A presidente Dilma Rousseff começou seu segundo governo com metade do
público que assistiu a seu discurso de posse há quatro anos.
Em 2011, a Polícia Militar de Brasília contou aproximadamente 30 mil
pessoas ouvindo, da Praça dos Três Poderes e sob chuva, o discurso da
então novata no cargo. Ontem, esse número foi de cerca de 15 mil, também
segundo a PM, em um dia ensolarado.
Apenas quando contabilizado o que a polícia chama de público rotativo,
ou seja, todas as pessoas que participaram, em algum momento, do evento
desta quinta, mas que não necessariamente chegaram à praça, o número
dessa segunda posse se aproximaria de 30 mil.
A expectativa inicial dos policiais era de que 100 mil pessoas
comparecessem, mas ela foi reduzida para 40 mil logo no início do ato.
O movimento começou por volta das 13h, manteve-se fraco por toda a tarde e não chegou a formar multidões.
Não houve incidentes graves. Um dos poucos momentos de tensão ocorreu
quando um homem, segurando um cartaz elogioso ao adversário de Dilma no
segundo turno, Aécio Neves (PSDB), foi xingado e empurrado por parte do
público. A polícia decidiu retirá-lo do evento.
João Carlos Magalhães/Folhapress | ||
Em meio a petistas, homem carrega cartaz pró-Aécio Neves. Ele foi hostilizado pela militância do PT |
Apesar do esvaziamento, Dilma, ao discursar
no Palácio do Planalto para a população que presenciava a cerimônia,
afirmou: "Eu agradeço a vocês terem vindo de todos os cantos do nosso
país nessa marcha da esperança".
O PT gastou R$ 2,5 milhões com a posse, incluindo custo com passagem de militantes, montagem de palco e shows.
Para economizar, o partido cancelou ou reduziu o transporte de petistas
de seus Estados de origem até a capital.No mês passado, o tesoureiro do
PT, João Vaccari, alertou para as dificuldades de arrecadação. Ele
sugeriu que os diretórios estaduais se mobilizassem para levar a
militância.
VIRADA
Para a festa da virada, integrantes da cúpula do PT recorreram ao
esquema da vaquinha. Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete de Dilma, e a
ministra Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres), organizaram
uma festa com convites a R$ 300. A chegada de 2015 foi celebrada ao som
do jingle da campanha de Dilma Rousseff. Os petistas comemoram aos
gritos de "Quem não pula é tucano".
Em outra mansão em área nobre, uma festa foi organizada a custo de R$
100 por pessoa. A mobilização não conseguiu atrair a base do partido.
Incomodados com o desenho do novo ministério, a juventude petista
boicotou a festa.
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