Indicado pelo PMDB para presidir a CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) da Petrobras na Câmara, o deputado Hugo Motta (PB) afirmou
nesta segunda-feira (23) que não haverá blindagem durante as
investigações de políticos envolvidos no esquema de corrupção na
estatal.
No meio político, há expectativa de que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, apresente nos próximos dias denúncia contra
congressistas suspeitos de ligação com o esquema.
Segundo Motta, não há mais espaço no Congresso para manobras
corporativistas. "Não cabe mais manobras. Essas manobras que foram
feitas para tentar aliviar punições maiores, hoje dificilmente
conseguirão ganhar forma", disse o peemedebista.
Motta, que tem 25 anos e está em seu segundo mandato, é ligado ao grupo do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
No ano passado, ele presidiu a Comissão de Fiscalização Financeira e
comandou depoimentos da ex-presidente da Petrobras Graça Foster, do
ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) e do ex-diretor Nestor Cerveró sobre
a compra polêmica da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que
colocou a estatal no centro da crise.
Ele também recebeu doações na campanha de 2014 de empreiteiras
investigadas na Operação Lava Jato. Os repasses foram declarados à
Justiça Eleitoral e não há informação de que sejam investigados no
esquema.
O PMDB, partido de Motta, é um dos apontados como beneficiário do
esquema de pagamento de propina na estatal. Ele defendeu que a Casa
precisa agir dentro do regimento para analisar o caso de políticos que
forem denunciados pelo Ministério Público Federal.
O futuro presidente da CPI afirmou que a prioridade, além de encontrar culpados, é tirar a empresa da crise.
"A CPI tem que fazer parar de sangrar a empresa que é um patrimônio
nacional.
Independente de governo ou oposição temos que ter a
responsabilidade de ver a empresa melhorar sua saúde econômica e
contribuir para o crescimento do país. O Congresso tem que estancar essa
sangria o quanto antes e ela possa ressurgir. Além de apurar e punir, a
CPI precisa tirar a CPI desse mar", afirmou.
O parlamentar disse ainda que no que depender dele "não haverá pizza",
que a CPI não terá o mesmo fim da realizada no ano passado, que acabou
sem efeitos práticos e não se comprometeu com a inclusão do governo do
PSDB no objeto de investigação, como defendem os petistas. Ele disse que
essa questão terá que ser votada pelo plenário da CPI que começa a
trabalhar na quinta-feira (26).
O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que o partido terá
autonomia e vai ditar o ritmo das investigações para serem aceleradas.
Ele negou que o partido tenha participado de forma institucionalizada
dos desvios na empresa.
Ele deve oficializar nesta segunda a indicação de Motta e dos deputados
Lelo Coimbra (ES), Celso Pansera (RJ), Edio Lopes (RR) e Darcisio
Perondi (RS).
A vice-presidência da CPI deve ser repassada ao PSDB, segundo Piccinai, por questão regimental.
A relatoria também deve ser entregue ao PT. O deputado Vicente Cândido
(PT-SP) é um dos cotados. O PMDB defendeu a indicação do deputado Luiz
Sérgio (PT-RJ). Os nomes foram discutidos nesta segunda durante almoço
de Picciani com o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais), o
líder do governo, José Guimarães (CE), e o líder do PT, Sibá Machado
(AC0).
No encontro, segundo Picciani o Planalto sinalizou que o PMDB terá mais destaque nas decisões importantes do governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O Blog Olhar de Coruja deseja ao novo Presidente Jair Messias Bolsonaro tenha grande êxito no comando do nosso País.