
18/02/2016  -  21h50
No final do ano passado, a CPI foi prorrogada até 19 de março deste ano, mas deputados da oposição querem mais tempo para provar que houve influência política nos investimentos que causaram prejuízos aos fundos de pensão.
Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Manifestantes dos Correios participaram da audiência que ouviu o CEO no Brasil do Banco BNY Mellon, Eduardo Koelle.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
 dos Fundos de Pensão pode ser prorrogada por mais 60 dias. A comissão 
aprovou nesta quinta-feira, por 16 votos a 11, requerimento de nova 
prorrogação. A proposta ainda deve ser analisada pelo plenário da 
Câmara.
No final do ano passado, a CPI foi prorrogada até 19 de março deste 
ano, mas deputados da oposição querem mais tempo para provar que houve 
influência política nos investimentos que causaram prejuízos aos fundos 
de pensão.
Contrários à prorrogação, deputados do PT obstruíram a votação 
durante toda a manhã para tentar evitar que a comissão se desvie do foco
 da investigação e se torne "palanque político".
A CPI investiga as operações de quatro fundos: Funcef (Caixa), 
Postalis (Correios), Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil). Em 
2015, esses fundos de pensão tiveram um prejuízo estimado em R$ 30 
bilhões. Os empregados das estatais poderão arcar com parte disso.
Relatório
Na opinião da deputada Érica Kokay (PT-DF), a comissão está pronta para 
analisar o relatório. "Não há nenhum fato novo que justifique essa 
prorrogação", disse a deputada, para quem, até o momento, já foi 
possível identificar a  origem do deficit dos fundos de pensão e as 
questões relacionadas à  governança, entre outros temas. “Percebemos a 
necessidade de termos maior rigidez nos fundos de investimento. É 
preciso criar uma legislação acerca disso. Vamos discutir o relatório e 
culpar  quem tem que ser culpado."
Por sua vez, Paulo Azi (DEM-BA) defendeu a apuração de novas 
denúncias. “No recesso parlamentar, vieram a público gravações de 
mensagens entre o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro com Jaques Wagner, 
ex-governador da Bahia e hoje ministro da Casa Civil, que mostraram 
claramente tráfico de influência para liberar recursos da Funcef para a 
empreiteira.”
O requerimento para convocação do ministro Jaques Wagner acabou 
retirado da pauta da comissão. Também não foi analisado pedido para 
novas oitivas dos presidentes dos fundos investigados: Antonio Carlos 
Conquista (Postalis), Carlos Alberto Caser (Funcef), Gueitiro Matsuo 
Genso (Previ) e Henrique Jäger (Petros).
Depoimento
Os deputados também ouviram nesta quinta-feira o presidente para América
 Latina e CEO no Brasil do Banco BNY Mellon, Eduardo Koelle. No ano 
passado, o banco americano teve R$ 250 milhões retidos pela Justiça para
 garantir perdas do fundo de previdência dos Correios, a Postalis.
Recomposição de perdas
Os deputados trabalham para que um acordo seja firmado entre o banco e 
os aposentados e as perdas sejam ressarcidas mais rapidamente. Nos 
Estados Unidos, um acordo com fundos de previdência daquele país 
ressarciu 700 milhões de dólares em prejuízos causados pela má gestão do
 BNY Mellon em investimentos. Os deputados da CPI querem que os 
aposentados brasileiros recebam o mesmo tratamento.
A comissão se reunirá novamente na próxima terça-feira (23) para 
ouvir o presidente da empreiteira Engevix, José Antunes Sobrinho.
Reportagem - Geórgia Moraes
Edição – Ralph Machado
Edição – Ralph Machado
Ouçam análise da economista Mirian Leitão:
 

 
 
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