Grupo protesta em defesa pelo Brasil e pela democracia em Recife; manifestação foi convocada pela CUT Acompanhe
Apesar do tom de cobrança ao governo federal, os protestos organizados
por CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra) e movimentos sociais na manhã desta
sexta-feira (13) rebatem pedidos de impeachment, e muitos manifestantes
defendem a presidente Dilma Rousseff.
O mote principal dos atos é a "defesa da Petrobras", além de críticas às
medidas de ajuste fiscal. Segundo o presidente nacional da CUT, Vagner
Freitas, o ato "não é nem contra nem a favor do governo, mas sim pela
normalidade da democracia".
Os protestos ocorreram em pelo menos 12 Estados, e devem se estender a outras capitais durante a tarde.
No Recife, há várias bandeiras e camisetas da campanha da reeleição de
Dilma, além de faixas que clamam por reformas políticas. "Contra a
corrupção, o capitalismo, os neoliberais, a mídia conservadora e contra
qualquer golpe", diz uma delas.
Também havia camisetas com a imagem da presidente e a mensagem "renovar a
esperança". Mulheres exibiam placas pró-Dilma, como "Quem venceu,
governa, apesar do ódio das elites", "Derrotados nas urnas atacam a
democracia, não ao golpe" e "Avante, Dilma, estamos na luta".
Segundo os organizadores, o ato reuniu 5.000 pessoas na capital de
Pernambuco. A companhia de trânsito da cidade estima em 2.000 pessoas.
O cenário é parecido ao de Salvador, que reuniu cerca de 800 pessoas,
segundo a Polícia Militar. "Respeitem a soberania popular e a
democracia" e "Todos pela democracia, abaixo os golpistas" foram duas
das faixas erguidas pelos manifestantes.
Em Fortaleza, manifestantes gritaram "Fora o golpe" e "Viva a
democracia", empunhando cartazes que condenam os pedidos de impeachment,
como "A militância feminina apoia Dilma". O ato reuniu 3.000 pessoas,
segundo os manifestantes.
"Pautamos a defesa da Petrobras contra a privatização, a reforma
política, a reforma agrária e a defesa da democracia. Não ao golpe da
direita", diz Antônia Ivoneide Melo Silva, da direção estadual do MST.
Em Cuiabá, cerca de 500 pessoas, segundo a PM, gritaram várias frases de
apoio à presidente Dilma e criticando o que chamam de "golpismo".
IMPEACHMENT
O vice-presidente Michel Temer disse nesta sexta que é "absolutamente
inviável e impensável" falar em impeachment. Segundo ele, manifestações
são "legítimas" e até boas para a democracia, desde que sejam pacíficas,
sem agressões a pessoas e a patrimônios.
"Sobre essa história de impeachment, eu nem falo nisso, porque é
absolutamente inviável, impensável, é uma quebra da institucionalidade
que não é útil para o país. Se o país passa uma dificuldade, você supera
essa dificuldade, mas não pensa nessa hipótese", disse Temer, primeiro
na hierarquia de uma eventual vacância do cargo.
O deputado Jair Bolsonaro protocolou nesta sexta, na Câmara, um pedido de impeachment da presidente Dilma.
Considerado um dos deputados mais conservadores e crítico do PT, o
congressista recorre principalmente ao esquema de corrupção na
Petrobras, investigado pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, para
justificar o pedido.
O Solidariedade, partido do deputado Paulinho da Força (SP), anunciou nesta quinta que pretende usar as manifestações para dar fôlego à campanha pelo impeachment. A meta do partido é reunir 1 milhão de assinaturas para entregar ao Congresso um pedido formal para a retirada da petista do comando do país.
FOLHA
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