Sex, 13/03/2015 às 07:19
| Atualizado em: 13/03/2015
às 11:22
Gabrielli vai a ato em defesa da Petrobras em Salvador
Centenas de trabalhadores da Petrobras e representantes de centrais
sindicais se concentram na manhã desta sexta-feira, 13, em frente à sede
da empresa, no Itaigara, em um ato nacional de defesa da estatal.
Presente na manifestação, o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio
Gabrielli (PT), voltou a negar que exista um esquema de corrupção dentro
da estatal. Ele afirmou que as irregularidades são frutos de atos
individuais. O teor do discurso é o mesmo que deu durante a CPI que
investiga irregularidades na empresa, realizado nesta quinta, 12, na
Câmara dos Deputados.
Bem recebido pelos manifestantes, Gabrielli ainda elogiou a Operação
Lava Jato e afirmou que é necessário punir os envolvidos. O
ex-presidente da estatal ainda declarou que ficou surpreso com dados de
corrupção dentro da empresa.
A manifestação pacífica conta com a participação de integrantes dos
sindicatos dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB) e dos
Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira (Sintracom-BA) e
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de
representantes dos rodoviários, frentistas e outras categorias
profissionais.
Paulo César Martins, dirigente do Sindicato dos Petroleiros da Bahia
(Sindipetro-BA) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), afirma que a
manifestação é em apoio à Petrobras e à punição dos corruptos
envolvidos na Operação Lava Jato.
Ainda segundo Martins, o ato é contra o sentimento de golpismo que se
instaurou para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "É
preciso que se respeite a democracia e que se prenda os corruptos",
disse o dirigente da Sindipetro.
Para Martins, a Petrobras e as empresas envolvidas não devem ser
prejudicadas. Ele acredita que os corruptos devem ser punidos, mas as
atividades das empresas não. "Muitas obras estão paradas do País. E isso
prejudica toda a população", disse.
Combate à corrupção
Além destes, também estão presentes deputados estaduais e federais,
entre eles Rolemberg Pinto, Alice Portugal, Jorge Solla, Daniel Almeida,
Valmir Assunção e Davidson Magalhães.
"Este ato é uma grande luta em defesa da Petrobras e combate à
corrupção. Este governo deu qualidade de vida à população e atuou a
favor dos direitos da classe trabalhadora. Uma reforma política é
necessária para acabar com os financiamentos de campanha por empresas
privadas e, consequentemente, com o poder econômico de diversos
políticos que estão no Congresso", disse Solla, que clamou o povo para
ir á rua em "uma grande onda vermelha de combate à corrupção".
Já a deputada Alice Portugal, as manifestações devem voltar às suas
origens, na luta do povo e dos trabalhadores. "Esta tentativa de golpe
contra a democraicia é um devaneio que deve ser combatido, por isso
temos de reagir. Quem viveu a ditadura sabe que isso não é bom.
Entretanto, os manifestantes devem ter altivez e independência para
cobrar as pautas do governo", afirmou ela.
Reivindicações
A diretora da APLB, Marilene Betros, ressalta que este não é um
movimento político a favor da presidente Dilma Rousseff, mas sim pela
democracia. "A Petrobras é um bem do Brasil, e não pode ser privatizada
nem destruída. Somos a favor das investigações contra a corrupção, mas
que isto não reflita no funcionamento da empresa. A APLB apoia este ato
porque os royalties do pré-sal foram destinados à Educação e isto
poderia prejudicar os investimentos nesta área", explica.
Outros participantes ratificaram que o propósito do movimento é
defender a estatal, e não o governo. Alguns deles, inclusive,
aproveitaram o momento para criticar as recentes mudanças relacionadas
aos direitos trabalhistas e ajustes fiscais.
Trabalhadores protestam em frente a sede da Petrobras (Foto: Paula Pitta | Ag. A TARDE)
Os primeiros trabalhadores chegaram ao local por volta de 6 horas. O
ato faz parte de um movimento nacional convocado pela Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e pelo Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), e
ocorre também nos estados do Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de
Janeiro.
Viaturas da Polícia Militar (PM-BA) estão no local para organizar o
fluxo de pessoas e veículos. O trânsito segue congestionado na via
transversal, mas flui normalmente na avenida principal.
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