Em um momento em que enfrenta uma crise política e protestos de ruas,
documento reservado do governo Dilma Rousseff admite que sua
comunicação foi "errada e errática", mas avalia que "a crise é maior do
que isso".
O documento, de autoria da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República, diz que os "eleitores de Dilma e Lula estão
acomodados brigando com o celular na mão, enquanto a oposição bate
panela, distribui mensagens pelo Whatsapp e veste camisa verde-amarela".
O arquivo foi divulgado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e depois
obtido pela
Folha.
Em seguida, afirma que "dá para recuperar as redes, mas é preciso, antes, recuperar as ruas". Segundo a Folha
apurou, o texto é de responsabilidade do ministro Thomas Traumann e
chegou à imprensa num momento em que setores do PT fazem uma nova
ofensiva para controlar diretamente a comunicação oficial do Palácio do
Planalto, principalmente a distribuição de verbas públicas para bancar a
publicidade oficial.
Nos últimos dias, setores do PT têm criticado a comunicação do governo e
defendido mudanças no setor. Uma proposta do partido é transferir para o
Ministério das Comunicações, comandado pelo partido, o controle da
publicidade do governo.
O documento, que faz parte do trabalho de análise de conjuntura feito
semanalmente pela Secom para a presidente da República, é dividido em
três tópicos: onde estamos, como chegamos até aqui e como virar o jogo?
Depois das críticas à comunicação do governo e à atuação do PT em defesa
do governo, o documento anota em seu terceiro capítulo que "não será
fácil virar o jogo", mas aponta que "a entrevista presidencial deste dia
16 foi um excelente início", avaliando que Dilma Rousseff falou "com
firmeza sobre sue compromisso com a democracia", explicou de "forma
fácil a necessidade do ajuste fiscal" e assumiu "falhas como a da
condução do Fies".
Segundo o texto, a "presidente deu um rumo novo na comunicação do governo", mas "não pode parar".
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