02 fevereiro, 2015

PT fica sem cadeira na Mesa da Câmara

Maior bancada da Câmara, o PT sai enfraquecido da disputa pelo comando da Casa após tentar impor uma derrota ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto do Palácio do Planalto. 

Os petistas ficaram sem representantes nos outros dez cargos da Mesa Diretora e sem direito a escolher as três principais comissões. 

A última vez em que o PT ficou sem cadeira na Mesa foi entre 2005 e 2007, na gestão Aldo Rebelo (PC do B-SP), mas ele era aliado dos petistas. 

A nova ausência foi motivada pela estratégia para atrair aliados para a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), loteando os cargos de direção. A sigla entregou as três vagas do bloco de apoio ao petista para PSD, PR e Pros. 


Sergio Lima/Folhapress
Candidato petista à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia discursa na tribuna
Candidato petista à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia discursa na tribuna

Os cargos na Mesa dão visibilidade aos partidos e aos deputados que ocupam as vagas, pois tratam de questões como reajustes de benefícios para os congressistas. 

Após a derrota, Chinaglia afirmou que o PT pode tentar uma manobra ter uma vaga. 

Editoria de Arte/Folhapress
Ele disse que houve um acerto informal para que, em caso de derrota, um aliado ceda a vaga. Regimentalmente, isso só pode ocorrer se um dos três eleitos renunciar, o que forçaria nova eleição. Futuro líder do PT, Sibá Machado (AC), descartou. "Já temos problemas demais", afirmou. 

O PT também perdeu peso nas comissões. O grupo de Cunha deve ficar com as comissões de Constituição e de Justiça e Finanças e Tributação, as principais, além de ter direito a mais uma escolha antes dos outros partidos. 

Nesses colegiados, o presidente também define a pauta de votações, podendo acelerar ou retardar a discussão de matérias importantes. 

Nas comissões são tratados, entre outros, pedidos de convocação de ministros e de explicações do governo. 

INVESTIGADOS
 
O novo comando da Câmara tem dois deputados investigados no STF (Supremo Tribunal Federal): o vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA) e o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP). 

Maranhão foi flagrado em ligações suspeitas com integrantes do esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão investigado na operação Miqueias, da Polícia Federal. 

Mansur já foi condenado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) a pagar indenização de R$ 200 mil por dano moral coletivo. 

A punição ocorreu, de acordo com o processo, em razão da constatação de trabalho escravo e de trabalho infantil em uma fazenda do parlamentar na cidade de Bonópolis, em Goiás. 

Na época, o deputado federal negou que houve trabalho escravo. O caso também é analisado no STF.



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