Protestos de março de 2015
O líder do MST (Movimento dos Sem Terra), João Pedro Stedile, disse
nesta sexta-feira (13) em manifestação no centro do Rio que não aceita
"infiltração de capitalistas" e do ministro Joaquim Levy (Fazenda) no
governo federal. Ele pediu também que a presidente Dilma Rousseff "saia
do Palácio" para ouvir os trabalhadores.
Stedile foi o último a discursar no carro de som da manifestação em
defesa da Petrobras e contra o impeachment da presidente. Eles saíram da
Cinelândia e caminharam em direção à sede da estatal. De acordo com a
Polícia Militar, 1.500 pessoas participam do ato. Segundo os
organizadores, o ato foi acompanhado por 5.000 pessoas.
"Já chega de infiltração de capitalista no governo. Não aceitamos a
infiltração de um tal de [Joaquim] Levy", disse do ministro da Fazenda.
"Não podemos fazer ajuste às custas do trabalhador. A crise que o Brasil
vive é culpa dos capitalistas. Não aceitamos a redução do direito da
classe trabalhadora. Dilma, saia do palácio e venha para rua ouvir os
trabalhadores", defendeu Stedile.
Ricardo Borges/Folhapress | ||
João Pedro Stedile, líder do MST, na manifestação pró-governo no Rio |
O líder do MST afirmou que a corrupção na estatal foi causada por "meia
dúzia de filhos da puta". Ele afirmou que "a Globo quer iludir e dizer
que esses caras são de esquerda, que são do PT". "Não, eles são ladrões.
Lugar de corrupto é na cadeia. Corrupção existe no Brasil desde que
chegou o primeiro europeu aqui." O líder o MST defendeu também que não
haja redução de pena para os delatores do esquema na Petrobras.
Stedile afirmou que a solução para o fim da corrupção é a adoção do
financiamento público de campanha e a reforma política, através de uma
Assembleia Constituinte –como proposto pela presidente Dilma 2013, sem
sucesso. Ele criticou o ministro Gilmar Mendes por travar o julgamento
sobre a inconstitucionalidade de doações de empresas nas eleições. Ele
pediu vista do processo quando a proibição vencia com 6 dos 11 votos do
plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).
"É ilusão esperar que o Congresso faça a reforma. Queremos Assembleia
Constituinte para esse país. Uma Assembleia que vá ouvir o povo na rua.
Dez empresas brasileiras elegeram 70% do Parlamento. Temos bancada
ruralista, da Vale, do Bradesco, do Itaú e da puta que o pariu, e não do
trabalhador", disse Stedile.
Ele também afirmou que aceita a disputa "nas ruas" com a "burguesia".
"Há 40 mil paulistas nas ruas, há gente em Brasília, Salvador e
Pernambuco. Burguesia, não se atrevam a falar em golpe. Nós defendemos a
democracia e o direito legítimo de eleger nas urnas os nossos
representantes. Eles querem disputar conosco nas ruas e nós aceitamos. O
povo pode não ter a maioria nos tribunais, no Congresso, mas temos a
maioria das ruas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O Blog Olhar de Coruja deseja ao novo Presidente Jair Messias Bolsonaro tenha grande êxito no comando do nosso País.