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Arte UOL
Você achou que já havia se recuperado das discussões e brigas que teve com amigos, colegas de trabalho e familiares durante as eleições de 2014,
mas março chegou e a internet voltou a se transformar num campo de
batalha. Com manifestações programadas para os próximos dias a favor e
contra a presidente Dilma Rousseff (PT), o UOL procurou os psicólogos Cristiano Nabuco
e Ana Luíza Mano, especialistas em comportamento humano nas redes
sociais, e preparou um "Manual de Sobrevivência" para os próximos dias.
1 – Pense antes de postar – Antes de postar, os
especialistas sugerem que o internauta se pergunte: "para quem eu estou
postando isso e com que intenção?". "Algumas pessoas pensam dois
minutos antes de comer chocolate. No final, algumas comem menos e outras
nem comem. Pensar antes de postar é fundamental para evitar problemas",
diz a psicóloga Ana Luiza Mano.
2 – Cautela ao reagir; nem sempre é pessoal! – Você
não se aguentou, postou e agora está levando aquela saraivada de
críticas? É hora de manter a calma e entender que boa parte dos
comentários negativos que você vai receber não é, necessariamente,
contra você. "Na internet e em momentos tensos, a gente se transforma em
receptáculo das expectativas e frustrações das pessoas. Nem sempre é
pessoal", explica Ana Luiza Mano. "Não ponha mais água na fervura. Evite
dar mais combustível a uma discussão causada por um comentário seu",
diz Nabuco.
3 – A teoria do bar – Trate seus relacionamentos
virtuais com o mesmo cuidado que você cuida suas relações pessoais. Uma
boa forma de avaliar se você está fazendo isso, em especial em um
momento onde os ânimos estão exaltados, é imaginar-se em um bar. "Se
você está num bar e tem um amigo judeu na mesa, você iria fazer piada
sobre judeu? As redes sociais são um bar com vários dos seus amigos",
diz o professor Nabuco.
4 – Boas maneiras - Uma boa régua para medir a
intensidade do debate são as palavras que você está usando ao se
manifestar na rede. "Evite baixar demais o nível", aconselha a psicóloga
Ana Luíza Mano. Ela diz que é conveniente ficar longe de palavras de
baixo calão, palavrões e ofensas pessoais. "É bom se lembrar que,
dependendo da rede na qual você estiver inserido, a forma como você se
expressa terá impactos no mundo fora da internet", diz.
5 – Proteja-se! – Escolha melhor ao que você terá
acesso nas redes sociais. No Facebook, por exemplo, uma ferramenta
importante é o botão "Unfollow", que permite continuar sendo "amiga" de
uma pessoa sem acompanhar as postagens dela. No Whatsapp, o internauta
pode colocar grupos dos quais ele faz parte no modo "silencioso". Em
última instância, considere se retirar de grupos de discussão e fóruns
cujo conteúdo lhe incomoda.
6 – Evite constrangimentos – Sabe quando você vê uma
foto antiga e se pergunta como você pôde usar aquela calça boca de sino
ou casaco com ombreiras? Com a internet é a mesma coisa. Quando for
postar alguma coisa, projete-se no futuro e pergunte a si mesmo: será
que não vou sentir vergonha de ter dito isto quando toda essa confusão
passar?
7 – Fuja de 'bolas divididas' – Com os ânimos
acirrados, talvez seja melhor seguir o antigo conselho que diz:
"futebol, política e religião não se discutem". "Sabe quantas pessoas
eu conheço que mudaram suas convicções políticas após lerem um
comentário na internet? Nenhuma. Quando se trata de política,
especialmente, as pessoas já têm as suas convicções e dificilmente
mudarão de ideia. Não é auto-censura. É auto-cuidado", diz o professor
Nabuco.
8 – Desconecte-se – Se nada mais der certo e você
considerar a tarefa de interagir nas redes sociais impossível durante
esse período turbulento, não hesite: fique off-line. "Tenho dois
pacientes que me disseram que estavam tão tensos com essa coisa da
política e com o tempo que perdiam nas redes sociais, que eles trocaram
os smartphones deles por aparelhos mais simples que servem apenas como
telefone", diz o professor Nabuco.
UOL
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