18 março, 2015

Suíça congela US$ 400 milhões ligados ao escândalo na Petrobras

O Ministério Público da Suíça informou nesta quarta-feira (18) que devolveu ao Brasil até agora US$ 120 milhões desviados do esquema na Petrobras. Ao todo, a procuradoria diz ter congelado US$ 400 milhões e aberto nove investigações sobre o caso no país. O montante equivale R$ 1,3 bilhão.



As informações são do procurador-geral da Suíça, Michael Lauber. Ele está em Brasília participando de reuniões com procuradores brasileiros, alguns deles integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato.


Mais cedo, a procuradoria suíça já havia divulgado nota em que disse ter recebido cerca de 60 relatos de suspeitos de lavagem de dinheiro ligados ao escândalo de corrupção na Petrobras. Até agora, diz, 300 contas bancárias vinculadas a 30 bancos na Suíça foram vasculhadas por "aparentemente" integrarem o esquema de desvios de dinheiro no Brasil.


De acordo os suíços, a maioria dos beneficiários dessas contas são empresas, altos executivos da Petrobras e fornecedores –todos ligados, direta ou indiretamente, com as suspeitas de propina na Petrobras.


Segundo a Folha apurou, pelo menos US$ 77 milhões desse montante foram transferidos pela empresa holandesa SBM Offshore, fornecedora da Petrobras, a duas offshores do brasileiro Julio Faerman, seu representante no Brasil até 2012.


Entre 2003 e 2013, segundo documentos da procuradoria suíça, uma dessas offshores, a Jandell Investments, recebeu US$ 36 milhões, e a outra, a Bien Faire, US$ 46 milhões. 


Somente dessas duas empresas de Faerman, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco teria recebido US$ 22 milhões, sendo US$ 8 milhões por meio de sua própria offshore, a Tropez Real State.


Ao todo, Faerman, apontado como elo do pagamento de propinas da SBM a funcionários da Petrobras, recebeu US$ 139 milhões por serviços prestados à empresa holandesa.


Só o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que admitiu ter recebido propina, se comprometeu a repatriar US$ 67 milhões dos US$ 97 milhões que diz manter em contas na Suíça. Segundo os procuradores brasileiros, R$ 182 milhões desse dinheiro já foram devolvidos ao Brasil.


As autoridades informaram ainda que abriram investigação contra oito brasileiros, além de outras pessoas que ainda não podem ser identificadas.


O procurador-geral suíço classificou o caso Petrobras como "importante". Ele contou que sua unidade bloqueou, ao todo, 5,5 bilhões de francos suíços referentes a escândalos de corrupção. Ele não precisou, porém, o período em que esse valor foi bloqueado nem a quais casos se refere.


Lauber passou dois dias em Brasília conversando com o procurador-geral da República brasileiro, Rodrigo Janot. As autoridades suíças dizem ter "grande interesse em contribuir para a resolução do escândalo através de suas próprias investigações".

 
INDEPENDÊNCIA


Lauber disse que, assim como ocorre com seus colegas no Brasil, o objetivo do Ministério Público suíço é montar denúncias consistentes o suficiente para "obter decisões claras" da Justiça no combate a corrupção e lavagem de dinheiro. 


Perguntado quais são os brasileiros investigados no exterior, ele justificou que não citaria nomes para respeitar o sigilo dos inquéritos. 


SOLIDARIEDADE
 

Mais cedo, um grupo de parlamentares, entre eles o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), foi à Procuradoria-geral da República para prestar solidariedade a Rodrigo Janot. 


Eles se reuniram com o PGR e entregaram um manifesto de apoio ao trabalho do Ministério Público Federal. O movimento foi uma resposta às críticas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Rodrigo Janot. 

Investigado por suspeita de participação no esquema de Petrobras, Cunha vem acusando o procurador-geral de "escolher quem investigar", ignorando critérios técnicos.


Meus mais efusivos parabéns à Polícia federal, pelo dinheiro de mãos pródigas de volta à Patria.



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