01 fevereiro, 2015

Favorito, Cunha formaliza o maior bloco para disputa à presidência

Na composição de forças para a disputa para a presidência da Câmara, o PMDB conseguiu formalizar neste domingo (1º) a maior aliança entre os partidos da Casa. 

O candidato do partido, Eduardo Cunha (RJ), obteve o apoio de 14 legendas —PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PEN, PRTB, PSDC, PRP, PMN e PTN—, totalizando 218 dos 513 deputados. 

O principal adversário do peemedebista e candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), ficou sem alinhamento com o PDT, como era esperado. Os pedetistas não conseguiram recolher as assinaturas necessárias para confirmar a aliança com o petista até o prazo estabelecido pelo comando da Casa. 

Chinaglia teve apoio do PSD, PR, PROS e PCdoB, somando 160 deputados. Integrantes da campanha de Chinaglia pretendem recorrer ao comando da Casa para incluir o partido. O deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) responde pela presidência até a eleição do novo presidente na noite de hoje. A oposição pretende impedir a manobra. 

A formação de blocos é importante não só pela disputa da presidência da Câmara, mas também por causa da definição das 11 vagas no comando da Casa, além da escolha de presidência de comissões e outros órgãos da Casa. 

Após a confusão envolvendo o PDT, coordenadores de Chinaglia insinuaram que a a falta de empenho para a entrega das assinaturas teria ocorrido de forma proposital, num acerto com o PMDB. O PDT fechou apoio numa reunião tensa e com pressão da cúpula que defendia um aceno ao Planalto. 

Sem o PDT, o PT deve ficar com menos peso para escolha de espaço na Mesa Diretora da Casa. Segundo parlamentares, o PT corre o risco de ficar apenas com as suplências, cargos de menor importância. 

Quando a campanha de Cunha foi informada da trapalhada na campanha adversária eles comemoraram no gabinete. 

Considerado azarão, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) reuniu quatro partidos - PSB, PV, PPS e PSDB, com 106 parlamentares. 

O Psol, que lançou candidatura própria, com Chico Alencar (RJ), ficou isolado, a sigla tem cinco deputados.


OFERTAS
 
Cunha conseguiu reunir o maior número de apoios mesmo com toda a ofensiva do Planalto para esvaziar a candidatura do peemedebista que enfrenta resistência do governo. 

O candidato do PMDB se aliou com o PP mesmo o partido tendo garantido o ministério da Integração Nacional na composição do segundo mandato de Dilma Rousseff. 

O que pesou nessa negociação foi a promessa de que o partido deve ficar com a vice-presidência da Casa. O PP é o partido com maior número de parlamentares citados por investigados na Operação Lava Jato que apura desvio de recursos na Petrobras. 

No caso do PRB, Chinaglia tentou trazer o partido para a sua composição até o último momento. Ele se reuniu com integrantes da sigla até na madrugada de domingo mas a ofensiva não surtiu efeito. 

O PRB, que ganhou o ministério do Esporte e sofreu forte assédio do núcleo duro do governo, também optou pelo alinhamento com Cunha. O partido já havia declarado apoio ao peemedebista em dezembro e não desfez o anúncio. 

Nesta semana, Cunha adotou uma estratégia para constranger publicamente a legenda. Ele publicou nas redes sociais fotos em que aparece ao lado do ministro George Hilton, quando o partido selou a aliança. 

RACHA
 
O rol de alianças do peemedebista foi fortalecido pela união de partidos nanicos. Ao todo, sete nanicos, com totalizam 17 parlamentares, tinham fechado entendimento para apoiar Cunha, mas minutos antes do prazo final eles racharam, mas PTC, PSL e PTdoB não entregaram assinaturas. 

Os nanicos foram cortejados por Cunha, Chinaglia e Júlio Delgado. Líderes admitiram que foram atraídos pelo PMDB com a garantia de vagas nas comissões temáticas de interesse e inclusão no orçamento de verbas indicadas pelos novos parlamentares no orçamento de 2015 que ainda não foi aprovado pelo Congresso. 

Cunha negou ofertas de benefícios aos nanicos. Segundo o peemedebista, eles foram atraídos "pelo cheiro da vitória".

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