05 fevereiro, 2015

PT recebeu até US$ 200 milhões em propina da Petrobras, estima delator

Petrolão

Em depoimento concedido em acordo de delação premiada, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras, estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013 de propina retirada dos 90 maiores contratos da Petrobras, como o da refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco. 

Barusco afirma que o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, teve "participação" no recebimento desse suborno. Vaccari Neto, de acordo com ele, ficou, até março de 2013, com US$ 4,5 milhões. 

Ainda segundo ele, houve pagamentos até fevereiro do ano passado. 

Tesoureiro do PT João Vaccari Neto é levado para depor em nova fase da Operação Lava Jato na sede da Polícia Federal em São Paulo
O depoimento foi prestado no dia 20 de novembro último e veio à tona nesta quinta-feira (5). 


Segundo Barusco, Vaccari participou pessoalmente de um acerto fechado entre funcionários da Petrobras e estaleiros nacionais e internacionais relativos a 21 contratos para construção de navios equipados com sondas, contratações que envolveram ao todo cerca de US$ 22 bilhões. 


"Essa combinação envolveu o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, o declarante [Barusco] e os agentes de cada um dos estaleiros, que deveria ser distribuído o percentual de 1%, posteriormente para 0,9%", declarou Barusco. 


Segundo o delator, desse 1% sobre o valor dos contratos, a divisão se dava da seguinte forma: "2/3 [dois terços] para João Vaccari; e 1/3 para 'Casa 1' e 'Casa 2'". Barusco envolveu outros funcionários da Petrobras no esquema. 


A "Casa 1", segundo o ex-gerente, era o termo usado para "o pagamento de propina no âmbito da Petrobras, especificamente para o diretor de Serviços Renato Duque e Roberto Gonçalves, o qual substituiu o declarante na gerência executiva da Área de Engenharia". 

A "Casa 2" referia-se "ao pagamento de propinas no âmbito da Setebrasil, especificamente para o declarante, João Carlos de Medeiros Ferraz, presidente da empresa e, posteriormente, também houve a inclusão de Eduardo Musa, diretor de participações da empresa". 


Durante o depoimento, Barusco entregou à força-tarefa da Lava Jato uma série de documentos que, segundo ele, comprovam os pagamentos realizados pelos estaleiros para contas bancárias localizadas na Suíça e sob controle de diversos operadores do esquema, incluindo Renato Duque, ex-diretor de Serviços indicado pelo PT e que teve recentemente a prisão relaxada por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), em habeas corpus.

Barusco disse que um dos pagamentos foi de US$ 2,1 milhões do estaleiro Jurong para Renato Duque, na Suíça. 


Até março de 2013, segundo Barusco, João Vaccari já havia recebido um total de US$ 4,52 milhões do estaleiro Kepell Fels. Vaccari era identificado numa tabela de pagamento de valores pela sigla de "Moch", que significava "mochila", "uma vez que o declarante quase sempre presenciava João Vaccari Neto usando uma mochila". 


Ele apntou ainda Milton Pascowitch como operador da Engevix no esquema. Ele foi levado nesta quinta-feira (5) à Polícia Federal para ser ouvido sobre movimentações de dinheiro no exterior


As tabelas com as inscrições foram entregues por Barusco à Polícia Federal. 


ZELADA
 

Em outro depoimento, prestado em 24 de novembro, Pedro Barusco acusou o ex-diretor da Área Internacional Jorge Zelada de também ter recebido propina, antes de chegar ao alto escalão da estatal. 


Ele afirmou que recolhia o dinheiro e, em determinada ocasião, chegou a entregar R$ 120 mil em mãos, na casa de Zelada, no Rio de Janeiro. O ex-gerente da Petrobras não soube dizer, porém, se Zelada foi beneficiado pelo suborno quando já estava na cadeira na diretoria da Petrobras. 


Barusco diz ter conhecimento que houve pagamentos ilegais a Zelada quando ele ainda era gerente geral da companhia. Cita como exemplo as obras de construção das plataformas P-51 e P-52 como negócios em que Zelada participou da divisão da propina. 


Ele admitiu ainda conhecer o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, e que Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, foi quem o apresentou a Baiano, num evento em Houston.

Segundo Barusco, Costa e Baiano eram amigos. 


OUTRO LADO
 

O PT ainda não se pronunciou oficialmente sobre as declarações de Barusco. Em notas anteriores o partido sempre afirmou que só recebeu colaborações legais. 


Duque e Vaccari já negaram, por diversas vezes, qualquer participação nas irregularidades da Petrobras. 





Um comentário:

  1. Vejam que o "Moch" levava 2/3 dos 1% da propina dos Estaleiros Keppel Fels.
    Os restantes 1/3 da propina de 1% iam para "Casa1" e" Casa2". Notem que "casa2" é o bolso dos Diretores da SETE BRASIL, onde a Previ está entalada!!!

    Que ladroagem!!!!

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