A PGR (Procuradoria-Geral da República) entregou na noite desta
terça-feira (3) ao STF (Supremo Tribunal Federal) o pedido de
investigação contra 54 pessoas, dentro de 28 inquéritos, que estariam
envolvidas na operação Lava Jato, que investiga o desvio de verbas na
Petrobras.
Do total de investigados, há políticos com foro privilegiado e também
pessoas sem o benefício. Além dos 28 pedidos de inquérito, a PGR fez
sete pedidos de arquivamento de investigações. A PGR e o Supremo não
informaram os nomes das pessoas que poderão ser investigadas, já que o
processo corre em segredo de justiça. O STF é quem decide se a lista se
tornará pública. O ministro Marco Aurélio Mello defendeu a divulgação.
Os pedidos de investigação contra o chamado núcleo político do esquema
investigado pela operação Lava Jato chegaram ao STF quase um ano depois
da deflagração da primeira etapa da ação, em 17 de março de 2014.
A entrega da lista ao STF não significa que os políticos ou pessoas
ligadas ao caso são culpadas e serão condenadas. Os pedidos de abertura
de inquérito são a primeira etapa de um processo que deverá ser longo,
segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Para que a investigação seja iniciada, o ministro relator, Teori
Zavascki, precisa autorizar medidas como emissão de mandados de busca e
apreensão de documentos, interceptações telefônicas e quebra de sigilos
telefônico, fiscal e bancário.
Os pedidos de abertura de inquérito solicitadas pela PGR se basearam
nos depoimentos de dezenas de pessoas, entre elas aquelas que são
consideradas as principais delatoras do esquema: o doleiro Alberto
Youssef, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e
o ex-gerente de engenharia da estatal Pedro Barusco. De acordo com
dados preliminares repassados pela PF, pelo menos R$ 10 bilhões teriam
sido desviados.
Ainda segundo as investigações da PF, o esquema funcionava a partir do
superfaturamento de contratos da Petrobras junto a empreiteiras. Parte
do dinheiro superfaturado seria encaminhada a partidos e políticos.
Segundo Barusco, o PT teria recebido até R$ 200 milhões em propinas.
Além do PT, políticos do PP, PMDB, PSB e PSDB teriam recebido dinheiro
proveniente do esquema.
As investigações da Lava Jato já geraram 19 ações penais e cinco cíveis
na Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os casos relacionados a
réus que não têm foro privilegiado.
Entre os réus, estão executivos das principais empreiteiras do país: a
Camargo Corrêa, a UTC, a OAS, a Engevix, a Galvão Engenharia e a Mendes
Jr.
Os processos envolvendo as construtoras já estão em fase de audiências e
as testemunhas de defesa serão ouvidas ao longo do mês de março.
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26.fev.2015
- Hotel Príncipe da Enseada, do doleiro Alberto Youssef, é saqueado e
pichado em Porto Seguro, na Bahia. Apontado como operador do esquema de
corrupção na Petrobras, Youssef disse à Justiça que os estabelecimentos e
bens que abriu mão são fruto de dinheiro oriundo de atividade criminosa
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