Edição do dia 13/02/2015
13/02/2015 09h59
- Atualizado em
13/02/2015 09h59
No depoimento, o doleiro Alberto Youssef aponta o ex-ministro José Dirceu como destinatário de dinheiro desviado de contratos da Petrobras.
Testemunha-chave na Operação Lava Jato. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa vai ser ouvido.
Em depoimento, de delação premiada o doleiro Alberto Youssef citou o ex-ministro José Dirceu.
No depoimento, o doleiro Alberto Youssef aponta o ex-ministro José
Dirceu como destinatário de dinheiro desviado de contratos da Petrobras.
Dirceu já teve os sigilos fiscal e bancário quebrados na investigação.
Youssef disse que ele e Júlio Camargo, ligado à empresa Toyo Setal,
dividiam a operação do dinheiro. Ele ficava com a diretoria de
abastecimento, de Paulo Roberto Costa. E Júlio Camargo com a de serviços
de Renato Duque.
A sistemática de Júlio Camargo, segundo Youssef, era complexa: o
dinheiro conseguido através de contratos fraudados das empresas Mitsui
Toyo e Camargo Corrêa com e Petrobras era enviado de forma legal ao
exterior pelas empresas de Júlio Camargo. Depois o dinheiro era
transferido para contas indicadas por Alberto Youssef ainda no exterior.
O doleiro, então trazia o dinheiro de volta para o Brasil.
Youssef, segundo depoimento, pegava a parte que cabia ao PP e a Paulo
Roberto e entregava o restante a Júlio Camargo, que por sua vez,
repassava o dinheiro a Renato Duque, Pedro Barusco e ao PT.
Youssef disse ainda que as pessoas indicadas para efetivar os
recebimentos na época eram Joao Vaccari e Jose Dirceu. O doleiro afirma
que os pagamentos foram feitos entre o fim de 2005 e 2012. E que foram
destinados R$ 27 milhões para o PT e para a diretoria de serviços
comandada por Renato Duque.
Para o Partido Progressista, Youssef disse que foram pagos R$ 13
milhões em 2010 ou 2011. No depoimento, Youssef diz que acredita que
José Dirceu tenha uma relação muito boa com o consultor da empresa Toyo
Setal, Júlio Camargo, pois utilizava a aeronave Citation Excel de
propriedade dele. Segundo Youssef, Júlio Camargo tinha ligações com o
Partido dos Trabalhadores, notadamente, com José Dirceu e Antônio
Palocci.
Em um dos depoimentos à Justiça, Júlio Camargo disse que repassou R$ 12
milhões em propina para a diretoria de serviços da Petrobras em nome de
três empresas que participaram das obras da refinaria Getúlio Vargas no
Paraná. Entre elas, a Mendes Júnior.
Procurador: Quais foram os beneficiários destes valores?
Júlio Camargo: Foi basicamente o Dr. Renato Duque e o Dr. Pedro Barusco.
Procurador: Como que foi efetuado estes pagamentos a estes dois?
Júlio Camargo: Foram indicadas contas no exterior. E não me recordo se houve também pagamento de alguma parte disso em dinheiro efetivo.
Renato Duque era diretor de serviços da Petrobras. E Pedro Barusco, o
gerente da diretoria. Em outra delação premiada, o ex-diretor de
abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa também citou nome de
políticos. Segundo ele, o ex-deputado federal pelo PP Pedro Corrêa,
condenado no Mensalão, recebeu R$ 5,3 milhões em 2010.
Outro político citado pelo ex-diretor é o ex-deputado federal Candido
Vacarezza, do PT. Segundo Costa, Jorge Luiz, um lobista do Rio de
Janeiro disse que Vacarezza iria receber r$ 400 mil referentes a um
contrato fechado entre a empresa Sargent Marine e a Petrobras. O
lobista, segundo Paulo Roberto, intermediou a contratação da Sargent
Marine.
Na Justiça Federal em Curitiba, foram ouvidas mais seis testemunhas do
processo contra as construtoras Mendes Júnior e UTC. Funcionários e
ex-funcionários da Petrobras falaram sobre contratos e obras da estatal.
Também prestaram depoimento dois funcionários da Mendes Júnior.
Júlio Camargo, José Dirceu, Cândido Vacarezza e a Camargo Corrêa
repudiaram as declarações de Alberto Youssef. Os advogados do
ex-deputado Pedro Corrêa e de Renato Duque disseram que os clientes não
receberam dinheiro ilícito.
O tesoureiro PT, João Vaccari Neto, negou que tenha recebido qualquer quantia em dinheiro de Alberto Youssef.
O PT declarou que todas as doações recebidas são feitas na forma da lei
e declaradas à Justiça. E o Partido Progressista só vai se posicionar
após tomar conhecimento oficial sobre os depoimentos.
As defesas da Mendes Júnior e da UTC negam as acusações. A defesa de
Pedro Barusco não se manifestou. A produção do Bom Dia Brasil tentou
entrar em contato Antônio Palocci, mas ele não retornou as ligações. A
Mitsui Toyo também não foi encontrada para comentar as denúncias.
Veja o vídeo no link abaixo:
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