A defesa do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano,
ingressou com um pedido de liberdade dele no qual acusa o juiz Sergio
Moro de ser justiceiro.
"O juiz singular tem o dever de julgar, não de perseguir, nem de
justiçar, devendo-se afastar do propósito de se notabilizar como
paladino da moralidade na República, já que esta não é sua função", diz o
pedido de habeas corpus assinado por um grupo de advogados encabeçado
por Nelio Machado.
Baiano está preso desde 21 de novembro sob acusação de ter recebido US$
30 milhões em suborno por intermediar a compra de dois navios-sondas
para a Petrobras, segundo um dos delatores da Operação Lava Jato.
Machado diz que o processo é "permeado de excessos e descomedimentos,
ilegalidades e abusos de poder". Segundo o pedido, o juiz viola a
Constituição ao abandonar o princípio de presunção de inocência: "O
magistrado pressupõe que o paciente [réu] é culpado, que solto irá fugir
e que se for posto em liberdade cometerá novos crimes".
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, entendeu
que o pedido não é urgente. O ministro Teori Zavascki decidirá sobre ele
em fevereiro, na retomada os trabalhos no STF.
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