- Divulgação/Agência Senado - 19.dez.2014Ex-senador fez críticas à decisão da Petrobras de cancelar a construção de refinaria no MA e à política econômica de Dilma
No dia em que se despediu da política, o ex-presidente e ex-senador
José Sarney (PMDB-AP) fez duras críticas ao governo Dilma Rousseff em
sua coluna publicada semanalmente no jornal "O Estado do Maranhão", de
propriedade de sua família.
O alvo principal da crítica neste domingo (1º) foi o cancelamento, anunciado na quarta-feira (28) pela Petrobras, da construção da refinaria Premium 1, cuja obras estavam em andamento em Bacabeira (53 km de São Luís).
"O Maranhão recebeu apático uma decisão que é uma manifestação de
discriminação, desprezo, ingratidão e injustiça. Que culpa tem o
Maranhão pela corrupção e pela bagunça da Petrobras? Pagamos nós pela
Lava Jato!", questionou Sarney, seguindo: "O Maranhão esperou 30 anos
por um grande projeto de estrutura de base, para mostrar que o Brasil
não pode continuar a ser dois Brasis, um rico e um pobre."
Ainda
segundo o senador, é hora do Estado se unir para que as obras sejam
retomadas. Ele defende uma "luta" dos nomes maranhenses pela retorno das
obras.
"Eu não aceito essa decisão de acabar com a refinaria em
nossa terra. Falta de dinheiro na Petrobras! Por que não abrir a
empresas estrangeiras a construção? Aí estão capitais chineses,
americanos, ingleses, holandeses, sauditas, árabes e tantos outros.
Posso não estar mais vivo, mas sei que, se mantivermos a luta, classes
empresariais, povo, governo, todos unidos, essa decisão será revertida e
um dia vamos ver a refinaria do Maranhão", escreveu.
Segundo
dados de balanços da Petrobras, a refinaria Premium 1 já teve
investimentos federais, desde 2007, de R$ 1,8 bilhão --em valores
não-atualizados monetariamente.
Além da obra no Maranhão, a
Petrobras também anunciou que desistiu da refinaria Premium 2, no Ceará,
que já teve mais de R$ 1 bilhão em investimentos.
Em nota, o
governo do Maranhão --comandado por Flávio Dino (PCdoB), opositor
histórico dos Sarney-- também criticou o governo federal e disse está
"pronto a dialogar com a Petrobras para a retomada de investimentos no
Maranhão, sendo sanados os erros técnicos do projeto original, que não
são de responsabilidade do povo maranhense."
Política econômica "hostil"
As críticas do ex-senador e aliado da presidente não se restringiram à refinaria e chegaram à política econômica de Dilma.
"Os fundos de participação dos Estados são contidos em limites
precários, incapazes de fazer a diferença. Não há incentivos efetivos
aos empréstimos dos bancos de desenvolvimento, como taxas de juro
diferenciadas das dos estados ricos. A área econômica do governo é
indiferente, ou mesmo hostil, a medidas que possam fazer os estados
pobres competitivos, capazes de atrair investimentos que normalmente vão
para os estados ricos", alegou Sarney.
Durante a campanha
eleitoral de 2014, Sarney e sua família fizeram campanha para a
reeleição de Dilma. Apesar disso, imagens feitas pela "TV Amapá" no dia
da votação mostraram que o ex-senador apertou o 45, votando em Aécio Neves (PSDB).
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