Os advogados do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) deverão entregar no início da próxima semana uma relação de notas fiscais, contratos e outros documentos com o objetivo de tentar comprovar que ele de fato prestou serviços a três empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.
Segundo os advogados, Dirceu incluirá passagens aéreas e comprovantes de
hospedagem em hotéis para provar que viajou a serviço das empresas e
que as consultorias prestadas não eram fictícias.
No último dia 8, a juíza federal substituta da 13ª Vara Federal de
Curitiba (PR), Gabriela Hardt, acolheu pedido do Ministério Público
Federal e determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal da JD
Assessoria e Consultoria Ltda., registrada em seu nome e de seu irmão, e
das contas pessoais de ambos.
José Dirceu
Na decisão, a juíza revelou que a empresa recebeu ao todo R$ 3,76 milhões das empreiteiras UTC Engenharia (R$ 2,27 milhões), Galvão Engenharia (R$ 725 mil) e OAS (R$ 720 mil).
Os números surgiram em análise da Receita Federal entregue ao Ministério Público Federal.
Segundo a juíza, as empreiteiras estão sendo investigadas "justamente
pelo pagamento de serviços de consultoria fictícios a empresas diversas
para viabilizar a distribuição de recursos espoliados do Poder Público".
A juíza escreveu que o objetivo da quebra é "verificar se os sócios
eventualmente receberam recursos das empreiteiras investigadas e se tais
recursos possuem causa (i)lícita".
Em nota divulgada nesta sexta-feira (23) no blog do ex-ministro, a JD
afirmou que prestou consultoria às empresas para atuação em mercados
externos, sobretudo na América Latina e Europa. "A relação comercial com
as empresas não guarda qualquer relação com contratos na Petrobras sob
investigação na Operação Lava Jato. O ex-ministro José Dirceu está à
disposição para prestar quaisquer esclarecimentos à Justiça."
FOLHA
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