A nova equipe econômica herdou quase R$ 15 bilhões em dívidas atrasadas
com o Banco do Brasil. São valores que não foram pagos nos últimos anos
pelo Tesouro Nacional ao banco estatal com objetivo de melhorar o
resultado das contas públicas.
Essa dívida se refere, principalmente, a subsídios para financiamentos
rurais com juros abaixo do custo de mercado. Essa diferença é bancada
pelo Tesouro Nacional, que se compromete a repassar os recursos
regularmente para as instituições públicas.
Editoria de arte/Folhapress
Os atrasos nos repasses a bancos públicos foram prática comum da equipe
anterior no Ministério da Fazenda. Essas manobras estão, aliás, sob
investigação do TCU.
A operação, chamada de "pedalada", é uma forma de empurrar para a frente
essas despesas. Nesse caso, a dívida dificulta a missão da atual equipe
econômica de fazer neste ano um superavit de R$ 66 bilhões nas contas
públicas e elevar esse resultado nos próximos dois anos.
CAIXA
O caso de atrasos com maior repercussão envolveu o adiamento no repasse
de recursos relativos a despesas com programas sociais para a Caixa
Econômica Federal.
Em abril, o Banco Central questionou a Caixa, que estaria fazendo o
pagamento de benefícios como Bolsa Família com recurso próprio, sem
ressarcimento do Tesouro.
O banco estatal, para evitar a acusação de que estaria financiando o
Tesouro Nacional, um crime de responsabilidade fiscal, pediu à AGU
(Advocacia-Geral da União) que arbitrasse a questão.
Em setembro, o Tesouro começou a pagar essa dívida para encerrar a disputa.
Também pesa sobre o caixa do Tesouro a dívida com o BNDES, responsável por vários programas de empréstimos subsidiados.
Até setembro de 2014, eram devidos quase R$ 24 bilhões, praticamente o
dobro do verificado no fim de 2012. Como o balanço ainda não foi
publicado, não se sabe se a dívida caiu ou aumentou no final do ano
passado.
Procurados, o Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional não se manifestaram.
Além das dívidas com bancos estatais, o governo tem pagamentos atrasados
em várias áreas, incluindo fundos com recursos de trabalhadores, como
FAT e FGTS.
Nesse último caso, chegou-se a um acordo no ano passado para o pagamento de R$ 10 bilhões em 30 meses.
O governo deve ainda cerca de R$ 7 bilhões ao fundo referentes a subsídios do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
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