Vice-presidente da Câmara apontado como
um dos beneficiários da Lava Jato, Waldir Maranhão declarou que possuía
R$ 16 mil em seu registro de candidatura para as eleições de 2010. No
entanto, doou R$ 557 mil para a própria campanha
Mesmo
tendo declarado apenas R$ 16 mil em espécie e nenhum centavo em conta
bancária durante as eleições de 2010, o vice-presidente da Câmara,
deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA), doou R$ 557 mil para sua
própria campanha eleitoral de 2010. O parlamentar está sob investigação
no Supremo Tribunal Federal (STF), apontado como um dos beneficiários do
pagamento mensal de propina fruto do esquema de corrupção da Petrobras
descoberto na Operação Lava Jato.
Conforme as delações premiadas do doleiro Alberto Youssef, operador
financeiro do esquema, Maranhão fazia parte da ala de “menor expressão”
do PP em 2010 e recebeu repasses mensais que variavam de R$ 30 mil a R$
50 mil. O parlamentar sempre negou relações com o doleiro.
Segundo as prestações de contas do candidato referentes ao pleito de
2010, ele efetuou dez transferências bancárias para sua própria
campanha: quatro em setembro e seis em outubro. As transferências
realizadas em setembro ocorreram no mesmo dia. Houve, no dia 20 de
setembro, um repasse de R$ 10,3 mil, outro de R$ 60 mil e mais dois de
R$ 86 mil cada.
Em outubro, mais seis transferências. No dia 15, houve dois repasses
no valor de R$ 86 mil cada. No dia 21, Maranhão contabilizou R$ 33,2 mil
para a campanha. Já no dia 29, o parlamentar fez mais três
transferências: uma de R$ 10 mil, outra de R$ 46,5 mil e a última de R$
53,4 mil.
O volume de recursos que Maranhão desembolsou para sua campanha
eleitoral foi superior até mesmo que as doações oficiais do diretório
nacional do PP. Na época, a legenda transferiu R$ 90 mil para as contas
do então candidato. Na prática, 67% daquilo que ele gastou na campanha
eleitoral saiu do próprio bolso, segundo sua prestação de contas.
Atualmente, de acordo com sua declaração de patrimônio, o atual
vice-presidente da Câmara disse possuir R$ 776,5 mil em bens. Esse valor
é correspondente a uma casa avaliada em R$ 300 mil, um automóvel de R$
160 mil e dois consórcios, um de R$ 120 mil e outro de R$ 180 mil. Além
destes bens, Maranhão afirmou que tinha R$ 16 mil em espécie. O Congresso em Foco tentou contato com o parlamentar, mas não obteve resposta.
Valei-me meu padim ladroeiro, digo, padroeiro de São Bernardo do Campo. A farra parrece que acaba de começar: êh, êh...
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