Escolhas dos presidentes das duas Casas do Congresso deixarão sequelas
Planalto perderá, não importando o desfecho das eleições de 1º de fevereiro
Esta
semana será dominada pela expectativa sobre as eleições dos novos
presidentes da Câmara e do Senado. A disputa é no domingo, dia 1º de
fevereiro de 2015 –a mesma data na qual tomam posse os novos deputados e
senadores eleitos em outubro de 2014.
Não importa qual seja o
resultado. O Palácio do Planalto estará em situação delicada a partir da
segunda-feira da semana que vem (2.fev.2015), quando deve começar do
ponto de vista político o 2º mandato da presidente Dilma Rousseff –cuja
administração só deslanchou, por enquanto, na área econômica.
No Senado, em tese, o cenário está mais tranquilo. É quase certa a reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para presidir a Casa.
Como
Renan Calheiros é um governista de primeira hora e apoia Dilma
Rousseff, estaria tudo tranquilo, certo? Errado. O nome de Renan tem
aparecido com frequência nas listas preliminares que incluem políticos
encrencados com a Operação Lava Jato.
Ou seja, no domingo
1º.fev.2015 Renan Calheiros pode ser reeleito presidente do Senado.
Alguns dias ou semanas depois correrá o risco de ser acusado formalmente
de corrupção no escândalo da Petrobras desvendado pela Operação Lava
Jato. Se isso ocorrer, o senador do PMDB de Alagoas poderá ter de
enfrentar as acusações do Ministério Público diante do Supremo Tribunal
Federal.
É ruim para o Senado se o seu presidente for questionado
na Justiça. Mas será péssimo para o Palácio do Planalto depender do
apoio e ter de conviver com um aliado questionado –como poderá ser o
caso de Renan Calheiros.
Na Câmara, o cenário é ainda mais
dramático e bagunçado. Há 4 candidatos concorrendo à presidência da
Casa. Em ordem alfabética: Arlindo Chinaglia (PT-SP), Chico Alencar
(PSOL-RJ), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG).
Na real, como se diz, só 2 desses 4 nomes disputam para valer: Arlindo Chinaglia e Eduardo Cunha.
Chinaglia e Cunha pertencem a dois partidos da base de apoio ao governo, PT e PMDB, respectivamente.
No
momento, tudo indica que não haverá composição e a disputa será levada a
até o final. A consequência é que o PT e o PMDB ficarão estremecidos
dentro do Congresso, sobretudo no âmbito da Câmara.
Para o
governo, em teoria, seria melhor o petista Arlindo Chinaglia vencer a
disputa no domingo. Só que nessa hipótese Eduardo Cunha, do PMDB, se
manteria como líder do seu partido e passaria a atormentar o Planalto
diariamente.
A possibilidade de Cunha vencer também é quase um
desastre para Dilma Rousseff. O peemedebista terá conquistado o cargo de
presidente da Câmara sem a ajuda do PT e contra um desejo explícito do
Palácio do Planalto. Terá toda a liberdade para exercer seu poder sem
dever nada à presidente da República.
Como se sabe, o presidente
da Câmara é o 3º homem na hierarquia da República. Ocupa o Planalto no
caso de Dilma e seu vice, Michel Temer, terem de se ausentar. Além
disso, o chefe dos deputados tem poder para arquivar ou dar provimento a
pedidos de impeachment.
Tudo considerado, não bastassem as
dificuldades econômicas, a inflação em alta, o PIB em baixa, a falta de
água e a falta de energia, o governo Dilma agora tem agora uma grande
encrenca na área política, com a volta do funcionamento da Câmara e do
Senado a partir de 1º.fev.2015.
Blog do Fernando Rodrigues
26/01/2015 10:03
O Eduardo Cunha (PMDB) tem que ganhar esta Presidência da Câmara, pois só o presidente pode aceitar CPI (Petrobrás "+Petrolão") e BNDES). Os deputados evangélicos e ruralistas são em 90 e apoiam o PMDB.
ResponderExcluirSeu adversário (PT) torce e aposta num segundo turno, para então vencer !!!
Votação é secreta, na segunda-feira, dia 02 de fevereiro.