A expectativa do mercado é de que o fundo também realizará o desinvestimento
O Energia SP, fundo controlado por vários fundos de pensão e que compõe o bloco de controle da CPFL Energia, deve decidir nesta segunda-feira (26), se vai acompanhar os sócios Camargo Corrêa e Previ na venda para a chinesa State Grid de sua participação na elétrica. A expectativa do mercado é de que o fundo também realizará o desinvestimento.
Se o Energia SP sair da companhia, será acionada a opção de tag along, pela qual os acionistas minoritários terão a oportunidade de também vender suas participações na CPFL aos chineses pelo mesmo valor ofertado aos demais sócios. Com isso, a transação pode a superar R$ 25 bilhões em valor total e tornar a State Grid a única acionista da companhia.
O Energia SP é controlado pelos fundos de pensão Fundação Cesp (Funcesp), Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), Fundação Sistel de Seguridade Social (Sistel) e Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) e, por sua vez, detém o controle da Bonaire, que na sexta-feira anunciou a transferência de suas ações vinculadas ao acordo de acionistas da CPFL para sua controladora. Com isso, o fundo passou a deter 150.146.050 de ações ON da CPFL, ou 15,1%, das quais 112.196.990 de ações (11%) estão vinculadas ao acordo de acionistas.
A declaração do Energia SP FIA ocorre em um momento em que se aproxima o prazo final para que o fundo avalie se exercerá o direito de venda conjunta. No início de setembro, a Camargo Corrêa se comprometeu a vender aos chineses sua da participação de 23,6% na CPFL pelo valor de R$ 25 por ação, ou R$ 5,85 bilhões.
Na última sexta-feira (23), foi a vez da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, decidir para a State Grid toda a sua participação na CPFL, de 29,4%, por cerca de R$ 7,3 bilhõesNa semana passada, a CPFL informou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda das ações detidas pela Camargo Corrêa à State Grid e também autorizou potencial aquisição das ações detidas pelos demais acionistas signatários do acordo de acionistas, na hipótese de exercício do tag along.
Na análise do processo, o Cade afirmou que os mercados de atuação da CPFL - geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia - "estão sujeitos à intensa regulação por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reduzindo a probabilidade de um comportamento anticompetitivo" após a transação.
Apesar do aval do Cade, a conclusão da operação para entrada da State Grid na CPFL depende ainda de aprovação da Aneel.
Histórico
Desde então, o grupo chinês já arrematou concessões para construir no Brasil projetos de grande porte na área de transmissão, como as linhas de transmissão que escoarão a energia da hidrelétrica de Belo Monte do Nordeste para o Sudeste.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ÉPOCANEGÓCIOS
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