Maior bancada da Câmara, o PT sai enfraquecido da disputa pelo comando
da Casa após tentar impor uma derrota ao deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), desafeto do Palácio do Planalto.
Os petistas ficaram sem representantes nos outros dez cargos da Mesa
Diretora e sem direito a escolher as três principais comissões.
A última vez em que o PT ficou sem cadeira na Mesa foi entre 2005 e
2007, na gestão Aldo Rebelo (PC do B-SP), mas ele era aliado dos
petistas.
A nova ausência foi motivada pela estratégia para atrair aliados para a
candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), loteando os cargos de direção.
A sigla entregou as três vagas do bloco de apoio ao petista para PSD,
PR e Pros.
Sergio Lima/Folhapress | ||
Candidato petista à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia discursa na tribuna |
Os cargos na Mesa dão visibilidade aos partidos e aos deputados que
ocupam as vagas, pois tratam de questões como reajustes de benefícios
para os congressistas.
Após a derrota, Chinaglia afirmou que o PT pode tentar uma manobra ter uma vaga.
Editoria de Arte/Folhapress |
Ele disse que houve um acerto informal para que, em caso de derrota, um
aliado ceda a vaga. Regimentalmente, isso só pode ocorrer se um dos três
eleitos renunciar, o que forçaria nova eleição. Futuro líder do PT,
Sibá Machado (AC), descartou. "Já temos problemas demais", afirmou.
O PT também perdeu peso nas comissões. O grupo de Cunha deve ficar com
as comissões de Constituição e de Justiça e Finanças e Tributação, as
principais, além de ter direito a mais uma escolha antes dos outros
partidos.
Nesses colegiados, o presidente também define a pauta de votações,
podendo acelerar ou retardar a discussão de matérias importantes.
Nas comissões são tratados, entre outros, pedidos de convocação de ministros e de explicações do governo.
INVESTIGADOS
O novo comando da Câmara tem dois deputados investigados no STF (Supremo
Tribunal Federal): o vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA) e o
primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP).
Maranhão foi flagrado em ligações suspeitas com integrantes do esquema
de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão
investigado na operação Miqueias, da Polícia Federal.
Mansur já foi condenado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) a pagar indenização de R$ 200 mil por dano moral coletivo.
A punição ocorreu, de acordo com o processo, em razão da constatação de
trabalho escravo e de trabalho infantil em uma fazenda do parlamentar na
cidade de Bonópolis, em Goiás.
Na época, o deputado federal negou que houve trabalho escravo. O caso também é analisado no STF.
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