Protestos de março de 2015
O Palácio do Planalto teme que haja confronto nos atos desta sexta-feira
(13) entre ativistas de grupos como o Revoltados Online, contrário ao
governo, e manifestantes de sindicatos e movimentos sociais alinhados ao
PT, o que poderia gerar combustível extra para as manifestações contra a
presidente Dilma Rousseff no domingo (15).
Entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a UNE (União Nacional dos
Estudantes) prometem ir às ruas nesta sexta em 23 capitais. Em São
Paulo, um dos grupos que pede o impeachment da petista promete aparecer
no mesmo horário e local da concentração dos movimentos sociais, a
avenida Paulista.
O temor de confrontos foi antecipado pela coluna Painel
de quinta-feira. Para o Planalto, um eventual embate nas ruas teria
potencial para insuflar o protesto do domingo, convocado por grupos
contrários ao governo em ao menos 62 cidades.
A pauta dos atos desta sexta preocupa o governo em igual medida. O tema
difuso de "defesa da Petrobras", mote inicial da convocação dos
sindicalistas e movimentos sociais, tenderá na avaliação governista a
ser engolido pela parte negativa para a presidente do ato: a crítica às
medidas de ajuste fiscal.
MAPA DOS PROTESTOS DE MARÇO DE 2015
A convocatória do evento desta sexta dá mais ênfase aos pontos contra o
governo do que a favor. A impressão deixada pelos sindicalistas que
estiveram na quarta (11) no Planalto para falar sobre suas demandas foi
ruim.
Um fator a mais preocupa o governo: a insatisfação de estudantes
dependentes do Fies, programa de financiamento que está travado devido a
mudanças que o governo fez. Até aqui, esses alunos eram personagens de
propaganda eleitoral do PT.
Desde que o problema chegou ao noticiário, com relatos de alunos
incapazes de acessar o sistema do Fies na internet para solicitar o
auxílio, o governo passou a monitorar redes sociais visando identificar
insatisfações.
Há um temor de que estudantes engrossem o coro contrário a Dilma no
domingo, desmantelando assim parte do discurso de defesa do PT, segundo o
qual o ato é algo feito pela "burguesia".
Não que o discurso esteja amparado na realidade: pesquisas internas do
governo mostram que a rejeição a Dilma está ainda maior do que aquela
detectada pelo Datafolha em fevereiro (44% de ruim/péssimo), e que é uma
queixa verificável em todos os estratos sociais.
O presidente do PT, Rui Falcão, divulgou um vídeo em que recomenda aos
petistas que não aceitem provocações, nem baixem a cabeça. Na mensagem,
Falcão afirma que o PT repudia "ato de violência e de golpismo".
Dilma Rousseff cancelou a agenda prevista para a manhã desta sexta em
Belo Horizonte. Segundo o Planalto, a mãe da presidente, Dilma Jane
Silva, de 90 anos, está doente. Protestos contra a petista devem ocorrer
na capital mineira nesta sexta.
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ATOS EM SÃO PAULO
1 - Às 14h, a Apeoesp, sindicato de professores estaduais e
municipais filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), faz
assembleia no Masp para discussão de reajuste salarial
2 - CUT e outras 4 entidades sindicais, MST, UNE, entre outros,
reúnem-se em frente ao prédio da Petrobras, e líderes dão entrevista às
15h
3 - "Revoltados Online chegam a partir das 15h à sede da
Petrobras para pedir o impeachment de Dilma, no que chamam de "esquenta"
para o dia 15. Para que os grupos não se encontrem, PM pode fazer
isolamento na al. J. Eugênio de Lima
4 - Entre 15h e 16h, grupo reunido na sede da Petrobras segue em
direção ao Masp, onde se junta ao protesto de professores, e ambos
seguem até a Praça da República, no centro
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Editoria de arte/Folhapress | ||
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