Em encontro com a cúpula do PMDB no Senado, o ex-presidente Lula disse
nesta quinta-feira (26) que o governo federal tem que agir rápido para
não perder a população. Segundo relato de senadores presentes ao
encontro nesta manhã, o petista disse que ajudará a presidente Dilma
Rousseff a corrigir rumos para sair da crise política e econômica.
Nas palavras de um peemedebista à Folha, o ''governo está nas
cordas'' e depende agora de uma contrapartida da presidente. Na
avaliação de Lula, a presidente precisa partir para uma postura mais
forte para que seja retomada a confiança no país.
Para ele, há um grande embate nas mídias sociais de ataque ao governo,
que não pode ficar parado e perder a batalha. "Não pode ficar sem
contraponto'', disse um senador presente ao encontro.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse a Lula que ele é
o "fiador" da relação do partido com o PT e pediu sua intervenção para
recompor as pontes com o governo Dilma. O senador ponderou que é
necessário "reordenar" a coordenação política para aproximar os
peemedebistas do Planalto.
O petista ressaltou a importância de diálogo com o PMDB e disse que vai
ajudar na retomada da interlocução da legenda com o Planalto. Desde a
reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a
presidente e de acesso às decisões centrais do governo, o que desgastou
a relação entre eles.
Segundo Eunício, Lula afirmou aos senadores que o PMDB é um partido
essencial para a coalizão política do governo porque, "com a firmeza do
PMDB", as outras siglas se sentem "seguras" para fazer um entendimento
com o governo.
"A preocupação é com o relacionamento. Ninguém tem de esconder que há
neste momento uma angústia com a chamada coalização política, com o
principal partido que é o PMDB", afirmou.
"O presidente Lula é o garantidor dessa relação. É uma relação de
confiança mútua. Toda conversa com o presidente ajuda e ajuda muito a
harmonizar a questão política no Brasil", completou Eunício.
IMPOSTO E AJUSTE
Os senadores do PMDB reclamaram a Lula que a votação do veto de Dilma ao
reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda vai provocar um
"desgaste" no Congresso e indicaram que a bancada não está disposta a
suportar a pressão por sua derrubada.
O ex-presidente manifestou preocupação e orientou os parlamentares a procurarem Dilma para discutir o tema.
Após o café da manhã, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL),
afirmou que os peemedebistas disseram a Lula que o ajuste fiscal
promovido pelo governo "é pífio e insuficiente" e defenderam que o
ajuste deve ser mais amplo, com cortes no setor público, inclusive com a
revisão de contratos do governo.
"Ele ouviu e acho que concorda com isso", disse Renan.
O senador afirmou ainda que Lula defendeu que o vice-presidente Michel
Temer tenha uma participação mais ativa no núcleo duro do governo, grupo
de ministros mais próximos à presidente Dilma.
"Ele acha que o PMDB precisa, sim, ter um papel de maior protagonismo e
sugeriu até o nome do vice-presidente Michel Temer como alguém. Ele
lembrou que ouvia o vice-presidente José Alencar em todas as decisões e
acha que o mesmo deve ocorrer agora", afirmou Renan.
Estavam presentes no encontro Oliveira, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Edson Lobão (MA) e Garibaldi Alves (RN).
O ex-senador José Sarney (PMBD-AP) e o senador Blairo Maggi (PR-MT)
também estiveram presentes. Maggi disse ao ex-presidente que os
empresários estão paralisados e sem confiança para investir.
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