25 janeiro, 2015

Sumida, Dilma estima que dificuldades irão até 2016


Vivendo um verdadeiro inferno astral de começo de mandato, com medidas econômicas impopulares, apagão e disputas políticas, a presidente Dilma Rousseff tem optado pelo silêncio. A assessores, contudo, diz que o período de ajuste é necessário e deve durar dois anos.

É o tempo que Dilma considera como inevitável para arrumar a economia e enfrentar as turbulências políticas. 


Ela tem dito estar convicta do caminho adotado, e tende a desconsiderar as críticas de que está isolada em suas decisões ou praticando estelionato eleitoral ao adotar medidas associadas à oposição. 


Para a presidente, o principal ponto de preocupação do momento é outro: o efeito econômico da crise decorrente da Operação Lava Jato, que afeta diversas grandes empreiteiras com contratos agora sob suspeita com a Petrobras. 


Auxiliares presidenciais dizem que o governo já estava preparado para receber críticas pelos ajustes necessários na política econômica, mas teme agora uma onda de demissões e quebra de empresas ligadas ao escândalo.


Este cenário não estava previsto e pode piorar a situação econômica do Brasil, que já não é boa e ainda pode contar com o efeito da crise hídrica em São Paulo -principal mercado consumidor do país. 


Há receio de que as demissões na indústria naval, que já bateram em 12 mil cortes de vagas nos últimos dois meses, dobrem até o fim do ano.

 
REUNIÃO

Dilma pretende tratar desses temas em sua primeira reunião ministerial do segundo mandato, marcada para terça (27), quando deve dizer aos ministros que o ajuste fiscal é necessário e que eles têm de estar preparados para passar um período difícil. 


Ela defenderá todas as medidas adotadas até aqui por sua equipe econômica e dirá que o ajuste fiscal aumenta o desafio de cada ministro buscar medidas para ajudar o país a sair desta fase de crise. 


A reunião da presidente com sua equipe ocorrerá num momento em que ela é bombardeada tanto por aliados como pela oposição. 


A petista tem sido criticada pelo silêncio que vem mantendo desde o ano passado, durante período em que baixou medidas como redução de benefícios trabalhistas e previdenciários, aumento de impostos e corte de gastos. Decisões que contrariaram seu discurso de campanha, mas foram aplaudidas pelo mercado financeiro. 


Dilma também não fez nenhum comentário sobre o apagão ocorrido na segunda (19), que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, sendo que durante a campanha garantiu que o setor elétrico brasileiro é robusto e seguro. 


Editoria de Arte/Folhapress
FOGO AMIGO

Líderes petistas e centrais sindicais, por sinal, deixaram de lado o silêncio adotado no final do ano passado e passaram a criticar publicamente a presidente pelas medidas econômicas. O PT se queixa da perda de espaço no governo e da falta de interlocução com a presidente. Nos bastidores, grão-petistas dizem que não elegeram Dilma para "este projeto que está aí''. 


Ministros lembram que, na véspera do segundo turno, Dilma já havia dado a senha da condução do segundo mandato. A um grupo seleto de assessores a presidente disse que, se conseguisse mais quatro anos na Presidência, estaria "livre" para governar do seu jeito, sem compromisso com reeleição. 


No próximo dia 6, o PT prepara uma grande festa em Belo Horizonte para comemorar o aniversário do partido. O evento deve servir de palco para afagos ao ex-presidente Lula, principal nome para a sucessão de Dilma, em 2018. 


Entre aliados, Dilma não está se afastando apenas do PT. Em outra frente, a eleição para presidência da Câmara, ela enfrentará o PMDB:

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é favorito e desafeto do Planalto. Para não ficar refém do PMDB, o Planalto tem incentivado a formação de uma base aliada "alternativa'', liderada pelos ministros Cid Gomes (Educação), do Pros, e Gilberto Kassab (Cidades), do PSD. 

A movimentação irritou o PMDB, que também reclama da falta de acesso ao núcleo palaciano. Tanto PT como PMDB afirmam que Dilma se fechou em copas após a eleição, dando ouvido apenas ao ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e isolando outros interlocutores, como o próprio ex-presidente Lula e o vice-presidente, Michel Temer. 

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