A instabilidade econômica que afugenta profissionais brasileiros e
estrangeiros do Brasil espanta também estudantes que vieram ao país no
auge do interesse externo.
A Universidade de Pittsburgh (EUA), que em 2009 lançou um programa de
estágio de dez semanas para trabalho voluntário em organizações no
Brasil, desistiu desse modelo. A longa estadia virou uma visita de pouco
mais de uma semana.
O projeto foi adaptado pela falta de vagas oferecidas. Apesar de o
trabalho ser voluntário, as empresas tinham custos ao receber
estudantes.
"Acredito que seja provisório. Ainda há interesse no país, por ser uma
economia em formação. As empresas continuam querendo se expor aos
talentos e vice-versa", diz Karla Alcides, diretora para América do Sul
do programa de MBA e do centro de educação da universidade.
Na portuguesa Nova School of Business & Economics, que organiza
viagens anuais com alunos a São Paulo e Rio, a demanda dos estudantes
caiu a ponto de a visita ser cancelada neste ano.
O interesse de universitários americanos que buscam intercâmbio para
cursar disciplinas em instituições brasileiras começou a perder força em
2012, conforme dados do Institute of International Education.
O número de alunos, que crescia a taxas superiores a 10% desde 2009,
caiu para 4%, com cerca de 4.200 alunos em 2012 e 2013, último dado
disponível. A China recebeu mais de 14,4 mil alunos americanos nesse
período.
"A China é vista como potência e tem mais cursos em inglês. Mas o
governo americano também tem incentivado viagens à América Latina", diz
Marta Bidoli Fernandes, coordenadora da rede EducationUSA no Brasil, que
promove o ensino nos EUA.
Paulo Rocha e Oliveira, professor do espanhol Iese no Brasil, diz que o
interesse dos alunos da instituição pelo país continua aumentando. Ele
atribui isso aos investimentos feitos pelo Iese para firmar base no
Brasil, como a manutenção de professores fixos no país e o
desenvolvimento de novos programas.
As visitas de uma semana a empresas em São Paulo e no Rio tiveram 14 alunos em 2014, o dobro de 2012.
"Os estudantes percebem que a demanda por mão de obra qualificada ainda é enorme no país, mesmo com a crise atual."
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