-  Daniel Scelza/ABI/Agência O Globo Renato Duque foi preso nesta segunda (16) pela Polícia Federal no Rio Renato Duque foi preso nesta segunda (16) pela Polícia Federal no Rio
 
No despacho em que mandou prender preventivamente Renato Duque,
 o juiz federal Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Operação Lava 
Jato, ressaltou que é "assustador" o fato de que o pagamento de propinas
 para o ex-diretor de Serviços da Petrobrás continuou ocorrendo ainda no
 segundo semestre de 2014 - meses depois da deflagração da investigação 
sobre o esquema de corrupção na estatal petrolífera.
 
 O 
magistrado destacou que o rastreamento bancário mostra que Duque 
"transferiu os saldos milionários de suas contas na Suíça para contas em
 instituições financeiras em outros países, entre eles o Principado de 
Mônaco". Todos os ativos nas contas de Duque já foram bloqueados pelo 
principado.
 As autoridades do principado de Mônaco embargaram, 
nos últimos dias, valores em contas offshore controladas por Renato 
mantidas no Banco Julius Baer: conta em nome da off shore Milzart 
Overseas Holdings Inc, com saldo de 10,3 milhões de euros; e conta em 
nome de Pamore Assets Inc, com saldo de 10,2 milhões de euros. O total 
de 20,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 70 milhões).
 "Esses
 fatos encontram prova documental nos autos, inclusive a afirmação 
expressa das autoridades de Monaco de que as duas contas são controladas
 por Renato Duque", anota o juiz Sérgio Moro. "Oportuno destacar que 
Renato Duque não declarou, à Receita Federal, qualquer valor mantido no 
exterior, que jamais admitiu perante o Juízo ou ao Supremo Tribunal 
Federal que teria contas no exterior, e ainda que o montante bloqueado é
 absolutamente incompatível com os rendimentos que recebia como 
ex-diretor da Petrobrás."
 O rastreamento mostra que ainda no 
segundo semestre de 2014, a conta em nome da offshore Milzart Overseas, 
no Banco Julius Baer no Principado de Monaco, que tinha como 
beneficiário e controlador Renato Duque, recebeu, em diversas operações 
de crédito, cerca de US$ 2,2 milhões. Já a conta em nome da offshore 
Pamore Assets, no Banco Julius Baer, também no Principado de Monaco 
recebeu, no segundo semestre de 2014, a quantia de 209 mil euros.
 "Esses valores foram provenientes de contas mantidas em nome das 
offshores Tammaroni Group e Loren Ventures, no Banco Lombard Odier, na 
Suíça, que também seriam controladas por Renato Duque, ainda em 2014", 
assinala o juiz Moro.
 O juiz da Lava Jato citou, na decisão, o 
ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, que 
detinha soma superior a US$ 26 milhões em contas na Suíça. "Os indícios 
são de que Renato Duque, com receio do bloqueio de valores de suas 
contas na Suíça, como ocorreu com Paulo Roberto Costa, transferiu os 
fundos para contas no Principado de Monaco, esperando por a salvo seus 
ativos criminosos."
 O juiz destacou trechos do relato do 
engenheiro Shinko Nakandakari, apontado como um dos onze operadores de 
propinas na Diretoria de Serviços, cota do PT na Petrobrás. Em delação 
premiada, Shinko revelou ter intermediado o pagamento de propinas da 
empreiteira Galvão Engenharia a Pedro Barusco, ex-gerente e braço 
direito de Duque. Segundo Shinko, os repasses a Duque eram realizados 
"em valores milionários".
 "(Shinko) Declarou que entregou pelo 
menos R$ 1 milhão em espécie a Renato Duque", assinala o juiz no novo 
decreto de prisão contra Duque.
"O mais assustador é que Shinko confessou o pagamento de propinas ainda no segundo semestre de 2014, quando a assim denominada Operação Lava Jato já havia ganho notoriedade na imprensa. Indagado, admitiu que, mesmo com a notoriedade da investigação, nem ele ou a empreiteira sentiram-se tolhidos em persistir no pagamento de propinas, o que também parece ser o caso de Renato Duque, já que realizou operações de lavagem em 2014, já durante o curso das investigações."
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6.mar.2015
 - Vista do prédio do Congresso Nacional, em Brasília, horas antes da 
divulgação dos nomes dos políticos que serão investigados por possível 
envolvimento em corrupção. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) 
Teori Zavascki autorizou a abertura de inquérito contra 47 políticos 
para apurar a participação deles no esquema investigado pela operação 
Lava Jato, que apura irregularidades na Petrobras. Ao todo, são 22 
deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-governadora 
de seis partidos (PMDB, PT, PP, SD, PSDB e PTB). Há mais pessoas que 
serão investigadas, mas não têm ou tiveram cargos eletivos. São elas o 
tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o lobista Fernando Baiano. Quatro
 políticos tiveram pedido de abertura de inquérito arquivado. A 
investigação do ex-ministro Antônio Palocci foi remetido à Justiça 
Federal do Paraná André Dusek/Estadão Conteúdo
UOL
 

 
 
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