet, a presidente Dilma Rousseff reafirmou nesta terça-feira (7) o compromisso do governo em garantir a livre manifestação de qualquer cidadão mas ressaltou que as redes sociais têm sido usadas para disseminação de ofensas e preconceitos. 


"As redes sociais têm sido palco de manifestações de caráter ofensivo, preconceituoso, discriminatório, de grave intolerância. Escondidas no anonimato que as redes sociais permitem com o distanciamento que promovem, algumas pessoas se sentem à vontade para expressar todo tipo de agressão e difusão de mentiras, ferindo honra e dignidade das pessoas", afirmou Dilma. 


A presidente ressaltou que as mesmas regras que regem a sociedade cotidianamente devem ser aplicadas ao ambiente on-line. "Como extensão da nossa vida real, esse mundo virtual deveria também ser regido pelas mesmas regras éticas, comportamentais e de civilidade que queremos que ocorram na sociedade, no nosso dia a dia. Não é, no entanto, o que vem ocorrendo", destacou. 


As redes sociais têm sido cada vez mais utilizadas por políticos para defenderem programas tanto do governo quanto ações da oposição. As próprias manifestações populares têm sido convocadas, majoritariamente, pelas redes sociais. 


Documento revelado recentemente produzido pela Secretaria de Comunicação da Presidência, admite que a própria pasta usa "robôs" para disseminar conteúdo favorável ao governo nas redes sociais. 


Sem citar estes fatores diretamente, Dilma voltou a defender a liberdade de manifestação de qualquer cidadão. "O governo tem compromisso inabalável com a liberdade de expressão e manifestação. Tem compromisso inabalável com direito de cada cidadão e cidadã se expressar, se informar, ser informado, criticar, enfim, se manifestar e usar todos os mecanismos para pensar por conta própria. Somos a favor do bom debate", disse. 


O governo federal lançou na manhã desta terça, em cerimônia no Palácio do Planalto, o chamado Pacto pelo Enfrentamento às Violações de Direitos Humanos na Internet. A iniciativa, com o nome de "Humaniza Redes", prevê uma ouvidoria online, onde denúncias poderão ser feitas e, em seguida, encaminhadas a provedores de internet. 


"Estamos criando a primeira ouvidoria de direitos humanos on-line. Em uma parceria inédita no mundo, o governo federal, as maiores empresas, órgãos da sociedade civil brasileira como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), instituições como Ministério Público vamos juntos promover internet livre, pacífica segura", disse. 

"Queremos que as redes sociais sejam campo fértil de ideias, de proposições, de críticas e debates. Não queremos um campo de desrespeito e violência verbal", completou.

FOLHA


Atenção, isso pode ser um alerta, não podemos esquecer do episódio " NEM QUE A VACA TUSSA " e do DEPUTADO CUEQUEIRO, ZÉ GUIMARÃES dizendo que o pt vai censurar as comunicações no BRASIL. Então vamos relembrar:



 Ainda dá pra acreditar em alguma coisa que ela diga?

'A renúncia de Dilma seria uma benção', diz Reale Jr.


Publicado em 2 de abr de 2015
O professor doutor e ex-ministro da Justiça durante o governo FHC afirma que a presidente Dilma Rousseff macula a política brasileira e "não oferece perspectiva de melhora". Miguel Reale Júnior, que participou dos protestos de 15 de março, encoraja as manifestações: "Dilma sempre dá motivo para o povo ir às ruas". Acompanhe a conversa com Joice Hasselmann.


O Belo Monte de 100 milhões de reais


Publicado em 6 de abr de 2015
O colunista de VEJA.com, Felipe Moura Brasil comenta a confissão do presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Dalton Avancini, que diz que a empresa pagou propina para executar obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Em VEJA Mercado, Geraldo Samor analisa a volta de investidores internacionais para Bovespa nos últimos dias. E o historiador Marco Antonio Villa comenta: "O Lula tem por princípio não ter princípio".

04 abril, 2015

Os militares e a crise

Eliane Cantanhêde
03 Abril 2015 | 02h 03

Órgãos de inteligência do governo, principalmente das Forças Armadas, passaram o 31 de março em estado de alerta para detectar tanto provocações de "oficiais de pijama" quanto manobras do "exército do Stédile" e, assim, tentar evitar confrontos. E o que aconteceu? Nada. Poucas vezes antes neste país o 31 de março passou tão em branco. Desta vez, a crise corre ao largo dos militares.

O temor em Brasília era de que, neste clima político, com crises variadas, a popularidade de Dilma Rousseff no chinelo e depois de milhões de pessoas protestando no 15 de março, o aniversário do golpe militar de 1964 servisse de pretexto para novas demonstrações de força e embates de rua, com resultados imprevisíveis. O temor não se confirmou e, no final do dia, a sensação na capital da República era de alívio.

Foi como se tivesse havido um acordão entre os militares da reserva e os militantes de Lula/Stédile para ninguém botar mais lenha na fogueira, para os dois lados não saírem às ruas. Não houve acordo, obviamente, só uma avaliação fria de que não estão fortes o suficiente para mobilizar massas e provocar comparações.

Apesar de toda a insinuação prévia de que haveria novos atos públicos, o PT preferiu se trancar em "plenárias", lambendo as feridas, preparando o congresso de junho e tentando traçar o futuro numa frente com MST, CUT, UNE e acessórios que, em nome de uma guerra extemporânea entre "direita" e "esquerda", engolem qualquer coisa, até o indigesto desmanche da Petrobrás.

Essas plenárias do partido são como uma pausa para pensar, num momento em que a popularidade da presidente bate no fundo do poço (12% de aprovação?!) e ela reza para São Levy fazer chover e conseguir aprovar no Congresso as correções dos imensos erros que ela própria cometeu no primeiro mandato.

Do outro lado, o militar, o que houve foi mais do mesmo: almoço de oficiais da reserva no Clube Militar, uma meia dúzia gritando palavras de ordem do lado de fora e outra meia dúzia fazendo confusão em local fechado de São Paulo. Nada que mereça o título de "manifestação". Isso só reforça que, desta vez, as Forças Armadas não têm nenhum protagonismo. Mesmo nos bastidores, os militares debatem a crise como qualquer cidadão: com espanto. Sem intenções, sem objetivos.

São os agentes políticos que estão em retiro espiritual, não exatamente por causa da Semana Santa, mas para tentar entender a dramaticidade do momento, projetar os cenários possíveis e já se contorcendo para poder mais adiante se encaixar em diferentes hipóteses.

Dilma está em suspenso, à espera de Levy. Levy depende desesperadamente do Congresso. O Congresso é todo olhos e ouvidos para as ruas. Lula e o PT, atarantados, pedem socorro para as centrais e movimentos engajados. Os movimentos engajados descobrem que não é hora de medir forças com as classes médias irritadas. E a oposição, um tanto deslocada do centro da cena, fica atenta à panela de pressão para decidir a hora de aumentar ou de diminuir o fogo. Além de avaliar se poderá, ou não, assumir algum tipo de liderança nas manifestações de rua e se chegará, ou não, o momento de jogar algo, ou alguém, na fervura.

A próxima grande manifestação popular está prevista para 12 de abril, primeiro domingo após a Páscoa, e deve responder a uma pergunta que não quer calar, no governo, na oposição, muito particularmente no PMDB: se a explosão de 15 de março vai aumentar mais e mais, ou se aquele grito bastou e agora a maioria vai preferir ouvir pela janela, panelas à mão. Ou seja, se aqueles milhões foram às ruas e se recolheram, ou se foram para ficar.

Os militares estão quietos no canto deles, mas, além dos advogados, dos policiais federais, dos procuradores e dos jornalistas, outra categoria que vem trabalhando demais ultimamente são os agentes de inteligência do governo. Nem eles, porém, têm resposta para a grande pergunta da crise: no que tudo isso vai dar?



03 abril, 2015

Lula está morto

Camadas crescentes de brasileiros, de todas as faixas de renda, não suportam mais os métodos do petismo
 
A Apeoesp, o sindicato dos professores da rede oficial de ensino do Estado de São Paulo, que tenta manter no muque uma greve à qual a categoria se nega a aderir, teve a coragem de patrocinar na TV uma campanha publicitária em que recomenda que os pais não levem seus filhos à escola. É indecente. É asqueroso. 

Que tipo de gente faz isso? Isabel "Bebel" Noronha, "presidenta", como ela gosta, da entidade, é aquela senhora que anunciou, em 2010, em outra greve malsucedida, que "quebraria a espinha" do então governador José Serra (PSDB). Na sequência, participou de um ato em apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT). A assembleia-fantasma da Apeoesp que aprovou a paralisação neste ano ocorreu no dia 13 de março, na rua, em meio aos "protestos a favor" do governo, sem que se pudesse saber quem era e quem não era professor. 

No programa "Os Pingos nos Is", da Jovem Pan, recebi um telefonema indignado de dona Márcia Amaral. Tem seis filhos. É diarista. Estava inconformada com a propaganda de Bebel, a burguesona do trabalho alheio que pretende cassar dos pobres o direito à escola para que possa impor a sua agenda na marra. 

Na quarta, 30 grevistas invadiram a Diretoria Regional de Ensino da mesma São Bernardo de onde Márcia me ligou. Dois funcionários ficaram feridos. 

É certo que os brasileiros estão descontentes com inflação de mais de 8%, juros de 12,75% ao ano, recessão em curso, estelionatos eleitorais em penca... Tudo isso se reflete na baixíssima popularidade da presidente e na voz nada surda das ruas que escancara o "Fora Dilma!", como se ouvirá de novo no dia 12. Mas não são menos audíveis os gritos de "Fora PT". 

Há mais do que uma insatisfação com os insucessos da economia e com as promessas que não foram nem serão cumpridas. O desconforto é mais fundo do que a constatação do logro. Camadas crescentes de brasileiros, de todas as faixas de renda, não suportam mais os métodos do petismo, de seus satélites e de suas franjas, cometam eles crimes na Petrobras, no campo, nas cidades ou nos sindicatos. 

O PT e Lula estão mortos. O primeiro morreu como ente de razão determinado a criar a hegemonia política; o segundo, como o demiurgo dotado de uma sabedoria superior que ou fazia o download do divino ou era, ele mesmo, a fonte primária da verdade. 

Na terça passada, Lula participou de um ato "em defesa da Petrobras", promovido por seu partido e entidades de esquerda. Resfolegante, vociferava ser ele o mais indignado dos brasileiros. Depois de o PT privatizar, a seu modo, a Petrobras e o Estado brasileiro, o homem quer tomar para si até a indignação popular. Um vídeo circula por aí com um trecho do seu discurso, que soou inverossímil até aos presentes. Na primeira fila, enquanto ele fala, uma "companheira" de alto coturno boceja e esfrega os olhos para espantar o sono. Ah, o tédio dos aristocratas! 

A receita dos petistas e de Lula para Dilma, em quem vive descendo o sarrafo, para enfrentar o que chamam de "campanha do ódio" é se aproximar ainda mais daqueles atores que se fingem de povo e saem por aí carregando bandeira, o que corresponde a mandar às favas a maioria que não carrega, como a diarista Márcia Amaral. 

É possível que esteja vindo à luz um país virtuoso, capaz de cuidar de si. Certo senhor ambicioso decretou: "Deus está morto". Sejamos mais modestos: "Lula está morto". 

Entenda a Operação Zelotes da Polícia Federal

Deflagrada no final de março, a Operação Zelotes da Polícia Federal investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no país. Suspeita-se que quadrilhas atuavam junto ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, revertendo ou anulando multas. 


A entidade é um tribunal administrativo formado por representantes da Fazenda e dos contribuintes (empresas) que julga hoje processos que correspondem a R$ 580 bilhões. 


O nome Zelotes vem do adjetivo zelote, referente àquele que finge ter zelo. Ele faz alusão ao contraste entre a função dos conselheiros do Carf de resguardar os cofres públicos e os possíveis desvios que efetuaram. 


Em geral, é julgada pelo órgão (Carf) uma empresa autuada por escolher determinada estratégia tributária que, segundo a fiscalização, estava em desacordo com a lei. 


Estão sob suspeita 74 processos que somam R$ 19 bilhões em valores devidos ao fisco. 


A Polícia já confirmou prejuízo de R$ 6 bilhões aos cofres públicos. O valor equivale a cerca de três vezes o dinheiro desviado da Petrobras por meio do esquema desarticulado pela Operação Lava Jato, se considerada a cifra levantada em janeiro pelo Ministério Público Federal (R$ 2,1 bilhões). 


SOB SUSPEITA
 

As investigações começaram em 2013 e alcançam processos que vêm desde 2005. 


Entre 74 empresários, companhias e entidades investigadas estão nomes como Petrobras, Embraer, TIM e o Partido Progressista (PP). Cada um tem diferentes níveis de envolvimento no esquema.


Todos negam envolvimento em crimes, ou afirmam que ainda não conhecem o teor das investigações. 


Em 12 dos processos, a polícia encontrou "elementos consideráveis de irregularidades". 


Estão nesse grupo Gerdau e RBS; as companhias Cimento Penha, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio, Mundial-Eberle; as empresas do setor automotivo Ford e Mitsubishi, além de instituições financeiras Santander, Safra, Bradesco e Boston Negócios. 


Segundo investigadores, muitos dos atores subornaram integrantes do Carf. 


Outros, porém, foram procurados por facilitadores que intermediavam o suborno a conselheiros do órgão, mas ainda não há contra eles elementos que comprovem o pagamento de propina. 


Em meio ao escândalo, o Carf suspendeu todas as sessões de 2015, sem adiantar prazo para que as datas sejam revistas. 


ATUAÇÃO DAS QUADRILHAS
 

A Operação Zelotes aponta que as quadrilhas, formadas por conselheiros, ex-conselheiros e servidores públicos, usavam o acesso privilegiado a informações para identificar "clientes", contatados por meio de "captadores", que poderiam ser empresas de lobby, consultorias ou escritórios de advocacia. 


Segundo Marlon Cajado, delegado da Polícia Federal que comandou a operação, as empresas pagavam propina de até 10% para que os grupos "manipulassem" vereditos do Carf em processos de casos que envolvem dívidas tributárias de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões, anulando ou atenuando cobranças da Receita. 


O pagamento era feito pelas empresas aos "captadores". Após ficar com sua fatia, eles repassavam o resto para as quadrilhas, que por sua vez sacavam os valores e os distribuíam aos envolvidos. 


Entre os conselheiros citados está Maurício Rebelo de Albuquerque Silva, pai de Eduardo da Fonte (PE), líder do PP na Câmara. A Folha não conseguiu localizar Albuquerque Silva.

"CARREIRA" NO CARF
 

Um aspecto do funcionamento do Carf chamou a atenção do Ministério Público. "Havia uma série de advogados pleiteando uma cadeira no conselho, embora a função não seja remunerada", diz o procurador federal Frederico Paiva, responsável pelo caso. 


A investigação aponta indícios de que ex-conselheiros, mesmo após deixarem o colegiado, mantiveram pessoas de sua confiança no órgão. 


Esses "herdeiros" teriam como função dar continuidade ao esquema de corrupção, repartindo os recursos recebidos ilegalmente. 


Os investigados poderão responder pelos crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. 


Após a operação ser deflagrada, o Ministério da Fazenda informou que abrirá processos administrativos contra os servidores e conselheiros suspeitos. 


Além disso, anunciou que vai processar as empresas envolvidas, mas não respondeu quando questionado sobre como a fraude ocorreu por tanto tempo sem ser percebida por mecanismos de controle. 


BUSCAS E APREENSÕES
 

A operação cumpriu 41 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.


Mais de R$ 2 milhões foram apreendidos em Brasília e em São Paulo pela PF.

Além de dinheiro (R$ 1,8 milhão, US$ 9.000 e € 1.500), foram apreendidos em Brasília 16 carros nacionais e importados, além de joias. 


Em São Paulo, foram apreendidos dez veículos e R$ 240 mil (em moeda nacional e estrangeira), e, no Ceará, dois veículos. 

Uma das ações de busca e apreensão ocorreu no Banco Safra, na capital paulista. Não foi informado se algum valor foi apreendido no local.



Quadrilha que lesava o fisco tinha até tabela de preços, diz relatório

Escutas telefônicas feitas pelos investigadores do esquema de compra de decisões do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) revelam a existência de uma tabela de preços para grandes empresas interessadas em decisões favoráveis. 

Vinculado ao Ministério da Fazenda, o Carf avalia recursos de contribuintes autuados pela Receita Federal. 

Obtido pela Folha, o relatório das escutas está em poder da Justiça Federal e mostra que a propina podia chegar a R$ 500 mil para uma decisão final favorável. 

Para examinar a possibilidade de "admitir o recurso", o custo era R$ 300 mil. Se o recurso fosse pautado para julgamento, mais R$ 200 mil. Um pedido de vista, que paralisa a sessão de julgamento, ia de R$ 30 mil a R$ 50 mil. 

A partir das escutas, a PF e o Ministério Público suspeitam que lobistas corromperam membros do Carf (veja quadro ao lado). A operação pode ter tirado da União até R$ 19 bilhões, valor das multas de 74 processos sob investigação

Ainda segundo o documento entregue à Justiça, o conselheiro do Carf Jorge Celso Freire da Silva teria cobrado para avaliar um recurso de R$ 5 bilhões do banco Santander. O pedido teria sido intermediado pelo conselheiro e auditor da Receita aposentado Jorge Victor Rodrigues. 

Em nota na terça (31), o banco disse seguir a legislação. Contatado na noite desta quinta (2), não respondeu até a conclusão desta edição. 

Em outro caso, a conselheira Meigan Sack Rodrigues disse ter recebido R$ 1,14 milhão relacionado a "um auto". Ela é sócia de um escritório com o pai, Edison Rodrigues, ex-presidente do Carf. 

Em gravação, o conselheiro Paulo Cortez disse que sua vontade era "abrir a latrina" para denunciar irregularidades no Carf. 

Em outro diálogo, o ex-auditor fiscal do Tesouro Jeferson Ribeiro Salazar e Eduardo Cerqueira Leite, chefe de uma divisão da Receita em São Paulo, falam sobre "um trabalho de honorários" que oscilaria de 1,1% a 1,5% sobre o valor do recurso ao Carf. 

Segundo os investigadores, Leite se reuniu com altos executivos do Bradesco, em Osasco, em outubro de 2014, para discutir multa de R$ 3 bilhões do banco com o fisco. O banco confirma reunião para tratar do Carf e diz que não contratou intermediários (leia texto ao lado). O banco perdeu o recurso por 6 votos a 0. Segundo a PF, a quadrilha comemorou o resultado, pois isso pressionaria o Bradesco a contratá-los. 

Os investigadores não sabem se boa parte dos negócios foi concretizada, porque a Justiça mudou de ideia e decidiu barrar as escutas.
Os bancos citados negam irregularidades


Editoria de Arte/Folhapress
Como funcionava o esquema para anular multas do fisco, segundo investigadores
Como funcionava o esquema para anular multas do fisco, segundo investigadores




Faturamento de firma de Dirceu chega a R$ 39,1 mi

Operação Lava Jato


A JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro José Dirceu, faturou R$ 39,1 milhões entre 2006 e 2013, quase R$ 10 milhões a mais que os R$ 29,3 milhões discriminados na quebra de sigilo entregue aos procuradores da Operação Lava Jato. 

Parte da diferença veio de pagamentos de clientes estrangeiros, não listados no relatório da Receita Federal. 

A assessoria de Dirceu confirmou ter recebido dos bilionários mexicanos Carlos Slim e Ricardo Salinas, do empresário de comunicação venezuelano Gustavo Cisneros e da espanhola Telefónica. 

As receitas foram declaradas no imposto de renda, mas os nomes das fontes pagadoras estrangeiras não estão discriminados porque o dinheiro chegou às contas da JD por meio de contratos de câmbio. Nesta modalidade, o contribuinte declara os valores recebidos, mas não os dados de quem fez os pagamentos. 

A origem do dinheiro fica registrada no Banco do Brasil, onde as operações foram realizadas, e no Banco Central. Só é preciso discriminar ao fisco quem fez os pagamentos se cair na malha fina. 

Dirceu entrou no radar da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras, depois que a investigação detectou que sua empresa recebeu R$ 10 milhões de empreiteiras suspeitas de formar cartel para superfaturar obras da estatal. 

                                         Editoria de Arte/Folhapress
O petista abriu sua consultoria em 2006, depois de ter o mandato de deputado cassado sob a acusação de comandar o mensalão. 

Um de seus primeiros clientes foi o mexicano Carlos Slim. Os pagamentos à JD foram feitos através da Teléfonos de México, mas a natureza específica dos serviços prestados não é divulgada. 

Outro bilionário mexicano, Ricardo Salinas, fez pagamentos à JD por meio da Elektra Del Milenio, a maior rede de varejo do México. Na época em que contratou o ex-ministro, o grupo de Salinas preparava a expansão para o Brasil das operações do Banco Azteca, uma instituição financeira voltada a clientes de baixa renda. O banco abriu sua sede no Recife em 2008. 

Com uma fortuna de US$ 3,6 bilhões, o venezuelano Gustavo Cisneros se valeu da influência de Dirceu para se aproximar do então presidente Hugo Chávez durante o processo de renovação da concessão da Venevisión, maior canal de televisão privado do país, controlado pelo empresário. O pagamento de Cisneros à JD foi feito pela Smallwood Development. 

Na quebra do sigilo da empresa de Dirceu, não há registro de pagamentos de ao menos dois grandes grupos brasileiros para quem ele teria prestado serviços. 

A Vale usou as conexões políticas do ex-ministro para prospectar oportunidades de investimentos no exterior, segundo a Folha apurou. 

Em 2006, Dirceu levou diretores da Vale para se encontrar com Hugo Chávez, em Caracas, e para uma audiência privada com o ditador Fidel Castro, em Havana. Em Cuba, a Vale discutia a exploração de uma mina de níquel, mas o negócio não foi adiante. 

Dirceu também assessorou Eike Batista na Bolívia. O ex-ministro esteve com membros do governo Evo Morales para falar da EBX pouco antes do anúncio da nacionalização da exploração dos hidrocarbonetos na Bolívia. 

A EBX, que construía siderúrgica em Puerto Quijarro, acabou deixando o país.





Lula pressiona por mais espaço ao PMDB

O grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona Dilma Rousseff a fechar, até a próxima semana, a reformulação de seu ministério para pôr fim à guerra entre governo e PMDB. 

Segundo interlocutores de Lula e Dilma, a presidente deveria entregar imediatamente a articulação política a um peemedebista para envolver o partido de seu vice, Michel Temer, no comando das negociações do ajuste fiscal. 

São citados dois candidatos ao posto, hoje nas mãos do ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais): o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), peemedebista gaúcho. 

Em reunião nesta semana, Lula avaliou com seu grupo de interlocutores que Dilma precisa compreender que a crise atual é mais política do que econômica, e que a solução passa por uma rápida composição com o PMDB. 

Para Lula, tão logo o governo volte a se acertar com o comando peemedebista, a crise econômica começará a ser equacionada com a aprovação do ajuste fiscal. 

Lulistas avaliam que Dilma errou ao acertar a nomeação de Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo sem definir a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fiador do atual titular da pasta, o alagoano Vinicius Lages. 

Um interlocutor de Lula classificou de "ingenuidade" do Planalto a orientação de que cabia ao PMDB se acertar internamente para ela nomear Alves para o Turismo. 

Segundo assessores presidenciais, mudar o destino de Alves poderia ser a solução, nomeando-o para o comando da articulação política. 

Lula e seu grupo defendem uma solução rápida para a crise com o PMDB porque, na próxima semana, serão discutidos no Congresso temas com impacto direto nas contas da União. 

O governo quer que o Senado confirme o adiamento da discussão da renegociação das dívidas dos Estados e municípios com a União. Há ainda a ameaça de Renan de avançar com proposta que dá autonomia ao Banco Central, além de projeto com mudanças no ICMS, principal imposto cobrado pelos Estados. 

Já a Câmara pode decidir se eleva de R$ 380 milhões para R$ 2 bilhões os gastos previstos com funcionalismo.