Protestos de março de 2015
Em protestos organizados nesta sexta-feira (13) em 23 capitais do país,
movimentos sindicais e sociais defenderam desde o reajuste da tabela do
Imposto de Renda até a ampliação da oferta de crédito pelo governo
federal.
Apesar do tom de cobrança, os manifestantes saíram em defesa da
Petrobras e da presidente Dilma Rousseff (PT) e chamaram de "golpistas"
aqueles que defendem o impeachment da petista.
Na capital paulista, participaram do protesto as centrais sindicais CUT
(Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil) e Nova Central, além do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra) e entidades em defesa dos direitos de
mulheres, negros e homossexuais.
"Somos a favor de toda manifestação, mas protesto pelo impeachment da
presidente nós não vamos permitir", afirmou, em cima do carro de som, o
presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 12 mil pessoas participaram da
manifestação, número bastante inferior ao estimado pelos movimentos
sindicais: em torno de 100 mil.
"Estamos aqui em defesa dos direitos trabalhistas, não das Medidas
Provisórias que prejudicam o trabalhador", explicou o vice-presidente da
CUT-SP, Adir dos Santos Lima, referindo-se às regras de endurecimento
do acesso a benefícios trabalhistas.
Segundo a Folha apurou, o comando nacional do PT não esteve
presente nos protestos justamente porque os movimentos sociais e
sindicais não admitiram movimento pró-presidente com a ausência de
reivindicações ao governo.
BOLSA PROTESTO
Durante o protesto, manifestantes relataram à Folha terem recebido "café, almoço e jantar" para estar no ato.
"Ficamos só uma parte. Não precisa ficar até o final", disse a auxiliar
de limpeza Gisele Rodrigues, 33, que levou os dois filhos pequenos.
Ela disse que ganhou um apartamento em um sorteio da CUT. "Por isso
sempre venho [a atos organizados pela central]. Faz parte do pacote."
Com balões e coletes da CUT, alguns estrangeiros participaram do
protesto, mesmo sem, aparentemente, saberem quais eram as reivindicações
feitas pelos manifestantes.
Perguntados, disseram ter recebido de R$ 30 a R$ 50. Alegando não falar português, não quiseram se identificar.
O pagamento a manifestantes foi criticado pelo grupo Revoltados Online,
que realizou protesto em frente ao prédio da Petrobras em São Paulo após
manifestação no local favorável à presidente.
Em defesa do impeachment, o ato reuniu 60 pessoas e atrasou duas horas.
Segundo liderança do grupo, a demora deveu-se a uma tentativa de evitar
um confronto.
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