A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), disse, nesta
segunda-feira (9), que é preciso ter "razões para um impeachment" que
não sejam um "terceiro turno". A petista disse ainda que um "terceiro
turno das eleições" não pode ser aceito "a não ser que você queira uma
ruptura democrática".
"Eu acho que há que se caracterizar razões para um impeachment, e não
um terceiro turno das eleições", disse a presidente durante ato que
marcou a sanção da Lei do Feminicídio, em Brasília.
No último domingo (8), "panelaços" em pelo menos 12 capitais foram registrados durante o pronunciamento feito pela presidente Dilma Rousseff (PT)
em rede nacional de rádio e TV. Manifestações pelo impeachment de Dilma
foram convocadas para o próximo domingo (15) em diversas cidades
brasileiras.
Dilma disse que as manifestações contra o seu governo são normais, mas
criticou o que seria uma tentativa de editar um "terceiro turno das
eleições".
"O que não é possível no Brasil é a gente também não aceitar a regra do
jogo democrático. A eleição acabou. Houve o primeiro e houve o segundo
turno. O terceiro turno das eleições, para qualquer cidadão brasileiro
(...) não pode ocorrer a não ser que você queira uma ruptura
democrática", afirmou a presidente.
As declarações da presidente são a segunda manifestação do governo após
o "panelaço" do último domingo (8). Na manhã desta segunda-feira (9), o
ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que as
manifestações ocorridas no último domingo foram normais e que ocorreram
em locais onde o PT havia perdido as eleições presidenciais em 2014.
Mercadante, no entanto, pediu que se respeitasse o resultado das
eleições. "No Brasil só tem dois turnos. Não tem terceiro turno (...)
Nós vencemos as eleições pela quarta vez e isso precisa ser
reconhecido", afirmou o ministro.
Manifestações
A presidente disse que não é possível controlar a convocação de
manifestações contra o seu governo, ao se referir aos atos convocados
para domingo (15).
"A manifestação vai ter as características que tiver seus convocadores,
mas ela em si, não representa nem a legalidade e nem legitimidade de
pedidos que rompem a democracia", afirmou a presidente.
Ainda falando sobre as manifestações contra seu governo, Dilma disse
não acreditar que a população seria a favor do "quanto pior melhor".
"Não acredito que os brasileiros são a favor do quanto pior melhor. Os
que são a favor do quanto pior melhor não têm compromisso com o país",
disse a presidente.
Ao falar sobre os ajustes fiscais comandados por sua equipe econômica e
defendidos por ela durante pronunciamento do último domingo (8), Dilma
disse que eles serão momentâneos.
"O que queria deixar claro é que o Brasil não está vivendo hoje aquele
momento do passado, em que ele quebrava (...) ele está passando por um
ajuste (...) É um ajuste momentâneo e caminha em direção à retomada do
crescimento econômico", disse a presidente.
Oposição
A oposição reagiu ao pronunciamento de Dilma no último domingo (9) e
criticou a presidente. Pelo Twitter, o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
disse que Dilma cria "bodes expiatórios" e "terceiriza
responsabilidades".
"Novamente, a presidente Dilma Rousseff falta com a verdade ao se
dirigir aos brasileiros. Inventa bodes expiatórios, terceiriza
responsabilidades que são exclusivamente do governo dela e fornece um
enredo irreal à população", afirmou o senador.
Lei do Feminicídio
A Lei do Feminicídio classifica o assassinatos de mulheres como crimes
hediondos se ficar comprovado que o crime tenha relação com violência
doméstica ou com discriminação contra gênero.
Com penas que vão de 12 a 30 anos de reclusão,a lei ainda prevê o
aumento da punição em um terço se o assassinato acontecer durante a
gestação da vítima ou nos três meses após ela ter dado à luz. A pena
também é aumentada se a vítima for menor de 14 anos de idade ou tiver
mais de 60.
Na solenidade Dilma fez um discurso em defesa dos direitos e do protagonismo das mulheres.
Ao citar outros tipos de discriminação, como a racial e a contra
homossexuais, Dilma disse que os casos de violência contra qualquer
minoria têm origem na intolerância e preconceito das pessoas, e pediu a
colaboração de todos no combate à violência.
"Eu proponho que todas as mulheres desmintam o velho ditado de que em
briga de marido e mulher não se mete a colher. Nós achamos que se mete a
colher sim, principalmente se resultar em assassinato", defendeu a
presidenta, acrescentando que parentes e amigos não devem se omitir em
situações como essa.
* Com Agência Brasil
O recado da governanta foi muito claro, ela não quer que haja a manifestação do dia 15 e tenta convencer o povo, com a sua "respeitável credibilidade" a não exercer seus direitos. Há um toque de ameaça velada nas entrelinhas sobre violência, a qual só vai haver se ela mandar a polícia bater em todo mundo como é costume do PT.
Tenta passar tranquilidade, mas na verdade, se ela não estivesse preocupada, não viria a público dar a aprovação para o protesto, como se precisássemos do seu aval para que ele aconteça. "Nem que a vaca tussa" ela admitir que está com medo do tamanho desse Protesto Nacional.
Segundo a governanta, em briga de marido e mulher se deve meter a colher, imagine na roubalheira na PETROBRAS!
Vamos protestar pacifica e tranquilamente. Queremos apenas mostrar o tamanho da nossa força e da nossa indignação.
Leopoldina Corrêa
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