JOSÉ
DIRCEU - ex-ministro petista, condenado no julgamento do mensalão, e
seu irmão, Luis Eduardo de Oliveira e Silva, tiveram a quebra o sigilo
bancário aprovada pela Justiça Federal. Eles teriam recebido cerca de R$
4 milhões de empresas investigadas na Operação Lava Jato, que investiga
esquema de desvio de recursos da Petrobras. De acordo com os papéis, a
JD Assessoria e Consultoria - empresa de ambos - recebeu R$ 3.761.000,00
entre 2009 e 2013 das empresas Galvão Engenharia, OAS e UTC Leia mais Joel Rodrigues/ Folhapress
A Justiça Federal disponibilizou para as defesas de executivos da
Camargo Corrêa e da UTC cópias do inteiro teor das mensagens de
blackberry e de conversas telefônicas envolvendo o doleiro Alberto
Youssef e todos os procedimentos adotados pela Polícia Federal nessas
escutas.
Segundo o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os
processos da Lava Jato, diante da "persistência" das defesas "na
reclamação de que não estariam disponíveis nos autos todos os elementos
da interceptação telefônica", ele deu acesso a íntegra do conteúdo
desses materiais.
O requerimentos da PF sobre as quebras, os
pareceres ministeriais, as decisões judiciais, os ofícios expedidos, os
relatórios de interceptação, o resultado da prova, inclusive os áudios,
tudo está disponibilizado pela Justiça à defesa.
"Para facilitar
o trabalho da defesa, foi disponibilizado às defesas que extraíssem
cópia do mesmo HD utilizado pelo Juízo. Os áudios e mensagens ali se
encontram organizadas em pastas."
As defesas de alguns
executivos do suposto cartel que teria corrompido agentes públicos na
Petrobras sustentam que durante o monitoramento a PF extrapolou sua
competência no caso ao investigar dois então parlamentares, os
ex-deputados Luiz Argolo (PP-BA) e André Vargas (sem partido-PR).
"Solicitei à autoridade policial o arquivo eletrônico original recebido
da Blackberry Messenger, a partir do qual foram impressas as mensagens
interceptadas e juntadas aos autos", afirmou Moro. O material está
disponível na Justiça Federal para que as defesas façam cópias.
Parte das defesas dos acusados da Lava Jato sustenta que a PF teria
investigado indevidamente Vargas e Argôlo, quando ainda eram deputados,
em 2013, "em suposta usurpação da competência do Supremo Tribunal
Federal"- que é o órgão que pode investigar parlamentares, que têm
prerrogativa de foro privilegiado.
Moro assevera que "não houve
investigação contra os então referidos deputados". Segundo ele,
"fortuitamente, na interceptação de Alberto Youssef, foram coletadas
mensagens de Blackberry Messenger" com dois interlocutores: LA (que
posteriormente foi identificado como Luiz Argolo) e André Vargas (também
confirmado depois como sendo o deputado expulso do PT).
"Em
nenhum momento, pelo que consta nos autos, houve qualquer ato
investigatório direto contra LA ou contra André Vargas, mesmo não tendo
então a Polícia Federal a confirmação de suas reais identidades",
registra Moro, em despacho do dia 20.
Segundo o magistrado, "tão
logo identificado que tais mensagens poderiam ter conteúdo criminoso e
confirmado que envolveriam os referidos deputados", o material foi
mandado a STF. "Não se vislumbra com facilidade como haveria margem para
questionamentos de validade quanto ao procedimento tomado."
Moro ressalta que "se houve eventual vício de competência no encontro
fortuito de provas, a nulidade recairia sobre as mensagens trocadas por
Alberto Youssef com Luiz Argolo e André Vargas". "Sendo fantástico
pretender a invalidade de tudo."
Para o juiz, a reclamação das
defesas é improcedente. "Não há falar, nesse contexto, em ocultação de
qualquer elemento da interceptação telefônica e telemática. Tais
alegações não refletem a realidade dos fatos. Quanto à quebra do sigilo
cadastral, é ela efetuada, após autorização judicial, pela autoridade
policial diretamente com a operadora."
Ampliar
13.fev.2015
- Paulo Roberto Costa deixa a sede da Polícia Federal, em Curitiba, no
Paraná, nesta sexta-feira (13), para depor sobre a operação Lava Jato na
Justiça Federal. Costa cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro desde
que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, em
outubro do ano passado. Ele chegou a Curitiba na manhã desta
sexta-feira em um avião comercial escoltado por policiais federais e
deve retornar ao Rio após a audiência Leia mais Vagner Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo
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