O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prepara um convite
global para que os 39 ministros da presidente Dilma Rousseff prestem
esclarecimentos e debatam temas de suas pastas com deputados.
A ideia é seja estabelecido um calendário para que um ministro, a cada
semana, compareça à Câmara numa comissão geral, quando todos os
trabalhos da Casa são interrompidos para a realização de um debate em
plenário. Preferencialmente, esses encontros acontecerão às
quintas-feiras.
Cunha acertou a interação com os ministros durante a reunião de líderes
da Casa. Pelas regras da Câmara, quando um ministro é convidado, ele não
é obrigado a comparecer. O peemedebista, porém, não descartou que sejam
aprovadas convocações, em casos de recusa, o que torna a presença
obrigatória.
"Vamos aprovar um convite global, fazer um calendário para o ano
inteiro. Se eventualmente, alguém que for convidado, sem motivação de
força maior se recusar a comparecer, pode ser que o plenário entenda
depois convocar", afirmou.
Questionado se a medida é uma reação à pressão dos parlamentares contra
restabelecer sessões de votações nas quintas-feiras, ele negou.
"Não tem reação nenhuma. É simplesmente fazer o que o Parlamento tem que
fazer: que é debater. É fazer com que os ministros possam num dia
debater assuntos de suas pastas com o Parlamento", afirmou.
O presidente da Câmara reconheceu que há um movimento para jogar votações para as noites de segundas-feiras.
Atualmente, as votações ocorrem apenas às terças e às quartas. Às
quintas são discutidas matérias de consenso, como acordos
internacionais, e geralmente é mantido o registro de presença do dia
anterior para garantir o quórum.
No lugar de promessas de ampliação de benefícios, agora o presidente da
Câmara fala em cortar o salário de quem não comparecer às sessões de
quinta. Para as ausências, serão aceitas justificativas de viagem em
missão oficial ou de licenças médicas.
FORÇA-TAREFA
Em outra frente, a liderança do governo na Câmara prepara uma agenda para estreitar a relação do Planalto com a base aliada.
O líder do governo na Casa, José Guimarães (CE), discute um calendário
de reuniões do Planalto com os governistas, que pode contar com um
encontro de Dilma com os aliados.
"Estamos atuando em várias frente para recompor a governabilidade. Aqui não pode ser essa política do mata-mata", disse.
Em uma semana de trabalho do Congresso, o governo sofreu uma derrota
histórica imposta por aliados com a eleição de Cunha para comandar a
Câmara, também viu ser criada uma nova CPI para investigar a Petrobras e
também a inclusão de uma proposta incômoda na discussão sobre a reforma
política.
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