Racionamento, problemas de abastecimento ou reservatórios em níveis de
alerta já são realidade em cinco das dez maiores regiões metropolitanas
do país: as de Belo Horizonte, Campinas, Recife, Rio e São Paulo.
Juntas, elas abrigam 48 milhões de pessoas, quase um quarto da população do país.
Na Grande São Paulo, os principais reservatórios se esgotarão em cerca
de cinco meses caso seja mantido o ritmo de chuvas e consumo das
primeiras três semanas do ano.
Diante da situação, o Estado instituiu uma sobretaxa sobre o aumento de
consumo, e o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, admitiu a
possibilidade de racionamento "se continuar a não chover nos lugares
certos e nas quantidades necessárias".
Na região de Campinas (interior de SP), cinco municípios já fazem
racionamento e outros enfrentam cortes de água frequentes desde 2014.
A situação deve se agravar. Nesta semana, a vazão dos reservatórios do
sistema Cantareira para a região foi ainda mais reduzida. Empresas de
saneamento, indústrias e agricultores terão de reduzir a captação de 20%
a 30% quando a vazão dos rios cair.
Em Pernambuco, segundo o governo do Estado, 40% da região metropolitana
do Recife enfrenta rodízio no abastecimento de água, incluindo cidades
como Olinda, a menos de um mês do Carnaval.
No Rio, o principal reservatório atingiu pela primeira vez o volume morto.
Cidades do interior, por enquanto, são as mais afetadas pela seca, mas
já há relatos de problemas na capital fluminense e em municípios na
região metropolitana.
Em bairros como Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, na zona
oeste carioca, tem havido falta de água pontual, e alguns hotéis e
condomínios já contratam caminhões-pipa.
A Cedae, a companhia de águas e esgoto do Rio, afirma que nenhum dos
bairros da capital tem registrado problemas de abastecimento.
Na Baixada Fluminense, moradores relatam que a frequência com que falta
água na região aumentou nos últimos meses do ano passado.
Minas também enfrenta problemas, com reservatórios em nível crítico.
Nesta semana, a companhia de saneamento do Estado pediu economia à
população e anunciou que será preciso reduzir o consumo em 30% na região
metropolitana para que as torneiras não sequem em quatro meses.
Não está descartada sobretaxa sobre aumento de consumo.
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