O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse em entrevista à TV Bloomberg nesta quarta-feira (21) que não descarta que a economia brasileira encolha em um trimestre neste ano.
Levy está em Davos, na Suíça,
representando o Brasil no Fórum Econômico Mundial, evento anual que
reúne líderes e empresários do mundo todo para discutir as perspectivas
globais para a economia, tecnologia e ambiente.
"O PIB [Produto
Interno Bruto] no Brasil é muito resiliente. Então, podemos ter um
trimestre (negativo), mas sem grandes consequências", afirmou.
Resiliência, segundo o dicionário Aulete, é "a habilidade de [...]
resistir, lidar e reagir de modo positivo em situações adversas".
Segundo ele, o importante é o caminho adotado, rumo a "uma base sólida
para as contas" do governo, com o objetivo de recuperar a confiança do
mercado.
Investimentos das empresas X impostos
Levy
disse, ainda, que levará um tempo para que as pessoas e as empresas
retomem seus investimentos, mas que o ministério pretende ajudar nisso,
adotando medidas como a simplificação de impostos.
Além disso, o
jornal "Valor Econômico" ouviu pessoas que almoçaram com Joaquim Levy e
investidores internacionais. Segundo elas, o ministro teria dito que o
PIB no Brasil ficará "estável" em 2015.
Petróleo barato não é ruim para o país
O ministro afirmou que o preço do petróleo por volta de US$ 50 o barril
é neutro para o país e que, em última análise, pode ser positivo.
Segundo Levy, apesar do peso da Petrobras, o Brasil não é dependente de petróleo nem nas importações nem nas exportações.
Para a Petrobras, segundo ele, o limite de US$ 50 por barril ainda não é
o "break even point", o ponto de equilíbrio no qual os custos igualam o
preço da venda e o lucro é zero.
Quando perguntado, o ministro
respondeu que não tinha o número exato desse ponto, mas situou o valor
em cerca de US$ 30 com a produção nos novos campos de petróleo da
estatal.
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