"Muitas vezes eles não conseguiram disfarçar a face de raiva. Se eles
estivessem mais próximos fisicamente...", brinca Camargo, autor de
"Linguagem Corporal" (Summus, 2010).
Como em debate do primeiro turno, a Folha convidou o especialista a
analisar os gestos dos candidatos. Segundo pesquisas de psicologia e
marketing político, eleitores estão a todo momento julgando a mensagem
que os corpos dos aspirantes a cargos públicos "falam".
Ganham pontos os gestos que passam empatia e aproximam o espectador.
Perdem aqueles que são percebidos como sinais de arrogância, tensão e
nervosismo.
Para o especialista, a petista Dilma controlou melhor a expressão de
enfado com que costuma receber as perguntas dos oponentes. Ainda assim,
não a conseguiu eliminar por completo.
Entre seus pontos positivos, Camargo destaca o gesto em que, com a palma
aberta, toca o peito. "É positivo. Toma responsabilidade para si. O
governo sou eu."
Em muitas vezes, a presidente entrelaçou os dedos, os braços, tocou o
pescoço e até apoiou a mão no queixo. Segundo Camargo, esses são "gestos
adaptadores", quando quem discursa toca o próprio corpo para tentar
controlar a tensão. O problema é que, às vezes, esse comportamento piora
a fala, diz ele.
Já Aécio levou a melhor, na opinião de Camargo, por causa do formato
escolhido pelo SBT, em que ambos os candidatos estavam sentados.
"Ele é mais à vontade. Ele chamava a câmera para si. É positivo."
Para o especialista, o ponto mais delicado para Aécio foi responder
sobre a participação de sua família. Camargo descreve: ele juntou as
mãos em formato de cunha, mas, ainda assim, era perceptível a tensão e o
tremor na ponta dos dedos.
"Ao final do debate, Aécio levanta e Dilma permanece sentada, de ombros
arqueados. Isso passa imagem de cansaço, de derrota", concluiu Camargo.
Dilma teve queda de pressão após o debate, mas se recuperou em seguida.
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