05 fevereiro, 2015

Maior problema da nova gestão será publicar balanço

Escândalo na Petrobras
Dentre todos os problemas da Petrobras, o mais urgente nó a ser desfeito pela nova diretoria da Petrobras, a ser anunciada na sexta (6), é publicação do balanço auditado com o lançamento das perdas decorrentes da corrupção. 

Uma alternativa seria assumir os R$ 4 bilhões como um piso. O valor foi estimado pela própria estatal com base, em média, em 3% no sobrepreço de todos os contratos de 23 empresas fornecedoras que supostamente operaram em cartel entre 2004 e 2012 com o objetivo de elevar preços das licitações para repasse de propina. 

A estatal baseou seus cálculos em informações repassadas pelo Ministério Público Federal –entre elas, os depoimentos ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e de dois executivos de empresas "que participaram dos supostos atos ilícitos." 

A cifra é vista como um cálculo mais objetivo e "palatável" para o governo. O estopim da demissão de Graça Foster se deu quando a executiva insistiu em divulgar uma perda estimada em R$ 88 bilhões no valor dos ativos envolvidos em atos de corrupção, o que irritou a presidente Dilma Rousseff. 

Segundo a Petrobras, o valor não foi lançado no balanço porque não "isolava" os desvios e incluía outros fatores, como o impacto da variação cambial, aumento de custos, atrasos em obras e falhas de projetos. 

Resta saber se a auditoria PwC vai aceitar esse piso de R$ 4 bilhões e aprovar o balanço mesmo que com ressalvas, segundo analistas e executivos do setor. O prazo legal termina em 30 de abril. 

É crucial para a Petrobras ter o balanço auditado por dois motivos: sem o aval da auditora independente PwC (PricewaterhouseCoopers), a estatal fica em risco iminente de perder o grau de investimento para a sua nota de crédito e pode ter parte de sua dívida cobrada imediatamente, antes do vencimento. 

No dia 3 deste mês, a agência de risco Moody's deu 30 dias para a estatal publicar os dados, sob o risco de perder a nota de investimento. 

A Fitch também rebaixou a classificação de risco da Petrobras para o último passo antes de risco especulativo –muitos fundos não aplicam seus recursos em ações e títulos de empresas com essa avaliação.


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