Na composição de forças para a disputa para a presidência da Câmara, o
PMDB conseguiu formalizar neste domingo (1º) a maior aliança entre os
partidos da Casa.
O candidato do partido, Eduardo Cunha (RJ), obteve o apoio de 14
legendas —PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PEN, PRTB, PSDC, PRP,
PMN e PTN—, totalizando 218 dos 513 deputados.
O principal adversário do peemedebista e candidato do PT, Arlindo
Chinaglia (SP), ficou sem alinhamento com o PDT, como era esperado. Os
pedetistas não conseguiram recolher as assinaturas necessárias para
confirmar a aliança com o petista até o prazo estabelecido pelo comando
da Casa.
Chinaglia teve apoio do PSD, PR, PROS e PCdoB, somando 160 deputados.
Integrantes da campanha de Chinaglia pretendem recorrer ao comando da
Casa para incluir o partido. O deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) responde
pela presidência até a eleição do novo presidente na noite de hoje. A
oposição pretende impedir a manobra.
A formação de blocos é importante não só pela disputa da presidência da
Câmara, mas também por causa da definição das 11 vagas no comando da
Casa, além da escolha de presidência de comissões e outros órgãos da
Casa.
Após a confusão envolvendo o PDT, coordenadores de Chinaglia insinuaram
que a a falta de empenho para a entrega das assinaturas teria ocorrido
de forma proposital, num acerto com o PMDB. O PDT fechou apoio numa
reunião tensa e com pressão da cúpula que defendia um aceno ao Planalto.
Sem o PDT, o PT deve ficar com menos peso para escolha de espaço na Mesa
Diretora da Casa. Segundo parlamentares, o PT corre o risco de ficar
apenas com as suplências, cargos de menor importância.
Quando a campanha de Cunha foi informada da trapalhada na campanha adversária eles comemoraram no gabinete.
Considerado azarão, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) reuniu quatro partidos - PSB, PV, PPS e PSDB, com 106 parlamentares.
O Psol, que lançou candidatura própria, com Chico Alencar (RJ), ficou isolado, a sigla tem cinco deputados.
OFERTAS
Cunha conseguiu reunir o maior número de apoios mesmo com toda a
ofensiva do Planalto para esvaziar a candidatura do peemedebista que
enfrenta resistência do governo.
O candidato do PMDB se aliou com o PP mesmo o partido tendo garantido o
ministério da Integração Nacional na composição do segundo mandato de
Dilma Rousseff.
O que pesou nessa negociação foi a promessa de que o partido deve ficar
com a vice-presidência da Casa. O PP é o partido com maior número de
parlamentares citados por investigados na Operação Lava Jato que apura
desvio de recursos na Petrobras.
No caso do PRB, Chinaglia tentou trazer o partido para a sua composição
até o último momento. Ele se reuniu com integrantes da sigla até na
madrugada de domingo mas a ofensiva não surtiu efeito.
O PRB, que ganhou o ministério do Esporte e sofreu forte assédio do
núcleo duro do governo, também optou pelo alinhamento com Cunha. O
partido já havia declarado apoio ao peemedebista em dezembro e não
desfez o anúncio.
Nesta semana, Cunha adotou uma estratégia para constranger publicamente a
legenda. Ele publicou nas redes sociais fotos em que aparece ao lado do
ministro George Hilton, quando o partido selou a aliança.
RACHA
O rol de alianças do peemedebista foi fortalecido pela união de partidos
nanicos. Ao todo, sete nanicos, com totalizam 17 parlamentares, tinham
fechado entendimento para apoiar Cunha, mas minutos antes do prazo final
eles racharam, mas PTC, PSL e PTdoB não entregaram assinaturas.
Os nanicos foram cortejados por Cunha, Chinaglia e Júlio Delgado.
Líderes admitiram que foram atraídos pelo PMDB com a garantia de vagas
nas comissões temáticas de interesse e inclusão no orçamento de verbas
indicadas pelos novos parlamentares no orçamento de 2015 que ainda não
foi aprovado pelo Congresso.
Cunha negou ofertas de benefícios aos nanicos. Segundo o peemedebista, eles foram atraídos "pelo cheiro da vitória".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O Blog Olhar de Coruja deseja ao novo Presidente Jair Messias Bolsonaro tenha grande êxito no comando do nosso País.