Protestos de março de 2015
"Só não posso aceitar golpismo. Não posso aceitar a vontade de
desrespeitar a decisão do povo." "Não é possível a gente não aceitar a
regra do jogo. A eleição acabou. Terceiro turno não pode ocorrer a não
ser que se queira uma ruptura democrática."
A primeira frase foi dita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), em julho de 1999. A segunda, pela presidente Dilma Rousseff
(PT), há seis dias.
Menos de um mês após tomar posse como presidente reeleito, FHC viu um
dos principais nomes do PT na época, Tarso Genro (RS), pedir que
renunciasse ao cargo.
Editoria de arte/Folhapress | ||
O hoje ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP), acusou FHC de
estelionato eleitoral em fevereiro: "O governo subordinou qualquer
correção de rota [na economia] ao calendário eleitoral e perdeu
oportunidade de administrar o ajuste".
Em maio daquele ano, o PT decidiu assumir a defesa do impeachment e começou a organizar uma grande manifestação contra o tucano.
O ex-presidente Lula, que havia perdido a eleição, chamou o governo
tucano de "quadrilha" –arsenal parecido com o qual é alvejado hoje. Como
se a história desse voltas, o enredo agora se repete, mas com os
partidos em polos opostos.
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