Em pronunciamento realizado na tarde desta segunda-feira (16) no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff declarou que o que ela viu neste domingo (15) pelas ruas de todo o país foi uma manifestação "pacífica e sem violência".

"Ontem quando eu vi como ocorreu na sexta-feira (13), centenas de milhares de cidadãos brasileiros e brasileiras se manifestando pelas ruas, não pude deixar de pensar que valeu a pena lutar pela liberdade e pela democracia. Este país está mais forte que nunca", disse a presidente.

Dilma falou durante cerimônia em que foi sancionado o texto do novo Código do Processo Civil. Assim como seus ministros - da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto e o de Minas e Energia, Eduardo Braga - já disseram em pronunciamentos na noite de ontem e na manhã desta segunda-feira, Dilma reforçou a ideia de um diálogo aberto entre GOverno e sociedade.

Falando sobre democracia, a presidente defendeu que é preciso respeitar as urnas, as ruas onde são feitas as manifestações livres e ouvir com atenção todas as vozes. "Ouvir é a palavra. Dialogar é a ação. O sentimento tem que ser de humildade e firmeza", bradou.

Bem como disse Eduardo Braga em coletiva de imprensa cedida nesta segunda-feira, Dilma reforçou o "esgotamento" do modelo anticíclico. "Nós somos obrigados a fazer alguns ajustes e correções para continuar crescendo. É importante acrescentar que não estamos encerrando as nossas políticas", explicou.

Sobre a crise econômica que o Brasil vive, Dilma Rousseff foi enfática e disse que seu Governo tem a responsabilidade com a estabilidade econômica, uma vez que esta garante empregos e crescimento para o país. No entanto, a presidente disse também que a responsabilidade é "de todos nós [brasileiros]".

"Meu compromisso é governar para 203 milhões de brasileiros, seja quem votou em mim ou quem não votou em mim, seja quem participou das manifestações ou de quem não participou das manifestações", finalizou.

Após discurso, Dilma Rousseff ainda falou sobre corrupção e disse que esta "não poupa ninguém": "ela atinge a todos. Até em empresas privadas". A presidente relembrou as fraudes bancárias em 2002 e disse que irá tratar a corrupção com vigilância, instituição e leis para impedir que ela ocorra. "O combate à corrupção começa através de processo educacional. O fato de você não querer ganhar vantagem em tudo. Valorizar o trabalho e a pessoa que conquistou aquilo com seu próprio valor. Uma pessoa não pode cometer pequenas infrações, porque ela cria ambiente de permissividade", finalizou.