Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Em sua primeira aparição pública no ano, o senador e candidato derrotado à Presidência da República em 2014,
Aécio Neves (PSDB-MG), voltou a criticar o governo de Dilma Rousseff
(PT) e defendeu a recriação da CPMI da Petrobras, para investigar os
casos de desvio de recursos da estatal. "Destruíram nossa maior empresa e
não tiveram a capacidade de, agora, reconhecendo os desvios, minimizar
as perdas", afirmou o tucano. "Cada vez mais, vai ficando claro que quem
venceu as eleições foi a mentira, infelizmente, e não a verdade."
As declarações foram feitas durante a reunião da bancada do PSDB na
Câmara dos Deputados, realizada na manhã desta sexta-feira (30) em um
hotel de Brasília. Bronzeado e usando barba, Aécio Neves criticou o
governo Dilma afirmando que o Brasil está "provando o veneno" de um
governo "irresponsável".
"O que o Brasil está provando é o
veneno, o fel de um governo que agiu irresponsavelmente durante os
últimos anos. Tudo o que nós denunciamos durante a campanha eleitoral
aparece agora de forma totalmente cristalina", afirmou.
O novo visual do ex-candidato à Presidência dividiu a opinião dos tucanos. O
líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, disse ter aprovado o novo
visual. "Tenho certeza que vai continuar agradando muita gente."
Aécio comentou o rebaixamento da nota de investimento da agência
classificadora de risco Moody's em relação à Petrobras. Na noite desta
quinta-feira (30), a agência rebaixou todos os "ratings" da estatal.
"Hoje, a perda de grau de investimento feita pela Moody´s é uma
sinalização clara de como o mundo vê o Brasil e a Petrobras", afirmou.
Eleições
Ao falar sobre as eleições de 2014,
Aécio criticou a postura da adversária, Dilma Rousseff, e disse que a
então candidata à reeleição "vendeu um país da maravilha".
"A
presidente da República não permitiu que o Brasil debatesse durante a
campanha eleitoral medidas para superação da crise. Vendeu um país da
fantasia, do conto da carochinha. Onde tudo ia muito bem, país crescia,
pleno emprego. Hoje, o custo dos ajustes é muito mais alto pela
irresponsabilidade do governo", afirmou.
Questionado sobre a
possível "debandada" de deputados da bancada tucana para a candidatura à
presidência da Câmara de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Aécio voltou a
manifestar seu apoio ao candidato Júlio Delgado (PSB-MG), a quem os
tucanos declararam apoio formal no final do ano passado.
"E o
PSDB agirá como partido político. O PSDB não se permitirá cooptações
individuais. E qualquer um candidato que acha que pode fazê-lo, irá se
frustrar. O PSDB votará em Júlio Delgado em sua integralidade. É o que
eu espero", afirmou.
No início da semana, circularam informações
sobre uma possível migração de deputados tucanos para a candidatura de
Eduardo Cunha, tido como o favorito na disputa pela presidência da
Câmara.
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