O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, afirmou em despacho
desta segunda-feira (23) que nunca recebeu qualquer reclamação formal
dos executivos presos sobre as condições da carceragem da Polícia
Federal e intimou os advogados dos presos para informarem se preferem
ser transferidos para o sistema prisional estadual.
Em seu despacho, Moro faz referência a reclamações veiculadas à imprensa. No domingo (22), a Folha publicou relatos sobre as condições da carceragem da PF.
A ala em que os executivos presos estão é formada por três celas de
paredes brancas, unidas por uma sala comum. Com um beliche, uma mesa e
banco de concreto, cada uma delas está preparada para receber duas
pessoas. Cada cela tem um vaso sanitário de aço pregado no chão e uma
pia.
Os presos até hoje só têm direito a duas horas de sol. É quando
aproveitam para lavar meias e cuecas. Na hora do banho, os empreiteiros e
executivos têm que fazer fila pois só há dois chuveiros, de água é
quente.
O juiz já havia perguntado anteriormente a alguns advogados de detidos
na Lava Jato, durante uma audiência, se prefeririam a transferência ao
sistema estadual, o que foi recusado na ocasião.
"As celas da carceragem da Polícia Federal têm as suas limitações, já
que trata-se apenas de prisão de passagem, mas entendeu-se que a
permanência nelas, ao invés da transferência, era do interesse dos
próprios acusados. Não houve, perante este juízo, qualquer reclamação
formal sobre as condições das celas ou qualquer pedido de transferência
ao sistema prisional estadual", afirmou Moro no despacho.
Foi dado um prazo de 48 horas para que os advogados se manifestem sobre o assunto.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Estão presos preventivamente na carceragem da PF, sob suspeita de
envolvimento no esquema de desvio de recursos da Petrobras, os
executivos Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC Engenharia, Eduardo Hermelino
Leite, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler (Camargo Correa),
José Ricardo Nogueira Breghirolli, Agenor Franklin Magalhães Medeiros,
Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Aldemário Pinheiro Filho (OAS),
Sergio Cunha Mendes (Mendes Júnior), Gerson de Mello Almada (Engevix) e
Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia.
Também estão lá o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró e o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano.
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