A presidente Dilma Rousseff fechou o último ano de seu primeiro mandato com um rombo inédito no caixa do Tesouro Nacional.
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29), as despesas do
governo com pessoal, programas sociais, custeio administrativo e
investimentos superaram as receitas de 2014 em R$ 17,2 bilhões.
Com o impulso do calendário eleitoral, os gastos foram acelerados e
chegaram a R$ 1,031 trilhão; já a arrecadação, prejudicada pela
fragilidade da economia e por medidas de alívio tributário, ficou em R$
1,014 trilhão.
Isso significa que o governo teve de tomar dinheiro emprestado no
mercado para cobrir seus compromissos cotidianos e as obras públicas -em
economês, houve um deficit primário.
Trata-se do primeiro deficit do gênero apurado pelo Tesouro desde o
Plano Real, lançado em 1994; antes disso, a hiperinflação corroía o
valor das despesas e ajudava a equilibrar o Orçamento.
Utilizando outra metodologia, o Banco Central apontou um pequeno resultado negativo no caixa federal em 1997.
Ainda mais sem precedentes é o contraste entre os números obtidos no
ano passado e a meta fiscal anunciada pela administração petista: até
setembro, a equipe de Dilma sustentava que seriam poupados R$ 80,8
bilhões -um superavit primário- para o abatimento da dívida pública.
CAUSAS
Trata-se do ápice de um processo de deterioração das contas públicas
iniciado em 2009, quando o governo Lula enfrentou os efeitos da crise
internacional com aumento de gastos e redução de impostos, além de mais
empréstimos nos bancos públicos.
Na época, caiu a tributação de automóveis e outros produtos e foi
lançado o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, entre outras
medidas. O consumo e os investimentos foram reativados, e a economia
cresceu 7,5% em 2010, ajudando a eleição de Dilma.
A presidente tentou repetir a estratégia em seu primeiro mandato,
quando houve nova piora do cenário internacional. No entanto, os
resultados foram declinantes.
A população, mais endividada, não tinha mais como ampliar seu consumo
no ritmo de antes; os empresários, temendo pelo futuro da política
econômica, passaram a investir menos.
Com a economia parada, também piorou o desempenho da arrecadação de
impostos; a insistência do Planalto em novas rodadas de desoneração
tributária e aumento de despesas criou um círculo vicioso.
CONSEQUÊNCIAS
O impacto mais imediato da piora fiscal é o aumento da dívida
pública, que nos últimos quatro anos saltou do equivalente a 53% para
63% do PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda do país).
Mas há consequências mais palpáveis no cotidiano, como o aumento da
inflação -afinal, os salários e benefícios sociais pagos pelo governo
injetam dinheiro no consumo, que cresce acima da capacidade de produção
de bens e serviços.
A oferta insuficiente de produtos nacionais também eleva as importações, o que faz o país perder divisas.
Para conter a alta dos preços e a saída de dólares, o Banco Central
precisa elevar os juros do país, que já estão entre os mais altos do
mundo.
De positivo, a política de Dilma conseguiu manter o desemprego em
baixa, em especial porque caiu a tributação sobre as folhas de pagamento
das empresas.
Essa vantagem, porém, está em xeque, porque agora será necessário
elevar impostos e cortar gastos públicos para reequilibrar as contas do
governo -que promete um superavit de R$ 55,3 bilhões neste ano.
FOLHA
ACHO que uma governanta dessa, a essa altura do campeonato, deve estar se sentindo muito "amada" e nem tenha noção do preço que irá lhe custar tanto "amor".
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