30 junho, 2017

Corte de verbas deve forçar PF a suspender grandes operações

Carro com agentes da Polícia Federal escoltando o empresário Eike Batista chega ao presídio Aery Franco, no Rio (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)


Os problemas orçamentários da Polícia Federal não se limitam a suspensão da emissão de novos passaportes, conforme anunciado ontem pela instituição. A partir de agosto, a polícia deverá suspender grandes operações de combate a corrupção, inclusive parte das investigações relacionadas à Operação Lava-Jato, segundo disse ao GLOBO da cúpula da instituição. Com o corte de 44% no orçamento determinado pelo governo, a Polícia Federal não terá dinheiro para bancar passagens aéreas e diárias de policiais em viagens pelo país, entre outras despesas essenciais nas grandes operações.

"Em agosto param operações, para tudo. Não tem dinheiro para fazer mais nada", disse o delegado.

Segundo ele, trata-se da mais grave crise financeira da Polícia Federal. O delegado lembra que nas gestões passadas o governo chegou a falar sobre cortes nas verbas da PF várias vezes, mas em nenhum dos casos a ameaça foi concretizada. Mesmo com algumas dificuldades circunstanciais, a polícia teve condições de manter os principais serviços e levar adiante as grandes operações, algumas delas com prejuízos para setores do próprio governo. Agora a situação seria diferente.

Com a escassez de recursos, a polícia não tem como comprar passagens aéreas, pagar diárias ou mesmo bancar voos das próprias aeronaves. Sem isso, delegados não podem planejar grandes operações. Em geral, prisões, conduções coercitivas e buscas de provas dependem da mobilização de policiais em vários estados e não apenas de agentes e delegados do unidade sede da apuração. As missões interestaduais são uma tradição da polícia e tem por objetivo garantir o sigilo e a surpresa da própria ação policial.

"Sem deslocamento de policiais, não tem operação", afirma o delegado.

O orçamento da Polícia Federal é sugerido pela própria instituição. Mas a reserva de recursos depende exclusivamente do governo. Recentemente, o Ministério da Justiça anunciou um corte de 44% , ou quase meio bilhão, na verba prevista inicialmente para a PF. Se a previsão já era considerada baixa, o corte deixou a polícia sem fôlego para manter a máquina em pleno funcionamento. No começo do ano passado, o líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMSB-RR) foi flagrado num conversa gravada dizendo que era preciso "estancar a sangria da Lava-Jato".

"A decisão sobre o orçamento da Polícia Federal é uma escolha do governo. No discurso, o governo diz que não quer interferir no trabalho da polícia. Diz até até que vai aumentar o número de adidos mundo afora. Mas na prática é bem diferente", diz o delegado.

A polícia explica ainda que a suspensão do passaporte é resultado de uma deliberação do governo e não de uma decisão interna da instituição. As verbas para a confecção de passaportes estão previstas em rubrica específica no orçamento. Ou seja, não há espaço para que o diretor-geral resolva, por conta própria, remanejar recursos de outros setores e mantenha a regularidade do atendimento ao público interessado em viagens ao exterior.

Para resolver o problema, o governo teria agora que mandar um pedido de verba suplementar ao Congresso Nacional e, a partir daí, recompor o orçamento para retomar o mais cedo possível a emissão dos passaportes. O presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Luiz Antônio Boundens disse que a paralisação deste tipo de serviço fere o direitos fundamentais das pessoas, sobretudo daquelas que querem viajar ao exterior.

"O Estado não pode limitar o direito de ir e vir das pessoas. Esse é um direito fundamental", disse Boundens.

O sindicalista responsabiliza o governo e a própria administração pela falha. Segundo ele, a polícia errou ao não pedir um volume maior de recursos para a área de passaportes ano passado, quando o orçamento ainda estava sendo elaborado. Um dos diretores da polícia considera a crítica improcedente. Isto porque a própria polícia vinha avisando o governo sobre o risco da suspensão da emissão de passaporte desde o ano passado. Mesmo com o alerta, o governo nada teria feito para evitar o problema.

28 junho, 2017

Vale aprova reestruturação que pulveriza controle da empresa




Apesar de resistências de um grupo de minoritários e de participantes de fundos de pensão, a Vale aprovou nesta terça (27) sua proposta de reestruturação societária, que põe fim ao bloco de controle da empresa, hoje em mãos do Bradesco e de fundos de pensão. 

Em assembleia, os acionistas votaram sete propostas, que representam a primeira fase da reestruturação, anunciada em fevereiro com o objetivo de fortalecer a governança da companhia e permitir seu acesso ao Novo Mercado da bolsa de São Paulo. 

Com a aprovação, as ações preferenciais deixarão de existir, sendo convertidas em ordinárias (com direito a voto). Esse foi o tema que apresentou maior rejeição, com voto contrário dos detentores de 22% das ações. 

Os termos de conversão foram alvo de reclamação do fundo Capital Group, que tem uma fatia de 12% da mineradora. Em questionamento à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o fundo pediu adiamento da assembleia, mas o pedido foi negado na última sexta (23). 

Participantes da Funcef, o fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal, também questionaram a operação na CVM. O pleito ainda está em análise. 

Agora, a Vale dá início ao prazo de 45 dias para que os detentores de um número mínimo de 54,09% das ações preferenciais aceitem aderir à conversão, na qual trocarão cada ação por 0,9342 ação ordinária. 

A proposta prevê ainda a incorporação da Valepar, controlada por Bradesco, Mitsui e os fundos Funcef, Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcesp (Cesp) à Vale, eliminando o bloco de controle da companhia. 

O acordo limita a 25% a participação máxima de um único acionista na empresa. O investidor que quiser ter mais do que isso terá que fazer oferta para comprar a fatia de todos os demais. 

Para acionistas, a medida reduzirá a possibilidade de interferência política na mineradora, que desde a privatização, há 20 anos, vem sofrendo pressões por nomeação de executivos e pela realização de investimentos. 

Embora haja focos de resistência entre os participantes –que temem a queda do valor das ações com o fim do prêmio de controle– os fundos veem na operação uma chance de levantar dinheiro com a venda das ações da mineradora, que era dificultada pelo acordo de acionistas. 

Para a Previ, por exemplo, a mudança era considerada essencial para viabilizar o pagamento de aposentadorias, já que seu principal plano, o Plano 1, é detentor de 15,5% do capital da Vale e estava "preso" ao bloco de controle. 

Com a mudança, boa parte das ações estará livre para negociação a partir de fevereiro de 2018.
A Funcef, que votou a favor da reestruturação, também conta com a possibilidade de venda de ações da empresa. O fundo é detentor de 12,8% da Litel, veículo pelo qual os fundos participam do controle da mineradora. 

A Petros diz que o novo acordo garante maior liquidez para seu principal plano, o Plano Petros do Sistema Petrobras, que concentra 80% do investimento na mineradora e hoje tem déficit no pagamento de dividendos. 

ENTENDA
 
Pela proposta, as ações preferenciais deixarão de existir, sendo convertidas em ordinárias (com direito a voto). E a Valepar, empresa detida por Bradesco e pelos fundos e que exerce o controle da mineradora, será incorporada pela Vale. 

Assim, não haverá mais um bloco de controle definindo os rumos da companhia, o que reduz também os riscos de ingerência política na gestão –hoje, o governo exerce influência por meio dos fundos e do BNDESPar, que também é acionista.

Pelo acordo, um investidor só poderá ter 25% do capital da Vale. Quem quiser ter mais precisará fazer uma oferta para comprar a fatia de todos os demais acionistas. 

A ideia é concluir o processo até o final de 2017. O acordo prevê um período de transição até 2020, no qual parte das ações ficam congeladas. 

ALÍVIO
 
A mudança na estrutura da Vale resolve um problema para os fundos, que estiveram às voltas com rombos bilionários. Hoje, Previ (dos funcionários do BB), Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e Funcesp (Cesp) detêm ações na Vale por meio da Litel –que por sua vez é sócia da Valepar. Com esse modelo, os fundos não podem vender ações a qualquer tempo na Bolsa. 

Para a Previ, a mudança era essencial para viabilizar o pagamento de aposentadorias. A fatia na Vale é o principal ativo do Plano 1, o maior de seus planos, que tem 15,5% do capital total da Vale. Tal fatia, porém, está "presa" no bloco de controle. 

Com a mudança, boa parte das ações estará livre para negociação a partir de fevereiro de 2018, diz a Previ. O restante estará livre em 2020. 

O Plano 1 teve rombo de R$ 13,9 bilhões em 2015, mas os resultados haviam sido revertidos até novembro de 2016. 

A Funcef, que tem 12,8% da Litel, também comemorou a possibilidade de ter opções para a venda de sua fatia, destacando em nota que metade das ações ordinárias poderá ser negociada na Bolsa após seis meses. 

FOLHA

16 junho, 2017

Jornalista Alexandre Garcia é hostilizado em voo

O comportamento covarde dos petistas está virando moda. Essa gente é ridícula.

Eles têm esse comportamento agressivo para se dizerem vítima. Completamente sem noção.

Isso é deprimente!!!

O comentarista político Alexandre Garcia foi hostilizado durante um voo. Ainda na fila para o embarque, o jornalista foi abordado por um manifestante com gritos de "golpista" e "eternamente golpista". 


O militante de esquerda filmou o momento em que provoca Garcia e publicou o vídeo na quinta-feira (15) em um canal do Youtube. De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", os insultos ao jornalista ocorreram durante um voo da Gol entre Brasília e Confins, Minas. 


O manifestante entra na fila e fica logo atrás do âncora da Globo News. "Como é ser golpista? Fala pra gente aqui. Não é a rede Globo não. Aqui é no filter. Você pode falar que vamos publicar sem edição. Como é compactuar com o sistema?", diz. 


Acompanhado por uma mulher, o jornalista permanece o tempo todo de costas ignorando as ofensas enquanto segue normalmente para o seu voo. 


O homem embarca no mesmo avião e até entrar na aeronave continua os ataques. "Golpista! Quis a história que estivéssemos no mesmo voo, né? Vai chamar a polícia federal? Vai ter mi mi mi? Vai dizer que é ódio? Vocês que incentivam o ódio contra o PT, contra o PCdoB, contra a esquerda... A história não te perdoará, golpista", protesta.



O manifestante segue Alexandre Garcia e, mais uma vez, fica atrás dele na entrada do avião. Enquanto isso, canta os versos: "A verdade é dura, a rede Globo apoiou a ditadura". 


"Fica tranquilo, a gente só vai ficar aqui dizendo que a rede Globo apoiou a ditadura, tá? Terrorismo midiático que vocês fazem diariamente a gente não vai fazer", afirma o homem. 


"Eu estou tranquilão. Você está me ameaçando?", responde. 


O mesmo homem que hostilizou Alexandre Garcia havia invadido um link ao vivo da Globo News aos gritos de "Globo golpista". O jornalista se pronunciou sobre o ataque ao jornal "O Estado de S. Paulo". "Ele disse que o piloto poderia ter retirado o rapaz do avião, mas que ele não permitiu. "Não deixei e posso dizer que esse rapaz voou graças a mim. Me deu um poder que eu não tenho. Não dei muita importância". 


A jornalista e apresentadora Miriam Leitão também foi alvo de um ataque durante um voo da companhia Avianca no dia 3 de junho partindo de Brasília com destino ao Rio de Janeiro. Ela fez um relato sobre o caso que foi publicado em sua coluna na terça-feira no jornal "O Globo".

"Sofri ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo. Durante duas horas", disse ela. 


Alexandre Garcia se manifestou em sua conta do Twitter em apoio à colega. 

"Minha solidariedade à Miriam Leitão. Intolerância é o oposto do debate racional. Salve, Miriam!", escreveu. O âncora Chico Pinheiro também se posicionou: "Absurda e covarde a agressão relatada por Míriam. O ódio não constrói um país melhor".

14 junho, 2017

O ódio a bordo

por Míriam Leitão


Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem contra mim e contra a TV Globo. Não eram jovens militantes, eram homens e mulheres representantes partidários. Alguns já em seus cinquenta anos. Fui ameaçada, tive meu nome achincalhado e fui acusada de ter defendido posições que não defendo.

Sábado, 3 de junho, o voo 6237 da Avianca, das19h05, de Brasília para o Santos Dumont, estava no horário. O Congresso do PT em Brasília havia acabado naquela tarde e por isso eles estavam ainda vestidos com camisetas do encontro. Eu tinha ido a Brasília gravar o programa da Globonews.

Antes de chegar ao portão, fui comprar água e ouvi gritos do outro lado. Olhei instintivamente e vi que um grupo me dirigia ofensas. O barulho parou em seguida, e achei que embarcariam em outro voo.

Fui uma das primeiras a entrar no avião e me sentei na 15C. Logo depois eles entraram e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem. Por coincidência, estavam todos, talvez uns 20, em cadeiras próximas de mim. Alguns à minha frente, outros do lado, outros atrás. Alguns mais silenciosos me dirigiram olhares de ódio ou risos debochados, outros lançavam ofensas.
— Terrorista, terrorista — gritaram alguns.

Pensei na ironia. Foi “terrorista” a palavra com que fui recebida em um quartel do Exército, aos 19 anos, durante minha prisão na ditadura. Tantas décadas depois, em plena democracia, a mesma palavra era lançada contra mim.

Uma comissária, a única mulher na tripulação, veio, abaixou-se e falou:
— O comandante te convida a sentar na frente.

— Diga ao comandante que eu comprei a 15C e é aqui que eu vou ficar — respondi.

O avião já estava atrasado àquela altura. Os gritos, slogans, cantorias continuavam, diante de uma tripulação inerte, que nada fazia para restabelecer a ordem a bordo em respeito aos passageiros. Os petistas pareciam estar numa manifestação. 

Minutos depois, a aeromoça voltou:
— A Polícia Federal está mandando você ir para frente. Disse que se a senhora não for o avião não sai.

— Diga à Polícia Federal que enfrentei a ditadura. Não tenho medo. De nada.

Não vi ninguém da Polícia Federal. Se esteve lá, ficou na porta do avião e não andou pelo corredor, não chegou até a minha cadeira.

Durante todo o voo, os delegados do PT me ofenderam, mostrando uma visão totalmente distorcida do meu trabalho. Certamente não o acompanham. Não sou inimiga do partido, não torci pela crise, alertei que ela ocorreria pelos erros que estavam sendo cometidos. Quando os governos do PT acertaram, fiz avaliações positivas e há vários registros disso.

Durante o voo foram muitas as ofensas, e, nos momentos de maior tensão, alguns levantavam o celular esperando a reação que eu não tive. Houve um gesto de tão baixo nível que prefiro nem relatar aqui. Calculavam que eu perderia o autocontrole. 

Não filmei porque isso seria visto como provocação. Permaneci em silêncio. Alguns, ao andarem no corredor, empurravam minha cadeira, entre outras grosserias. Ameaçaram atacar fisicamente a emissora, mostrando desconhecimento histórico mínimo: “quando eles mataram Getúlio o povo foi lá e quebrou a Globo”, berrou um deles. Ela foi fundada onze anos depois do suicídio de Vargas.

O piloto nada disse ou fez para restabelecer a paz a bordo. Nem mesmo um pedido de silêncio pelo serviço de som. Ele é a autoridade dentro do avião, mas não a exerceu. A viagem transcorreu em clima de comício, e, em meio a refrões, pousamos no Santos Dumont. A Avianca não me deu — nem aos demais passageiros — qualquer explicação sobre sua inusitada leniência e flagrante desrespeito às regras de segurança em voo. Alguns dos delegados do PT estavam bem exaltados. 

Quando me levantei, um deles, no corredor, me apontou o dedo xingando em altos brados. Passei entre eles no saguão do aeroporto debaixo do coro ofensivo.

Não acho que o PT é isso, mas repito que os protagonistas desse ataque de ódio eram profissionais do partido. Lula citou, mais de uma vez, meu nome em comícios ou reuniões partidárias. Como fez nesse último fim de semana. É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma jornalista e continuarei fazendo meu trabalho.

(Com Alvaro Gribel, de São Paulo)


 As feministas de plantão não se mobilizaram em defesa da Mulher Jornalista, Mirian Leitão, que faz, muito brilhantemente, o seu trabalho de levar a informação aos lares brasileiros.

O petismo cada dia demonstra seu ódio a quem o combate. Além da covardia da agressão de muitos contra apenas uma pessoa, há também a absurda insensatez de comportamento jogando a culpa das suas ações corruptas nas costas daqueles que cujo trabalho é  informar a população de incautos que, por ventura, ainda acreditam neles.


01 junho, 2017

Exclusivo: Ex-presidente da Previ Ricardo Flores é investigado

Resultado de imagem para Ricardo Flores, ex-presidente da Previ.A Polícia Federal abriu inquérito para investigar Ricardo Flores, ex-presidente da Previ. Flores também foi vice-presidente de crédito do banco estatal.



Ele será investigado por suspeita de lavagem de dinheiro na aquisição de um imóvel quando presidia o fundo de pensão dos servidores do BB.


A delegada Rúbia Pinheiro assina a portaria de abertura do inquérito, obtida por O Antagonista.


O pedido de investigação partiu do procurador Anselmo Lopes, responsável pela Greenfield e pela negociação do acordo de leniência com a JBS.


Autor: www.oantagonista.com
Fonte: www.oantagonista.com