Para tucano, a presidente
obteve dividendos políticos do megaesquema de corrupção montado para
desviar recursos da estatal para políticos partidos
Gabriel Castro, de Brasília
Aloysio Nunes Ferreira: "A presidente se beneficiou politicamente porque esse esquema de corrupção da Petrobras"
(Adriana Spaca/Folhapress/VEJA)
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse nesta
segunda-feira que a presidente Dilma Rousseff se beneficiou diretamente
dos desvios na Petrobras revelados pela Operação Lava Jato.
“A presidente se beneficiou politicamente porque esse esquema de
corrupção da Petrobras, a exemplo do mensalão, é uma forma de formar
maioria parlamentar, arrumar apoio político para sua eleição, de somar
tempo de rádio e televisão”, disse ele.
Apesar de ressalvar que não há provas de enriquecimento pessoal da
chefe do governo, o tucano afirmou que a corrupção na Petrobras mostra
que os desvios eram parte do método petista de governar, uma espécie de
“política de estado para formar maioria parlamentar”.
Aloysio esteve numa passeata que pedia o impeachment da presidente, em São Paulo, no sábado. Ele diz, entretanto, que é preciso produzir provas “muito contundentes” antes de iniciar um eventual processo de cassação.
O tucano também afirmou que a base aliada não terá argumentos para impedir novamente a convocação de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras que foi preso na sexta-feira. “Depois dos fatos desse último fim de semana, penso que a base governista não terá condições políticas nem morais de impedir aquilo que nós já tentamos fazer na semana passada, que é a convocação de Renato Duque, Sérgio Machado e Leonardo Meirelles”. Machado é o diretor licenciado da Transpetro. Meirelles é diretor do Labogen, um laboratório do doleiro Alberto Yousseff que era usado para movimentar dinheiro sujo. Na semana passada, a base aliada manobrou para impedir a convocação do trio.
Já líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), descartou aprovar um requerimento de convocação de Duque. Antes mesmo de saber se o depoente pretende colaborar, o senador disse que a convocação seria inútil: “Tenho clareza de que simplesmente transportar de um ponto para outro um preso eu entendo que essa não é a melhor forma de investigar”, afirmou.
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