01 março, 2015

Tucanos respondem críticas de petistas com ironia nas redes sociais

Poucas vezes quatro senadores tucanos deram uma demonstração tão enfática de que sabem trabalhar juntos. 

Cassio Cunha Lima (PB) deu a ideia. Aécio Neves (MG) escreveu o cartaz: "Foi FHC". José Serra (SP) sacou uma nota de R$ 2 do bolso. Estava amarfanhada. Tasso Jereissati (CE) tirou então uma cédula novinha da carteira e entregou-a ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. 

FHC posou rindo para a fotografia, divulgada em seguida na internet como uma resposta irônica ao ataque sofrido há uma semana, quando a presidente Dilma Rousseff afirmou que a corrupção na Petrobras deveria ter sido investigada em seu governo. 

Foi, provavelmente, o momento mais leve do longo almoço em que o ex-presidente e a cúpula de seu partido no Senado discutiram os rumos do país. À mesa nesta sexta-feira (27), ainda que em tom ameno, os tucanos projetaram um cenário sombrio. 


Reprodução/Instagram/cassiocl_
Imagem com o ex-presidente FHC publicada no Instagram pelo senador Cassio Cunha Lima
Imagem com o ex-presidente FHC publicada no Instagram pelo senador Cassio Cunha Lima

"Daqui a seis meses, vamos sentir saudade da economia como está hoje", afirmou Serra, segundo um dos presentes. FHC contou que esteve recentemente com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e resumiu suas impressões, deixando no ar a sensação de que Fraga prevê um "colapso econômico". 

Os tucanos chegaram a um consenso sobre os movimentos que pedem o impeachment de Dilma: defenderão as manifestações, mas sem envolver o partido. "Quanto mais populares, mais fortes serão os protestos", opinou Aécio, segundo um participante do almoço. Serra e FHC manifestaram preocupação. 

Eles concluíram também que, em caso de impedimento da presidente, haverá cobranças para que o PSDB colabore com o novo governo. 

Na avaliação dos tucanos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem procurado manter distância das medidas econômicas impopulares tomadas por Dilma e trabalha para reagrupar o movimento trabalhista, de olho nas eleições presidenciais de 2018. 

As investigações da Operação Lava Jato também foram debatidas no almoço. "Quando a lista for divulgada, será o começo do fim", disse Serra, numa referência aos nomes dos políticos que deverão ser alvo de inquéritos. Para ele, o envolvimento de nomes de diversos partidos, somado ao desajuste econômico, engrossará o caldo de uma grave crise institucional. 
Imagem publicada no Instagram pelo senador José Serra (PSDB-SP)

Na saída, Aécio disse aos repórteres que o partido não teme o envolvimento de nomes ligados ao PSDB no escândalo. No caminho para o carro, o mineiro posou para selfies com admiradores. 

Dentro do carro, Serra pegou seu telefone e postou outra mensagem irônica numa rede social, uma fotomontagem com o rosto de Fernando Henrique e a legenda: "Descoberto o líder da greve dos caminhoneiros... Foi FHC!" 

Reprodução/Instagram/_joseserra


FOLHA


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