Em meio aos problemas políticos e econômicos que o governo tem
enfrentado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na noite
desta quarta-feira (25) com senadores do PT para discutir o engajamento
do partido na votação de medidas de ajuste econômico do governo no
Congresso.
Durante o jantar, Lula afirmou que falta ao governo e aos parlamentares
da base aliada explicarem melhor à sociedade quais são os objetivos das
medidas anunciadas pelo governo. Para o petista, o enfrentamento à
inflação, os cortes nos gastos públicos e outras medidas são necessárias
mas é preciso esclarecer à população onde todo esse conjunto de
iniciativas chegará.
Escolhido para ser o porta-voz do encontro, o líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE), afirmou que o ex-presidente pediu que os petistas
se empenhem mais em explicar os objetivos à sociedade.
"O que ele quis dizer é que, independentemente do conteúdo dessas
medidas, elas precisam ter um objetivo. Falta dizer porque isso está
sendo feito. É para conquistar que condição? Ele está correto e nós
todos temos falhado um pouco nisso de mostrar que isso não é uma coisa
isolada, ela tem um objetivo maior", afirmou após o jantar.
Dos 14 senadores petistas, apenas duas senadoras não compareceram ao
jantar: a senadora Marta Suplicy (SP), que está com a relação tensionada
com o partido desde que deixou o governo, quando saiu do ministério da
Cultura por divergir da presidente Dilma Rousseff, e a senadora Angela
Portela (RR) que está com a perna machucada.
CORRUPÇÃO
Segundo Humberto Costa, Lula cobrou um posicionamento mais forte dos
petistas para rebater as denúncias de corrupção que atingem o partido e
alguns de seus integrantes.
"O partido precisa responder fortemente a essa ofensiva que se
estabelece hoje no sentido de desacreditar o partido e tentar colocá-lo
em uma vala comum. E aí a necessidade de reagir fortemente a essa busca
de criminalizar o PT", disse.
O senador afirmou que Lula fez referência às acusações de que o PT
recebeu dinheiro oriundo dos desvios na Petrobras por meio de doações
legais para campanhas eleitorais. Para o ex-presidente, as doações
feitas pelas empresas tanto para o PT quanto para os partidos de
oposição são iguais.
"Eles querem criminalizar as doações legais mas por que as que eles
recebem de empresas que estão envolvidas no trensalão de São Paulo e
contribuíram para a campanha deles não tem nada a ver com propina e com o
que aconteceu no passado e acontece no presente e no nosso caso as
doações que recebemos são fruto de propinas? No nosso caso é roubo, no
deles é compromisso ideológico das empreiteiras?", afirmou o senador.
"É preciso mostrar que o partido tem as suas contribuições de campanha, o
seu financiamento exatamente igual aos demais partidos que aí estão.
Essa tentativa de transformar a contribuição em propina tem objetivo
claro de desacreditar o PT. E ele estimulou a gente bastante a travar
esse debate", completou Costa.
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