Dois dias após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff sofreu sua
primeira derrota na Câmara dos Deputados. Os parlamentares aprovaram
nesta terça-feira (28) um projeto que susta os efeitos de um decreto da
petista que vincula decisões governamentais de interesse social à
opinião de conselhos e outras formas de participação popular.
O texto segue para votação no Senado. A derrubada da medida foi
capitaneada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
com apoio do PMDB, principal aliado do Planalto, partidos da base
aliada e da oposição. O PT, PC do B e PSOL, favoráveis à consulta
popular, ficaram isolados na defesa da proposta.
O projeto de Dilma foi rejeitado por votação simbólica, que não contabiliza os votos.
O decreto é polêmico. Partidos de oposição e alguns integrantes da base
governista alegam que o ato fere prerrogativas do Legislativo. Além
disso, dizem que a intenção do governo é aparelhar o processo de decisão
governamental, a exemplo do que ocorre na Venezuela.
O texto determina que os órgãos da administração pública federal
"deverão considerar" as novas regras, entre elas o desenvolvimento de
mecanismos de participação dos "grupos sociais historicamente excluídos"
e a consolidação "da participação popular como método de governo".
A expressão "deverão considerar" é central para o debate. O governo diz
que não há obrigação do gestor de submeter os atos aos conselhos, apenas
o estímulo. Oposição e congressistas têm interpretação contrária.
Além disso, o decreto estabelece orientações genéricas de como se dará a
composição desses conselhos. A norma instituiu a chamada Política
Nacional de Participação Social (PNPS), com o objetivo de "consolidar a
participação social como método de governo" e aprimorar "a relação do
governo federal com a sociedade".
Atualmente, há 40 conselhos e comissões de políticas públicas no Brasil,
formados por 668 integrantes do governo e 818 representantes da
sociedade. As atribuições variam de acordo com cada conselho, que podem
ser consultivos, deliberativos, ou os dois.
Para o líder do PT, Vicentinho (SP), a votação na Câmara foi motivada
por "birra pós-eleitoral". "A presidente quer ampliar a participação
popular", afirmou.
Autor do projeto que cancela os conselhos, o líder do DEM, Mendonça
Filho (PE), disse que era preciso reverter " esse decreto bolivariano".
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) disse que a rejeição do decreto é
educativa para Dilma. "Essa derrota é para manifestar que o discurso de
diálogo, pregado pela presidente, não pode ficar só na teoria",
afirmou.
"É uma votação histórica, é a manifestação de altivez desta Casa", afirmou Alves.
RETALIAÇÃO
A derrota de Dilma foi colocada por petistas na conta pessoal de Alves,
que creditaram a movimentação à ressaca por sua derrota na disputa pelo
governo do Rio Grande do Norte. O presidente da Câmara atribuiu ao PT, em especial ao ex-presidente Lula, que gravou vídeo para seu adversário, seu desgaste nas urnas.
O peemedebista negou que a deliberação das propostas seja retaliação ao
governo. Ele afirmou que há três meses o projeto sobre os conselhos
estão como o item prioritário da pauta. Ao longo da sessão que durou
mais de duas horas, o deputado cobrou a presença dos parlamentares em
plenário e pressa nas falas dos deputados.
Segundo líderes aliados, Alves voltou com "sangue nos olhos", sem disposição para o diálogo. Antes de chamar a votação do decreto e marcar para os próximos dias a análise de propostas com impacto fiscal, a chamada pauta-bomba, o peemedebista cobrou o PT por ter manobrado para impedir o avanço de uma proposta de reforma política fechada no ano passado, após os protestos de junho.
A fala ocorre depois de a presidente Dilma Rousseff ter apresentado como uma de suas principais bandeiras para o segundo mandato a realização de plebiscito para discutir uma reforma.
"Na Comissão de Constituição e Justiça, uma obstrução do PT impediu que
fosse votada [a proposta]. Então, não é apenas discurso de fazer [a
reforma política]. É tomar posições para perder ou para ganhar", afirmou
Alves.
Alves costurou nesta terça o apoio dos líderes para destravar a reforma
política na CCJ. Ele recolheu 15 assinaturas em um requerimento pedindo
que a comissão analise a proposta discutida no ano passado.
Entre as medidas que fazem parte desta reforma que está engavetada,
estão o fim da reeleição para cargos no Executivo, o fim do voto
obrigatório, facilidades para criação de partidos, medidas para
restringir a atuação de legendas com desempenho ruim nas eleições para
deputados federais, além de engessar alianças eleitorais.
Antes de desembarcar na Câmara, ele ainda conversou com o
vice-presidente, Michel Temer. Interlocutores disseram que Alves avisou
sobre o clima e a pauta complicada para o retorno da Câmara após as
eleições.
Seguindo orientação de correligionários, ele evitou polemizar com o
ex-presidente Lula e afirmou que já "deletou" o episódio. Ele destacou
ainda que tem "maturidade" para entender "circunstâncias do momento".
A aliados, Alves tem dito que pretende retornar ao Rio Grande do Norte,
quando deixar o comando da Câmara em janeiro. Ele afirmou ainda que não
está em seus planos assumir um eventual ministério da cota do PMDB em um
novo mandato de Dilma.
LEOPOLDINA CORRÊA é jornalista com formação em Mídias Digitais pela UFC >>>> Diploma
Extraido do Portal G1- globo
ResponderExcluir"A simples menção do nome do vereador [Eduardo Tuma] por um indivíduo gravado pela reportagem durante um ato criminoso não pode ser considerada prova de sua participação em qualquer esquema de extorsão. No entanto, a Presidência se coloca à disposição da Corregedoria da Câmara, a quem cabe avaliar a conduta do vereador, e vai colaborar com Ministério Público que já anunciou o início de uma investigação sobre o fato", informou
Se as publicações do G1 não forem corretas a Dilma e o Lula já são réus, pois o Doleiro Youssef dizem que os dois sabiam do esquema Petrolão. Correto? É preciso investigar.
Veja a reportagem do Fantástico e verá que esse vereador não foi citado apenas uma vez, e que um dos achacadores é seu assessor parlamentar, além de ter um engenheiro funcionário publico como parceiro, com patrimônio incompatível com seus rendimentotos. Dilma e LULA não foram citados em depoimento a justiça, quem disse foi seU advogado, do doleiro, que é obrigado a estar presente nessas horas. A revista dos tucanos se ferrou com essa reporcagem. Tomara que Dilma cumpra o que disse, de processar esse exemplo de péssimo jornalismo. E, senhora, procure ser mais isenta porque não é só trouxa que lê esses blogs sem compromisso com a verrdade.
ExcluirSenhor/a,
ExcluirSe você não se escondesse covardemente atrás de um anonimato eu até que lhe daria atenção. Mas, aproveito para dizer que a minha responsabilidade com a verdade é muito maior que a sua.
Eu não sou cúmplice de bandido: sou vítima. Portanto, por mais feia que sua cara possa ser, eu não tenho medo. Fique na sua. Se quiser conversar: mostre sua cara.