O valor pago em propina para a Diretoria de Serviços da Petrobras -
que é da cota do PT no esquema de corrupção desbaratado pela Operação
Lava Jato - em contratos que eram da área de Abastecimento alcançou R$
640 milhões. É o que aponta o primeiro pacote de cinco ações cíveis por
improbidade administrativa ajuizado contra seis empreiteiras do cartel e
28 executivos.
As ações foram apresentadas nesta
sexta-feira, 20, à Justiça pelo Ministério Público Federal. A
Procuradoria da República cobra das empreiteiras R$ 4,47 bilhões por
prejuízos causados à estatal petrolífera.
Ao todo, as ações
revelam que houve pagamento de propina de R$ 960 milhões para agentes
públicos da Petrobras em 33 contratos assinados pelo ex-diretor Paulo
Roberto Costa, na Diretoria de Abastecimento. Como o primeiro pacote de
ações cíveis engloba apenas a cobrança pelos desvios gerados a partir de
contratos assinados pela Diretoria de Abastecimento - da cota do PP no
esquema -, as ações do Ministério Público Federal consideraram a propina
que dizia respeito ao 1% que o partido tinha direito na divisão que era
feita. Outros 2% eram arrecadados pela Diretoria de Serviços, cota do
PT.
"Se fossem considerados os 2% de propina vinculados à
Diretoria de Serviços, os quais serão objeto de ação própria, o valor
total da propina chegaria a aproximadamente R$ 212 milhões", informa,
por exemplo, a ação de improbidade movida contra a OAS e seis executivos
do grupo.
Para chegar ao montante de R$ 640 milhões, o
jornal O Estado de S. Paulo somou os valores apontados como total de
propina pago nos 33 contratos citados nas primeiras ações e subtraiu de
cada um o montante do PP arrecadado na Diretoria de Abastecimento.
A
Diretoria de Serviços arrecadava até 2% de propina nos contratos das
demais diretorias por ser a responsável pelas licitações e fiscalizações
contratuais, explicaram os delatores. O ex-gerente de Engenharia Pedro
Barusco confessou em sua delação premiada que arrecadava valores em nome
do então diretor da área Renato Duque. Esse valor era dividido entre
ele, o diretor e o PT - representando pelo tesoureiro do partido, João
Vaccari Neto.
O ex-diretor de Serviços é alvo da Lava Jato,
mas ainda não foi denunciado formalmente à Justiça, nem acionado na
área cível. Tanto o PT como o tesoureiro do partido negam propina e o
esquema de arrecadação político na estatal. Duque, que já foi preso
preventivamente e está solto por decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF), nega irregularidades.
Nos 33 contratos que embasam
as primeiras ações cíveis há obras da Refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco, da Refinaria Getúlio Vargas, no Paraná, do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro, e em outros estados como Minas, São
Paulo e Maranhão.
A TARDE
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