26 fevereiro, 2015

Lula diz ao PMDB que governo precisa agir rápido para não perder população

Em encontro com a cúpula do PMDB no Senado, o ex-presidente Lula disse nesta quinta-feira (26) que o governo federal tem que agir rápido para não perder a população. Segundo relato de senadores presentes ao encontro nesta manhã, o petista disse que ajudará a presidente Dilma Rousseff a corrigir rumos para sair da crise política e econômica. 

Nas palavras de um peemedebista à Folha, o ''governo está nas cordas'' e depende agora de uma contrapartida da presidente. Na avaliação de Lula, a presidente precisa partir para uma postura mais forte para que seja retomada a confiança no país. 

Para ele, há um grande embate nas mídias sociais de ataque ao governo, que não pode ficar parado e perder a batalha. "Não pode ficar sem contraponto'', disse um senador presente ao encontro. 

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse a Lula que ele é o "fiador" da relação do partido com o PT e pediu sua intervenção para recompor as pontes com o governo Dilma. O senador ponderou que é necessário "reordenar" a coordenação política para aproximar os peemedebistas do Planalto. 

O petista ressaltou a importância de diálogo com o PMDB e disse que vai ajudar na retomada da interlocução da legenda com o Planalto. Desde a reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às decisões centrais do governo, o que desgastou a relação entre eles. 

Segundo Eunício, Lula afirmou aos senadores que o PMDB é um partido essencial para a coalizão política do governo porque, "com a firmeza do PMDB", as outras siglas se sentem "seguras" para fazer um entendimento com o governo. 

"A preocupação é com o relacionamento. Ninguém tem de esconder que há neste momento uma angústia com a chamada coalização política, com o principal partido que é o PMDB", afirmou. 

"O presidente Lula é o garantidor dessa relação. É uma relação de confiança mútua. Toda conversa com o presidente ajuda e ajuda muito a harmonizar a questão política no Brasil", completou Eunício. 

IMPOSTO E AJUSTE
 
Os senadores do PMDB reclamaram a Lula que a votação do veto de Dilma ao reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda vai provocar um "desgaste" no Congresso e indicaram que a bancada não está disposta a suportar a pressão por sua derrubada. 

O ex-presidente manifestou preocupação e orientou os parlamentares a procurarem Dilma para discutir o tema. 

Após o café da manhã, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou que os peemedebistas disseram a Lula que o ajuste fiscal promovido pelo governo "é pífio e insuficiente" e defenderam que o ajuste deve ser mais amplo, com cortes no setor público, inclusive com a revisão de contratos do governo. 

"Ele ouviu e acho que concorda com isso", disse Renan. 

O senador afirmou ainda que Lula defendeu que o vice-presidente Michel Temer tenha uma participação mais ativa no núcleo duro do governo, grupo de ministros mais próximos à presidente Dilma. 

"Ele acha que o PMDB precisa, sim, ter um papel de maior protagonismo e sugeriu até o nome do vice-presidente Michel Temer como alguém. Ele lembrou que ouvia o vice-presidente José Alencar em todas as decisões e acha que o mesmo deve ocorrer agora", afirmou Renan. 

Estavam presentes no encontro Oliveira, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Edson Lobão (MA) e Garibaldi Alves (RN). 

O ex-senador José Sarney (PMBD-AP) e o senador Blairo Maggi (PR-MT) também estiveram presentes. Maggi disse ao ex-presidente que os empresários estão paralisados e sem confiança para investir.



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