O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinícius
Furtado Coêlho, defendeu nesta quarta-feira (18) os "direitos e
prerrogativas" de advogados serem recebidos pelo ministro da Justiça,
mas ponderou que a audiência precisa ser "transparente" e "pública".
Nos últimos dias, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) tem sido
alvo de críticas por ter se encontrado com advogados de empreiteiras sob
investigação da Operação Lava Jato, que apura o escândalo de desvio de
dinheiro em contratos da Petrobras.
"Não pode ser uma seleção deste ou daquele advogado. Tem que ser
realmente uma questão aberta, impessoal, independente do caso que isso
envolver", afirmou Furtado após participar da abertura da campanha da
Fraternidade deste ano, na manhã desta quarta-feira (18).
"Assim como os médicos, quando têm problemas, procuram o ministro da
Saúde e a área cultural procura o ministro da Cultura, é natural que um
advogado procure o ministro da Justiça se tiver queixas a apresentar.
(...) Assim como ele vai procurar o ministro do Supremo se a queixa for
contra o que estiver sendo feito pelo Supremo", completou.
"Ele [advogado] tem o direito de ser recebido em audiência,
principalmente se a audiência for transparente, pública. Se não foi uma
audiência escondida, se foi uma audiência republicana."
O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa chegou a defender a demissão de
Cardozo diante do episódio. Em sua conta no Twitter, ele argumentou que
quando um advogado recorre a políticos para resolver problemas
judiciais, o objetivo na verdade é corromper a Justiça.
Em entrevista publicada pela Folha nesta quarta, o ministro chamou de "autoritários" aqueles que criticam seus encontros com advogados das empreiteiras.
Segundo Cardozo, "só na ditadura não se admite" que um ministro receba advogados.
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