O Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquéritos sobre 34
parlamentares suspeitos de envolvimento com o esquema de corrupção na
Petrobras. As investigações atingem 22 deputados e 12 senadores de seis
partidos, incluindo os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O primeiro é suspeito de receber
propina e o segundo, de integrar quadrilha.
A Procuradoria-Geral da República deixou a presidente Dilma Rousseff
fora da sua lista, mas remeteu para a Justiça Federal do Paraná pedido
para investigar a participação do ex-ministro Antonio Palocci na
arrecadação da campanha da presidente em 2010. Dilma não pode ser
investigada por crimes comuns que não tenham ocorrido durante o mandato.
O STF também descartou investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG),
adversário da petista na eleição de 2014, mas autorizou inquérito sobre o
senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), seu aliado. O PP foi o partido
político mais atingido pelos inquéritos.
As investigações abrem nova etapa na Operação Lava Jato. Deflagrada pela
Polícia Federal em março de 2014, ela começou investigando uma rede de
doleiros e descobriu vasto esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo
políticos e grandes empreiteiras.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, descreve em suas petições uma vasta
organização criminosa criada para repassar a políticos e funcionários da
Petrobras a propina paga pelas empresas que tinham negócios com a
estatal. O ministro Teori Zavascki, relator dos processos no STF, acabou
com o sigilo que protegia os casos dos políticos ao autorizar os
inquéritos. "É importante, até mesmo em atenção aos valores
republicanos, que a sociedade brasileira tome conhecimento dos fatos
relatados", escreveu Zavascki.
Editoria de Arte/Folhapress | |
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